Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, o que vou relatar aqui poderia ser desnecessário por ter se passado na rádio Jovem Pan, no programa Plantão de Sábado, no último dia 04. Mas como o Paulo Pontes da Jovem Pan é o mesmo do Tricolornaweb, portanto, sou eu, não há muito como desvencilhar as duas coisas e deixar que o meu leitor do site, que não ouve a Jovem Pan, fique sem saber dos fatos. E se o soube, merece minha explicação.
Durante o programa, onde falamos de esportes e jornalismo, abordamos o São Paulo. Após a entrevista de Juan Carlos Osório eu disse que o Tricolor atravessa um momento muito difícil no âmbito financeiro. Deve quatro meses de direito de imagem para os jogadores, alguns funcionários do clube também estão com salários atrasados e até promissórias de bancos. Afirmei que essa situação não é culpa exclusiva de Carlos Miguel Aidar, pois foi feita por Juvenal Juvêncio mas Aidar não pode ser poupado, pois além de ter sido o mentor jurídico que permitiu a mudança do estatuto social, aumentou a dívida. E como candidato da situação não poderia alegar desconhecimento deste quadro. Ou seria bobo demais.
Então eu disse que não tinha entendido ainda, o fracasso na negociação de Rodrigo Caio, mas que o dinheiro oriundo das vendas de Souza, Paulo Miranda e Denilson seria suficiente para quitar a dívida salarial. O Nilson Cesar, narrador titular da Jovem Pan, me perguntou se o dinheiro viria limpo, sem comissões. Eu, jocosamente, falei que essa pergunta deveria ser dirigida à Cinira.
O presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, ligou para a Jovem Pan, pediu para entrar no ar – no que foi prontamente atendido -, recusou-se a responder a pergunta sobre Rodrigo Caio, feito pelo reporter Felipe Motta, e perguntou:
– Quem aí do estúdio pronunciou o nome da Cinira?
Respondi de pronto que tinha sido eu, Paulo Pontes.
Ele disse que eu teria notícias dele mais tarde. E, alucinadamente, começou a me atacar, afirmando que nenhum salário de funcionário do clube estava atrasado e que alguns jogadores, que tinham três meses de atraso, teriam os valores quitados na segunda-feira (06.07), com fluxo de caixa do São Paulo, independente do dinheiro oriundo da venda dos jogadores.
Como ele disse que eu era um detrator, tentei entrar no debate e ele me mandou ficar quieto. Então fui obrigado a ser duro, gritar com ele no ar exigindo respeito e o colocando em seu lugar.
Aidar afirmou que vai me processar e, não contente com o show de horrores, afirmou que eu tinha ido à sua sala pedir para ele financiar meu “blog” e como ele não tinha dado dinheiro, eu passei a atacá-lo.
Vamos aos fatos:
Ninguém vai me mandar ficar quieto no ar, mesmo que seja o insignificante Carlos Miguel Aidar, que hoje ocupa um cargo da maior importância – sem merecê-lo – de presidente do São Paulo. Então respeito a liturgia do cargo, não quem o ocupa. Detrator? Vamos ver:
Fui a sala dele sim uma única vez, convidado que fui algumas vezes. Não estava só eu. Existiam mais duas pessoas, cujos nomes não vou revelar, mas que são sócios do São Paulo tanto quanto eu e, portanto, testemunharam tudo o que ocorreu lá nas duas horas e 15 minutos que conversamos.
Aidar fez questão de contar detalhes de seu relacionamento com Cinira, sua namorada, e até algumas particularidades que eu, eticamente, não vou externar; contou como começou sua trajetória para chegar a presidência do clube, afirmando estar ausente de todas as atividades do Tricolor há mais de dez anos, até das reuniões do Conselho e dos jogos. Disse particularidades sobre Muricy Ramalho, Luis Fabiano, possíveis contratações e jogadores que ele não renovaria o contrato. Me pediu off em tudo o que conversamos e eu, eticamente, atendi o pedido e nunca publiquei uma linha, apesar de saber, inclusive, que Muricy seria demitido em curto espaço de tempo, como realmente o foi.
No final da conversa, quando já íamos nos retirar, disse a ele que quando começasse a campanha publicitária do Sócio-Torcedor o Tricolornaweb se candidataria a receber a campanha, pelo que representa junto ao torcedor e ao sócio do São Paulo. Ele disse que avisaria Douglas Shwartzmann, vice-presidente de Marketing, sobre o assunto. Também pedi para que, quando a Under Armour passasse a ser a fornecedora de material do São Paulo (aliás, outra confidência que guardei comigo), eu pudesse apresentar o site para a empresa, a busca de patrocínio.
Portanto, em nenhum momento pedi para o São Paulo bancar alguma coisa no site ou coloquei o fator financeiro como sendo a balança do nível de comentários que faço aqui. Para quem não entendeu, não vinculei nem nunca vincularia falar bem ou falar mal em troca de patrocínio. E a Sabesp sabe bem disso que estou falando. Pois bati tanto na empresa que perdi o patrocínio. E, como dizem por aí, estou beijando o ombro para isso.
O Tricolornaweb tem honrosamente o patrocínio do Bradesco há cinco anos. Mas é um meio de comunicação e que, portanto, vende seu espaço. E seria óbvio que tivesse preferencialmente publicidade de empresas parceiras do São Paulo. Ou esperam que eu vá pedir patrocínio para a Adidas ou para a Nike?
Nunca fiquei nem nunca ficarei quieto para desmandos em qualquer setor do País. Não ficaria também para as coisas do São Paulo. Não espere, presidente Carlos Miguel Aidar, que o Tricolornaweb se tornará oposição pelo gesto tresloucado, longe de estar na altura do cargo que ocupa, praticado pelo senhor. O Tricolornaweb continuará sendo crítico, sim, como sempre o foi. Mas saberá enxergar as coisas boas, como sempre o fez.
A minha carreira, seja na época de Rádio Bandeirantes por dez anos, seja na Jovem Pan onde estou há 19 anos, e no Tricolornaweb, há 11 anos, é limpa, ética e íntegra. Nunca fui instigado a responder por qualquer ato de corrupção ou de falta de ética. Minha conduta permanecerá exatamente igual sempre foi, sem tirar nem por.
Quanto ao processo que ele vai mover contra mim, será só mais um. Mas peço ao presidente que se aconselhe com Juvenal Juvêncio, que patrocinou Geraldo & Cia em Cotia para me processar, e sabe bem no que deu.
Desculpem a carta e a extensão, mas devia esta explicação aos leitores do site.