Modernização administrativa foi um sonho de inverno

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, quando você imagina que tudo vai melhorar, que as mentes serão arejadas e poderão trabalhar pelo bem, chega a notícia que joga tudo por terra.

Longe de ser pessimista – me considero otimista até em excesso -, mas senti que o prédio que se edificava começava a ruir antes mesmo de ficar pronto após a reunião do Conselho Deliberativo, semana passada. Naquela ocasião, Abílio Diniz foi apresentado aos conselheiros pelo presidente Carlos Miguel Aidar. Ele seria o responsável pela profissionalização da gestão. Até deixou os conselheiros entusiasmados com sua explanação, mas usou uma frase que pode ter selado sua atuação no São Paulo: “eu vou ensinar a pescar, não dar o peixe”. Com isso deu o recado a quem esperasse que ele assinasse um cheque em branco que não o faria, mas trabalharia para trazer recursos ao clube.

Alguns leitores cobraram minha posição em relação ao tema e eu pedi que esperassem alguns dias, pois queria ver na prática os desdobramentos. Pelo que me havia chegado ao conhecimento, Abilio Diniz indicou o CEO e nomearia gerentes remunerados para cada área. Aos vice-presidentes e diretores atuais caberia a fiscalização dos trabalhos e a eles seria reportado tudo o que fosse feito. Mas, no português claro, Carlos Miguel Aidar viraria “Rainha da Inglaterra” e os vices e diretores os “assessores da rainha”.

Num primeiro momento achei a ideia fantástica. Seria a modernização da administração do São Paulo, início da recuperação financeira e abertura de um horizonte muito promissor. Por outro lado, conhecendo bem os vices e os diretores, achei que seria muito difícil ser implementado o projeto, pois afetaria o ego exacerbado de muitos deles.

E…Bingo! Acertei. Hoje deparo com a notícia de que Carlos Miguel Aidar está “fritando” Alexandre Bourgeois, o CEO trazido por Abílio Diniz. A explicação dada por membros da diretoria com os quais conversei é de que ele teria “vazado” a informação da venda do Boschilia e responsabilizado por não ter dado certo. Mas a leitura que faço é que tanto Carlos Miguel Aidar quanto os vice-presidentes não vão querer perder a boquinha e deixarem de mandar, se submetendo a ordens de quem nem conselheiro é, no caso Abílio Diniz e, pior, Alexandre  Bourgeois.

Dessa maneira começo a ver que nada vai mudar. Aidar criou o tal fundo dos notáveis e o que ele esperava era que Abílio Diniz chegasse com mais cheque e menos caneta. Aproveitou a situação de maneira política para abafar, naquela reunião do Conselho, explicações devidas pelo vice-presidente de Marketing e Comunicação, Douglas Schwartzmann, por ser representante de Jack Banafsheha no Brasil. Lembrando que Jack é proprietário da Zanetti Group – do qual Douglas é representante – e também da Far East, empresa que intermediou o contrato entre a Under Armour e o São Paulo e gerou uma comissão de R$ 18 milhões. Aliás, por falar nisso, o presidente disse que não pagaria e até agora ela não processou o São Paulo? Estranho, não?

 

São Paulo jogou grande futebol, mas falhas individuais causaram a derrota

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, fiquei pensando até agora, momento em que estou escrevendo esse comentário, sobre o que aconteceu ontem à noite, no Mineirão e como eu poderia expressar o que vi. Puxei no que minha mulher me falou no intervalo do jogo: “mas já está 3 a 0 contra o São Paulo?” E eu disse: ” e estamos jogando muito bem”.

Mas como podemos estar jogando bem e tomando de 3 a 0? Isso só o futebol, esse esporte que mexe com todos os nossos sentimentos, pode explicar.

O São Paulo dominou completamente o jogo. Desde o início, marcando pressão no campo adversário, parecia que o jogo era no Morumbi. As chances começaram a aparecer, como quase não vimos até agora ao longo deste campeonato. E os gols começaram a ser perdidos. Primeiro foi Pato, que ficou cara a cara com Vitor e “recuou! a bola para ele; depois foi Reinaldo, que poderia ter chutado para o gol, mas cruzou – errado – para Luis Fabiano; aí teve o próprio Luis Fabiano, com a bola desviando no zagueiro.

Mas veio um contra-ataque e, com a jogada começando pelo nosso lado esquerdo, onde Reinaldo deveria estar, mas não estava, saiu o primeiro gol, num lance de completa sorte do jogador atleticano, pois Rogério Ceni fez uma grande defesa, mas a bola rebateu na cabeça de Pratto.

O São Paulo voltou a atacar, ter as rédias do jogo. De novo a bola sobra para Pato que chuta forte e Vitor faz grande defesa. Novo contra-ataque e outro gol do Atlético, em falha de Lucão. O São Paulo continua no ataque, Ganso chuta uma bola na trave e Pato perde outro gol. De posse da bola, na sequência, Hudson erra o passe e propicia contra-ataque para o Atlético. Mais um gol.

Isso pode explicar o que aconteceu ontem. O São Paulo foi muito superior ao Atlético e os mineiros foram precisos, cirúrgicos. Portanto não se pode tirar o mérito da vitória atleticana, mas tivesse sido 3 a 3, ou tivesse ganho o São Paulo, não estaria nada errado. Coisas do futebol.

Entendo que já é o dedo de Juan Carlos Osório. Mas faço algumas ressalvas ao seu trabalho: Lucão não pode, de maneira alguma, ser volante. Ele é, no máximo, um zagueiro mediano e não pode passar disso; Centurion não pode ser centro-avante. Ele pode, no máximo, entrar no segundo tempo, jogar aberto, quando o time precisa de velocidade para o contra-ataque; por último, se joga com três zagueiros quando temos qualidade no elenco. Com o que temos, o melhor é jogar com dois, pois dois erram menos do que três.

É certo, entretanto que a apresentação de ontem não me faz tão pessimista quanto ao futuro no campeonato. Não penso em título, é lógico, mas não vou tão ao extremo em achar que ficaremos do meio para baixo na tabela. Acho que podemos, sim, brigar por uma vaga na Libertadores.

Conselho Deliberativo tinha o dever de mostrar que ainda era Soberano

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, eu deveria ter acreditado: tudo acabou em pizza na terça-feira da semana passada, numa pizzaria do Morumbi. Assim terminou a reunião do Conselho Deliberativo, tão aguardada para a noite de ontem.

De novo – e interessante – a aprovação da terceira camisa do São Paulo, sendo obrigatória as presenças das cores do clube. Nada de jogar de roxo, cinza ou outras cores que não as nossas tradicionais. E a fala de Abílio Diniz, que até outro dia era um crítico voraz da atual diretoria, e hoje é carregado nos braços pelo presidente. E muito blá blá blá.

A explicação que se esperava não veio. Douglas Schwartzmann, que havia dito que explicaria na reunião do Conselho a sua imoral – apesar de legal – ligação com Jack Banafsheha, não veio. E, até onde fui informado, já que um grande painel foi colocado em frente à sala de vidros, nenhum telão foi disponibilizado e o som da reunião foi cortado, apenas o vice-presidente de futebol, Ataíde Gil Guerreiro, foi questionar Douglas sobre o assunto – e fora do microfone, em off -, pedindo explicações, e o vice de Marketing se calou. E nada foi feito. O mesmo Ataíde que fez críticas ao presidente do Conselho, Carlos Augusto Barros e Silva durante a reunião. E Leco, que demonstrou omissão aceitando excluir da pauta o assunto Far East, retirou-se do plenário antes do final da reunião.  Talvez por não querer responder, se o assunto surgisse, o caso Jorginho Paulista, por exemplo, que está causando grande prejuízo ao clube.

O Conselho Deliberativo do São Paulo me lembrou o Congresso Nacional. Denúncias aparecem, CPIs são criadas, mas quem tem maioria faz com que nada se investigue, nada se explique e a sujeira é jogada para baixo do tapete. Pior: conselheiros ligados à diretoria – alguns – comemoram o fato com o discurso de que “o São Paulo está unido novamente”. Em que?

A Far East foi retirada de pauta, diga-se de passagem, por pedido do presidente Carlos Miguel Aidar, que oficiou o Conselho afirmando que não pagaria a comissão à empresa. Disse que o CEO vai levantar contratos feitos com o Habib´s e outros, na era Juvenal Juvêncio, e este da Far East.

É evidente que o Tricolornaweb se sente vitorioso nessa questão. Não fosse a matéria publicada semana passada, o rolo compressor da diretoria poderia ser passado no Conselho e a oposição não teria forças para barrar esse que, se investigado, pode se tornar num dos grandes escândalos do clube. Foi a partir da nossa publicação, com repercussões em outros vários órgãos sérios de imprensa, e que gerou repulsa do presidente, com ameaças infundadas e desmascaradas aqui, que ele sentiu-se coagido e pressionado a suspender esse pagamento.

Mas, por outro lado, não posso deixar de me indignar e questionar: que empresa é esta tal de Far East? Será que alguém, tipo Douglas Schuartzmann, poderia me apresentar ao Jack Banafsheha? Gostaria de saber se ele pode intermediar contratos de patrocínio para o Tricolornaweb. Prometo a ele, em contrato, uma comissão de 20 por cento. Três meses depois do negócio efetuado digo a ele que só pagarei 15 por cento e, alguns dias depois, digo que não vou pagar nada. Será que ele vai agir comigo como está agindo com o São Paulo? Toma um “calote” de R$ 18 milhões e fica quietinho? Não entra na Justiça para processar o clube por que?

Por tudo isso que não vamos parar. O Tricolornaweb continua investigando a Far East e espero, em breve, ter mais novidades. Estou acostumado em minha carreira, modéstia à parte, vitoriosa, a lidar com as maiores corrupções da história do País. Participei diretamente do impeachment de Fernando Collor de Mello. Então não me tratem como agitador ou coisa que o valha. Apenas, como jornalista, quando sinto faro de que algo está errado, vou a fundo até desvendar a última linha do novelo de lã.

E nem por isso deixou de me emocionar cada vez que ouço o Hino do nosso São Paulo, ou vejo nosso time em campo.Aliás, é por amar tanto este clube, sem interesses escusos, que estou nessa empreitada.

Conselho Deliberativo tem o dever de mostrar que ainda é Soberano

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, o Conselho Deliberativo terá uma sessão neste noite que promete ser bastante acalorada. Mas os conselheiros têm obrigação de mostrar que nosso Conselho ainda é Soberano. E não podem se deixar levar por inclusões de última hora que visam mudar o foco.

O presidente do Conselho, Carlos Augusto Barros e Silva, tem tido um desempenho digno até este momento. Por mais que tenha merecido críticas ao longo dos últimos anos – aqui ninguém passa ileso -, Leco está tendo uma conduta irrepreensível, digna do nosso Conselho. Ele não aceitou passar para aprovação o contrato com a Far East na última reunião e criou uma comissão de conselheiros para receber e analisar o tal contrato.

Ocorre que o presidente Carlos Miguel Aidar desrespeitou esta comissão e não fez o encaminhamento do contrato. Resta saber qual a razão. E é isso o que espero que os conselheiros cobrem esta noite. Mormente depois da publicação que fizemos semana passada, mostrando que Douglas Schwartzmann, vice-presidente de Marketing e Comunicação do São Paulo, é representante, há 30 anos, da Zanetti, empresa que tem como endereço o mesmo logradouro da Far East, em Los Angeles, e que, por conseguinte, tem como dono a mesma pessoa,  Jack Banafsheha. Aliás, um contrato que foi assinado, entre outros, por ele, quando era diretor de Comunicação, e não pelo então diretor de Marketing, Rui Barbosa. E deixamos claro que, por mais que não seja ilegal, era – e é – imoral. E em nenhum momento fizemos qualquer ilação, mas sim, afirmação.

Abro um parágrafo aqui para lembrar o que tem marcado a administração de Carlos Miguel Aidar nestes pouco mais de 15 meses à frente do São Paulo: admitiu que havia um contrato com a própria namorada, Cinira Maturana. Ela ganharia 20% de comissão em negócios que fizesse com o clube. Pressionado pelos conselheiros, Cinira pediu desligamento do clube e Aidar afirmou que ela não ganhou nada, porque não fez qualquer negócio. Depois anunciou cheio de pompas o contrato com a Under Armour. E nele também havia comissão. Só que de “apenas” 15%, o que geraria o pagamento de R$ 18 milhões a Far East, empresa intermediadora. Ah! Numa reunião semana passada ele admitiu reduzir para R$ 15 milhões o pagamento. O mais incrível é que ele decide diminuir e a Far East Trading Global aceita passivamente. E outra: até agora não cobrou essa comissão, atrasada desde maio, quando  a Under Armour entrou oficialmente no São Paulo. Êta empresa boa para trabalhar essa aí; e, só para lembrar, desde agosto do ano passado não temos um patrocinador em nossa camisa. Que departamento de Marketing operante esse aí.

Fato que tem um projeto ambicioso, de criar um fundo de investimentos que arrecade até R$ 100 milhões para pagar dívidas imediatas, renegociar contratos futuros com base na nova legislação e equilibre as finanças do clube, tendo como pagamento aos investidores jovens talentos criados em Cotia. Discutível mas, a grosso modo, me parece interessante.

Voltando à reunião do Conselho Deliberativo, comparo nossa situação de hoje ao que vem acontecendo, por exemplo, com Eduardo Cunha, presidente da Câmara Federal. Foi denunciado de ter recebido US$ 5 milhões. Ao invés de explicar, aboliu o tema e ficou criticando a forma como foi feita a denúncia, tentando cancelar as provas por terem sido apresentadas em fôro inadequado, atirando farpas em quem teria patrocinado as investigações e a denúncia. Até agora o que vi nesse caso envolvendo a Far East foi isso. Reclamação de perseguição por interesses outros, mas nenhuma explicação do mérito do assunto.

A bola está com o Conselho Deliberativo. E o dia é hoje. Abílio Diniz, que até outro dia era um crítico ácido á gestão Aidar, foi contratado como gestor, ou CEO, ou dêem o nome que quiserem para seu cargo, e, convidado, irá ocupar alguns minutos da reunião apresentando seu projeto. Reputo como muito importante sua fala. Mas não deverá ser a manchete da reunião. Ou a decepção dos são-paulinos será muito grande com seus conselheiros. O Tricolornaweb vai acompanhar a reunião detalhadamente.

 

Em tempo: acabo de receber a informação que o presidente Carlos Miguel Aidar encaminhou ofício ao presidente do Conselho Deliberativo, Carlos Augusto Barros e Silva, comunicando que suspendeu temporariamente o contrato que previa pagamento de comissão de R$ 18 milhões pela intermediação do acordo com a Under Armour. No comunicado, o presidente são-paulino explica para Leco que retirou temporariamente o acordo com a Far East das obrigações do clube até que seja feita uma renegociação de valores. O objetivo, segundo o ofício, é permitir que o São Paulo arque com seus outros compromissos sem piorar a crise financeira que enfrenta.

Reforço minha tese: que empresa boa para trabalhar é esta Far East. O devedor – no caso o São Paulo – paga quando quiser, e quanto quiser e ela não fala nada. Vai ser inocente útil prá lá. Mas o Tricolornaweb continua esperando as explicações devidas, que não pode ser diluídas por manobras ilusionistas. Temos consciência de nosso papel e sabemos que nossa publicação pesou muito nessa decisão do presidente do clube.

 

 

Vitória obrigatória e necessária para nos manter vivos na ponta da tabela

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, não foi o espetáculo dos sonhos, nem o futebol mais lindo do mundo, mas foi suficiente para uma vitória magra, porém obrigatória e necessária contra o Cruzeiro, no Morumbi. Em campeonato equilibrado como o Brasileiro, onde a maioria das equipes se equivale, não se pode sequer pensar em empatar em casa, quando o objetivo é o título. E para o São Paulo, a meta nunca pode ser outra.

O time teve um início menos impetuoso que nos outros jogos, quando costuma partir para cima, principalmente dentro de casa. Jogando com três na frente e Boschilia bem adiantado para fazer a armação, teve, no entanto, uma improvisação feita a mando de Osório e cumprida por Milton Cruz: Rodrigo Caio, originalmente volante mas que também joga na zaga, foi lá para trás e Lucão, que é só zagueiro, foi jogar de volante.

Essas invenções me preocupam muito. Ele fez com que o São Paulo jogasse praticamente com dez em campo, pois Lucão estava absolutamente perdido no tempo e no espaço. Para nossa sorte Ganso e Luis Fabiano não estavam jogando e Boschilia voltava para ajudar na marcação. Foi o que equilibrou a partida.

Só que com essa sobrecarga, ele não conseguiu jogar mais avançado e fazer o que seria seu papel. Errou muitos passes, tentou dribles infrutíferos e deixou na torcida o sentimento de que não temos um meia de ligação e dependemos de Ganso.

Boa surpresa foi a partida de Carlinhos, que estava afastado do time por contusão. Retornou muito bem e enquanto teve gás, foi um grande destaque em campo. Chutou para o gol, fez a assistência perfeita para o gol de Pato, marcou bem, foi perigoso no ataque. E a grande atuação na defesa ficou por conta de Rafael Tolói, que deixou de assistir o atacante jogar para se antecipar e ganhar todas as jogadas. Mesmo Rodrigo Caio, enquanto não se arvorou em sair com passes, foi muito bem na defesa.

O Cruzeiro teve algumas chances, principalmente depois da entrada de Leandro Damião. Milton Cruz fez uma substituição arriscada para reforçar a defesa, colocando Edson Silva. É que contra o Avaí Osório fez a mesma coisa e foi uma água só. Hoje, não. Edson Silva, inclusive, salvou gol certo de Damião.

No final, o 1 a 0 ficou de bom tamanho e serviu para manter o time na parte de cima da tabela, brigando pelo título. Contra o Atlético-MG, quarta-feira, naturalmente entraremos com zebra. Mas vai que ela pinta. Não custa nada torcer. E eu vou torcer muito.

Time sem alma, perdido, sem vontade, reflexo de uma diretoria ineficaz

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, o São Paulo perdeu do Sport, na Arena Pernambuco, teve dois jogadores expulsos, além do técnico Juan Carlos Osório. Vamos considerar que a derrota para o Sport, em Recife, estava nos nossos planos. Ou seja, é absolutamente normal. Não nas circunstâncias em que ela veio e que levou à tona o que acontece hoje nos interior do Tricolor.

O time até começou jogando bem, dominando as ações. Dava impressão que poderia voltar com um ponto para São Paulo. O esquema 3-5-2 implantado por Osorio parecia ser bom. A bola ficava o tempo todo com o São Paulo e até os 15 minutos o Sport não conseguiu criar absolutamente nada. Mas a partir daí a zaga começou a falhar. Thiago Mendes e Michel Bastos não davam conta das descidas dos dois avantes abertos do Sport. Edson Silva e Rafael Toloi não conseguiam acompanhar a marcação e sobrava tudo em Lucão. Par piorar, Rodrigo Caio e Hudson não conseguiam fazer a barreira na frente da área e o time fica completamente vulnerável.

O Sport passou  mandar no jogo e, feito o primeiro gol, fez ruir qualquer tentativa que houvesse do São Paulo, pois o Tricolor mais uma vez, no primeiro revés, não soube como fazer para reagir. Isso já havia acontecido nos jogos contra o Palmeiras e o Atlético-PR, quando time esteve melhor mas sucumbiu quando sofreu o gol.

Osorio ainda mudou algumas coisas no segundo tempo. Alterou 3-5-2, tirando Edson Silva e colocando Luis Fabiano; depois reforço a lateral colocando Reinaldo no lugar de Centurion, passando Michel Bastos para  frente. Mas aí Ganso foi expulso. Ele procurou o tempo todo essa situação. Depois foi a vez de Luis Fabiano, também bem expulso. E na sequência o próprio Osorio. Nada mais havia a fazer, a não ser torcer para não ser goleado. Os 2 a 0 ficaram de bom tamanho.

Entendo que a arbitragem foi excessivamente rigorosa com o primeiro cartão dado a Ganso e Luis Fabiano. E também a Osorio. Mas se a regra é esta, temos que criticar quem a fez. Aos jogadores cabe aceitá-la. Portanto, todos foram bem expulsos. E procuraram isso. Desde o início do jogo Ganso se mostrava visivelmente irritado e Luis Fabiano entrou apenas para isso. A impressão clara que dá é que os dois não queriam encarar o Morumbi, domingo que vem, contra o Cruzeiro. O peso da torcida poderia ser muito forte para eles.

E tudo que está acontecendo tem como maior e grande culpada a diretoria. Omissa preocupada apenas em fazer  política, não está a altura do São Paulo que queremos. Desde que Juvenal Juvêncio rompeu com Carlos Miguel Aidar, que os podres começara a sair por todos os lados, não temos mais paz. E o time é isso daí, retrato dos desmandos e ineficiência da diretoria.

Mas vou parar por aqui, pois sobre Aidar e sua turma falarei mais para a frente.

Com novo sócio-torcedor São Paulo tenta resgatar aquilo que um dia foi sua criação

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, o São Paulo lançou, nesta terça-feira, o novo pacote do Sócio-Torcedor. Cedo ainda para avaliar seus resultados, me permitem, no entanto, fazer uma pré-análise positiva.

A maior novidade do novo programa foi a criação de uma moeda própria para os aderidos aos oito planos disponíveis. As moedas foram batizadas de “tricolores” e podem ser trocadas por produtos vendidos por parceiros do Clube de Vantagens ou ações especiais organizadas pela diretoria de marketing do Tricolor.

No pagamento das mensalidades dos planos, que giram entre R$ 12 e R$ 489, cada “tricolor” equivale a R$ 5. Em relação a compras e ações de empresas parceiras, o câmbio varia e pode gerar mais pontos, além de descontos nos produtos. As parcerias firmadas envolvem restaurantes, lojas on-line de eletrônicos, roupas, brinquedos e até cervejas.

Outra característica apresentada como novidade pelos cartolas são-paulinos é o ranking de fidelidade em jogos. Cada plano de sócio-torcedor já contempla o aderido com tempos diferentes de prioridade de compra, de 24h a 84h, mas a ideia é premiar quem comparecer ao Morumbi com mais frequência. Assim, o membro do plano mais barato pode chegar a ter as mesmas 84 horas de antecipação de um aderido do plano mais caro.

O sistema funcionará da seguinte forma: a cada dois jogos consecutivos no Morumbi, o sócio ganha uma estrela. Se a sequência for interrompida, o torcedor perde uma estrela. Com uma estrela, a prioridade é de 36h, passando por 48h, 60h, 72h e 84h até o status máximo de cinco estrelas acumuladas.

Com o lançamento do novo programa o São Paulo tenta resgatar algo que um dia foi o precursor. O clube foi o primeiro a criar o Sócio Torcedor, copiado pelos demais clubes do País. Mas parou no tempo, ficou para trás e hoje corre para recuperar o espaço perdido.

Oxalá os objetivos sejam alcançados. Nós, do Tricolornaweb, torcemos muito por isso e estaremos aqui para ajudar na divulgação e aplaudir o eventual sucesso do plano.

A torcida fez a festa e o time correspondeu

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, o São Paulo venceu o Coritiba no Morumbi por 3 a 1 e bateu recorde de público no Campeonato Brasileiro: quase 60 mil pessoas estiveram presentes fazendo uma grande festa, mostrando que quando o preço é justo o público vai. E o horário das 11h está plenamente aprovado. Haja visto o número que vem sendo alcançado nos diversos jogos matutinos.

Entrando com um time muito ofensivo, com Michel Bastos pela lateral esquerda, dois volantes e Ganso fazendo a ligação para três atacantes, Juan Carlos Osório deu mostras que o time iria para cima. E não poderia ser diferente, pois jogando contra um dos piores times do campeonato, dentro do Morumbi, a ordem era atacar.

Só que o desempenho do Tricolor esteve abaixo de quarta-feira, quando houve um domínio completo sobre o Vasco. O jogo demorou um pouco para encaixar, mas em manhã de Pato muito inspirado, com uma jogada nitidamente ensaiada, onde Lucão sai pela esquerda e mete a bola em velocidade para Pato, junto à linha lateral, saiu o primeiro gol, em brilhante lançamento e jogada de Pato, para a conclusão de Centurion.

Depois, mais um lindo lançamento de Lucão para Pato, na mesma posição, ele corta em diagonal e marca um belo gol. A fatura estava liquidada. Bastava controlar o jogo, pois o Coritiba não teria forças para nada.

No segundo tempo bateu o cansaço e o ritmo caiu. Mesmo assim Pato, de novo ele, teve duas grandes jogadas e poderia ter servido Luis Fabiano, na primeira, e Michel Bastos, na segunda. Quis ir sozinho e perdeu a bola. O egoísmo prevaleceu.

Num descuido da defesa o São Paulo sofreu o gol. E, pode parecer incrível, mas o time sentiu. Passou a correr riscos com um aparente cansaço de todos os jogadores. João Schimidt entrou para reforçar o meio; também entrou Mateus Reis, com Michel Bastos indo para a frente, porque Centurion estava com a língua para fora; e Boschilia foi para o lugar de Ganso para dar mais mobilidade.

Já no final Pato marcou mais um, em jogada de cunho pessoal. Ainda teria o gol de Luis Fabiano, mas o árbitro apitou o fim do jogo no momento em que ele finalizava. Ridículo por parte da arbitragem.

O grande destaque, além de Pato e Lucão, fica por conta da torcida. Conseguiu bater o recorde do campeonato e mostrar que está com o time, quando ele merece. É só a diretoria não fazer bobagens que a coisa anda.

Vitória convincente, onde a bola entrou

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, o São Paulo venceu e convenceu nesta quarta-feira. Uma goleada de 4 a 0 sobre o Vasco, com um pênalti não marcado, não dá para discutir.

Os primeiros 20 minutos do time foram sensacionais. O São Paulo engoliu o Vasco, pressionou a saída de bola, marcou no campo adversário, manteve a posse de bola, teve calma para encontrar o espaço livre e chegou aos 2 a 0 sem a menor dificuldade.

Aí, como era de se esperar, diminuiu o ritmo. Apesar de Juan Carlos Osório pedir insistentemente que a marcação continuasse adiantada, os quatro jogadores de frente – Pato, Centurion, Michel Bastos e Ganso – passaram a marcar mais na intermediária. Os volantes também recuaram e o Vasco teve um pseudo crescimento. Até teve duas oportunidades de gol, como Rogério Ceni fazendo ótimas defesas. Mas isso só aconteceu por erro na saída de bola. Em uma delas foi o próprio Rogério quem fez a bobagem e em outra foi Rafael Tolói quem tentou sair jogando, escorregou, caiu e armou o contra-ataque adversário.

Isso até deu um ânimo para o Vasco, que voltou o segundo tempo partindo para cima do São Paulo. Mas logo saiu o terceiro gol e o baldo de água fria foi jogado sobre os cariocas.

O São Paulo passou a administrar o resultado, mas de forma perigosa, pois essa administração gerou um afrouxamento na marcação. O Vasco, então, teve três chances claras de gol desperdiçadas pelo colombiano Riasco. É fato que também houve um pênalti claro sobre Pato, não marcado pelo árbitro.

Osório reforçou a marcação, colocando Hudson em campo e, na sequência, tirando Ganso e fazendo entrar Boschilia. Isso deu mais velocidade ao meio de campo, aliado com a marcação mais forte. O quarto gol foi consequência do trabalho desenvolvido no jogo.

Resultado ótimo para retomarmos o caminho que vínhamos trilhando no começo do campeonato. A única coisa que não quero pensar – mesmo pensando – é que essa vontade louca e esse futebol eficiente apresentado ontem tenha a ver com a emissão das notas de direitos de imagem para o pagamento dos atrasados.

Carta aos amigos são-paulinos, leitores do Tricolornaweb

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, o que vou relatar aqui poderia ser desnecessário por ter se passado na rádio Jovem Pan, no programa Plantão de Sábado, no último dia 04. Mas como o Paulo Pontes da Jovem Pan é o mesmo do Tricolornaweb, portanto, sou eu, não há muito como desvencilhar as duas coisas e deixar que o meu leitor do site, que não ouve a Jovem Pan, fique sem saber dos fatos. E se o soube, merece minha explicação.

Durante o programa, onde falamos de esportes e jornalismo, abordamos o São Paulo. Após a entrevista de Juan Carlos Osório eu disse que o Tricolor atravessa um momento muito difícil no âmbito financeiro. Deve quatro meses de direito de imagem para os jogadores, alguns funcionários do clube também estão com salários atrasados e até promissórias de bancos. Afirmei que essa situação não é culpa exclusiva de Carlos Miguel Aidar, pois foi feita por Juvenal Juvêncio mas Aidar não pode ser poupado, pois além de ter sido o mentor jurídico que permitiu a mudança do estatuto social, aumentou a dívida. E como candidato da situação não poderia alegar desconhecimento deste quadro. Ou seria bobo demais.

Então eu disse que não tinha entendido ainda, o fracasso na negociação de Rodrigo Caio, mas que o dinheiro oriundo das vendas de Souza, Paulo Miranda e Denilson seria suficiente para quitar a dívida salarial. O Nilson Cesar, narrador titular da Jovem Pan, me perguntou se o dinheiro viria limpo, sem comissões. Eu, jocosamente, falei que essa pergunta deveria ser dirigida à Cinira.

O presidente do São Paulo,  Carlos Miguel Aidar, ligou para a Jovem Pan, pediu para entrar no ar – no que foi prontamente atendido -, recusou-se a responder a pergunta sobre Rodrigo Caio, feito pelo reporter Felipe Motta, e perguntou:

– Quem aí do estúdio pronunciou o nome da Cinira?

Respondi de pronto que tinha sido eu, Paulo Pontes.

Ele disse que eu teria notícias dele mais tarde. E, alucinadamente, começou a me atacar, afirmando que nenhum salário de funcionário do clube estava atrasado e que alguns jogadores, que tinham três meses de atraso, teriam os valores quitados na segunda-feira (06.07), com fluxo de caixa do São Paulo, independente do dinheiro oriundo da venda dos jogadores.

Como ele disse que eu era um detrator, tentei entrar no debate e ele me mandou ficar quieto. Então fui obrigado a ser duro, gritar com ele no ar exigindo respeito e o colocando em seu lugar.

Aidar afirmou que vai me processar e, não contente com o show de horrores, afirmou que eu tinha ido à sua sala pedir para ele financiar meu “blog” e como ele não tinha dado dinheiro, eu passei a atacá-lo.

Vamos aos fatos:

Ninguém vai me mandar ficar quieto no ar, mesmo que seja o insignificante Carlos Miguel Aidar, que hoje ocupa um cargo da maior importância – sem merecê-lo – de presidente do São Paulo. Então respeito a liturgia do cargo, não quem o ocupa. Detrator? Vamos ver:

Fui a sala dele sim uma única vez, convidado  que fui algumas vezes. Não estava só eu. Existiam mais duas pessoas, cujos nomes não vou revelar, mas que são sócios do São Paulo tanto quanto eu e, portanto, testemunharam tudo o que ocorreu lá nas duas horas e 15 minutos que conversamos.

Aidar fez questão de contar detalhes de seu relacionamento com Cinira, sua namorada, e até algumas particularidades que eu, eticamente, não vou externar; contou como começou sua trajetória para chegar a presidência do clube, afirmando estar ausente de todas as atividades do Tricolor há mais de dez anos, até das reuniões do Conselho e dos jogos. Disse particularidades sobre Muricy Ramalho, Luis Fabiano, possíveis contratações e jogadores que ele não renovaria o contrato. Me pediu off em tudo o que conversamos e eu, eticamente, atendi o pedido e nunca publiquei uma linha, apesar de saber, inclusive, que Muricy seria demitido em curto espaço de tempo, como realmente o foi.

No final da conversa, quando já íamos nos retirar, disse a ele que quando começasse a campanha publicitária do Sócio-Torcedor o Tricolornaweb se candidataria a receber a campanha, pelo que representa junto ao torcedor e ao sócio do São Paulo. Ele disse que avisaria Douglas Shwartzmann, vice-presidente de Marketing, sobre o assunto. Também pedi para que, quando a Under Armour passasse a ser a fornecedora de material do São Paulo (aliás, outra confidência que guardei comigo), eu pudesse apresentar o site para a empresa, a busca de patrocínio.

Portanto, em nenhum momento pedi para o São Paulo bancar alguma coisa no site ou coloquei o fator financeiro como sendo a balança do nível de comentários que faço aqui. Para quem não entendeu, não vinculei nem nunca vincularia falar bem ou falar mal em troca de patrocínio. E a Sabesp sabe bem disso que estou falando. Pois bati tanto na empresa que perdi o patrocínio. E, como dizem por aí, estou beijando o ombro para isso.

O Tricolornaweb tem honrosamente o patrocínio do Bradesco há cinco anos. Mas é um meio de comunicação e que, portanto, vende seu espaço. E seria óbvio que tivesse preferencialmente publicidade de empresas parceiras do São Paulo. Ou esperam que eu vá pedir patrocínio para a Adidas ou para a Nike?

Nunca fiquei nem nunca ficarei quieto para desmandos em qualquer setor do País. Não ficaria também para as coisas do São Paulo. Não espere, presidente Carlos Miguel Aidar, que o Tricolornaweb se tornará oposição pelo gesto tresloucado, longe de estar na altura do cargo que ocupa, praticado pelo senhor. O Tricolornaweb continuará sendo crítico, sim, como sempre o foi. Mas saberá enxergar as coisas boas, como sempre o fez.

A minha carreira, seja na época de Rádio Bandeirantes por dez anos, seja na Jovem Pan onde estou há 19 anos, e no Tricolornaweb, há 11 anos, é limpa, ética e íntegra. Nunca fui instigado a responder por qualquer ato de corrupção ou de falta de ética. Minha conduta permanecerá exatamente igual sempre foi, sem tirar nem por.

Quanto ao processo que ele vai mover contra mim, será só mais um. Mas peço ao presidente que se aconselhe com Juvenal Juvêncio, que patrocinou Geraldo & Cia em Cotia para me processar, e sabe bem no que deu.

Desculpem a carta e a extensão, mas devia esta explicação aos leitores do site.