A volta de Marco Aurélio trará novo fôlego ao São Paulo

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, finalmente uma atitude de bom senso da nossa diretoria, ou, mais especificamente, do presidente Leco. A saída de Gustavo Oliveira foi mais do que tardia. Mas há tempo de recuperação pela contratação de Marco Aurélio Cunha para ser o gerente de futebol do São Paulo.

MAC é unanimidade entre os torcedores. Os jogadores também gostam dele. Sua passagem pelo clube, nessa função, foi amplamente vitoriosa. Desta vez volta com a missão de salvar o time de um hipotético rebaixamento. Digo hipotético porque, em sã consciência, não estou entre os mais céticos que creem nessa possibilidade. Ele é do ramo, entende do que faz e será capaz de fazer tudo o que um tecnocrata não conseguiu fazer.

Entretanto é bom nos atentarmos para alguns detalhes. O novo estatuto do São Paulo está em fase de elaboração. Ele precisa ser modernizado para não ficarmos presos a algumas barreiras arcaicas. E Marco Aurélio Cunha é um exemplo disso. Ele está impedido de assumir qualquer função remunerada no clube por ser conselheiro. Não sei como será a fórmula jurídica que se encontrará para conjugar essas duas situações.

Além do mais, Cunha terá que ter paz e apoio da diretoria para trabalhar. Não basta Leco. Tem que ter apoio de Médicis, Jackobson e dos demais diretores. Os conselheiros precisam entender que o momento é crucial para o time e ele é o único nome, hoje, capaz de reerguer o elenco, acabar com os grupos e levar o São Paulo a dias melhores. Se isso vai acarretar em ganhos políticos para ele ou não para uma futura candidatura à presidência do clube é outro problema. Acho até que seria uma solução, mas não cabe discussão deste tema agora.

O farol foi aceso lá atrás. Em 2013 Muricy Ramalho foi chamado às pressas e chegou para salvar o time. Agora foi a vez de Marco Aurélio Cunha. Ou nossos principais dirigentes começam a trabalhar pelo São Paulo, esquecendo picuinhas políticas, ou a cartilha que nos ensina como ir à série B será relançada, sem ter outro super herói a ser chamado para salvar-nos do inferno.

A derrota no campo, na política, nos bastidores: um São Paulo arrasado!

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, o São Paulo perdeu do Palmeiras, algo que nem o torcedor mais fanático e cego admitiria como resultado anormal, e segue, agora, olhando para trás, ao invés de ver o horizonte na frente. A situação do clube está tão fora de controle que no dia do clássico, poucas horas antes, Gustavo Oliveira acerta com Leco sua saída. Não dava para ter feito isso semana passada, após o jogo contra o Coritiba? Não que eu entendesse que ele deveria continuar, mas deixasse, então, para hoje.

Gustavo Oliveira só repetiu o que fez Luiz Cunha, quando, no embalo da Libertadores e próximo a um grande jogo da semifinal, entregou o cargo e gerou nova crise política. E isso não me permite perdoá-lo de maneira alguma. Quanto a Gustavo, só foi mais uma atitude negativa.

No campo, aquilo de sempre: entrou jogando como time pequeno, dirigido por um técnico que pensa pequeno, e buscando uma bola. Encontrou essa bola no começo do segundo tempo. Mas, como todo time pequeno, tomou a virada sem muito esforço do adversário. Sei que no primeiro gol palmeirense Mina estava impedido. Também não entendi (sou ingênuo) a falta marcada por esse larápio Sandro Meira Ricci em Kelvin, no primeiro tempo, quando o São Paulo levava extrema vantagem e tinha chance clara de gol. Pensei que ele fosse expulsar o zagueiro. Mas nem cartão amarelo ele deu.

Mas nem isso explica nossa derrota. O time é fraco, muito fraco, e ainda não contávamos com Cueva – inacreditável, ele é o nosso diferencial – tínhamos um lateral improvisado, pois os dois da posição estavam suspenso e machucado e Rodrigo Caio saiu machucado no primeiro tempo. Carlinhos? Ah, esse é presidente do Reffis. No entanto foi a saída de Rodrigo Caio que colocou tudo a perder, porque Lyanco, que entrou no seu lugar, falhou nos dois gols.

Ricardo Gomes, o técnico medroso, perdendo o jogo, tira o inútil Luiz Araujo para colocar Daniel, e mantem os três volantes. O que aconteceu? Nada. perdemos o jogo.

Nos bastidores, o São Paulo continua sendo prejudicado em todos os jogos. Perdemos aquele glamour, aquela força que tínhamos no subterrâneo do futebol. Não, não quero que roubem para o São Paulo. Só quero que não nos prejudiquem. Juvenal Juvêncio, que, diria, tinha, sim, força nos bastidores. Mas sua briga com Ricardo Teixeira, seus desmandos no comando do clube, com a conivência e consentimento da imensa maioria dos conselheiros, levaram o São Paulo a este estado. Carlos Miguel Aidar, e agora Leco, só pioraram.

E na política? Depois do Conselho Deliberativo ter arquivado o caso Far East, transformou Jack Banafsheha no maior são-paulino de toda a história. Maior que Laudo Natel, Manoel Raimundo Paes de Almeida, Cícero Pompeu de Toledo e tantos outros. Jack, num gesto super heroico, abriu mão de uma comissão de 18 milhões de reais pelo bem do São Paulo. O Conselho entendeu não haver crime porque não houve prejuízo ao clube. Se esquecem – ou querem se fazer de ingênuos – que, politicamente, a tentativa de fraude caracteriza fator para expulsão dos envolvidos. Ao Ministério Público cabe instaurar – o que foi feito – a ação penal para punir criminalmente os envolvidos.

Quem sabe trazendo Marco Aurélio Cunha para o lugar de Gustavo Oliveira possa dar um novo alento à Nação tricolor. Afinal, pelo que me consta, é o único nome hoje que conta com unanimidade de apoio entre torcedores, sócios e jogadores, e com aceitação na maioria dos diretores e conselheiros.

De resto, oremos!

Conselho enterra Far East e leva consigo a imagem do São Paulo FC

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, o Conselho Deliberativo do São Paulo escreveu mais uma página triste em sua história nesta segunda-feira. Patrocinada pelo presidente da Comissão Disciplinar, José Roberto Opice Blum, corroborado pelo presidente da própria Casa, Marcelo Pupo, foi arquivado o processo que apurava fraudes no contrato da Far East com o São Paulo.
Na sentença final, Opice Blum disse: “Examinei os fatos e atos praticados pela diretoria executiva anterior. Em primeiro lugar, não há qualquer dúvida quanto da real e efetiva e existêcia da empresa Fair East, legalmente constituída e de propriedade do senhor Jack Banafsheha, com reconhecimento de firma na cidade de Los Angeles”.
É bom lembrar que muitos conselheiros suspeitavam de corrupção nesse caso devido ao acerto de uma comissão de R$ 18 milhões com a Fair East pelo fato de a empresa ter intermediado a negociação com a Under Armour, em dezembro de 2014.
Referente a 15% do montante de toda a negociação, o valor não chegou a ser pago porque o contrato não foi aprovado pelos conselheiros tricolores. Para se assegurar e evitar cobranças na Justiça, o departamento jurídico do São Paulo assinou um distrato em abril deste ano.
O presidente do conselho de ética ainda comparou o contrato com a Far East com o acordo fechado com Penalty pela gestão de Juvenal Juvênio, e que também gerou suspeitas.
O acordo havia sido assinado na gestão de Carlos Miguel Aidar, eleito em abril de 2014 e que renunciou em 13 de outubro do ano passado. Pelo que foi assinado, o São Paulo teria de pagar uma comissão de R$ 18 milhões a empresa, cuja sede fica em Hong Kong. O valor era equivalente a 15% de todo o montante que a fornecedora pagará ao clube.
O valor da comissão gerou um atrito no Morumbi. Membros da oposição e alguns conselheiros questionaram a forma como o acordo foi conduzido e acertado. A oposição acusava a namorada do ex-presidente, Cinira Maturana, de ter participado do acordo.
O Tricolornaweb denunciou tudo isso ao seu tempo. E foi peça chave para a renúncia de Carlos Miguel Aidar à presidência.
De lá para cá, no entanto, somente Roberto Natel, vice-presidente, Carlos Sadi, vice-presidente Social e de Esportes Amadores, Rodrigo Gaspar, assessor especial da presidência e Edson Lapolla, que está na área de Marketing, estão insistindo na apuração do caso. Os demais conselheiros se calaram. A própria falada combativa oposição nada fez. Nem na reunião desta segunda, quando a investigação foi sepultada.
E cobro aqui, também, do presidente Leco. Se não foi conivente foi, no mínimo, omisso. Está preocupado com sua reeleição em abril do próximo ano e não é de seu interesse manter a investigação numa coisa tão delicada, que poderia envolver alguns conselheiros em possível escândalo. Tenho escrever possível, pois o Conselho arquivou e o escândalo foi enterrado. Ou colocado no forno para a pizza.
Triste São Paulo. Desce, assim, mais um degrau em sua decência. Tristes conselheiros, que apoiaram ou se calaram ante essa decisão. Mostram que estão a serviço de suas vaidades, não a serviço da instituição.

O São Paulo continua deprimente: dentro e fora de campo.

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, a má fase do São Paulo parece não ter fim. Em campo, um horror. Fora dele, pior ainda.

O empate em 0 a 0 com o Coritiba confirmou o que muitos já vinha clamando: que temos um dos piores times de nossa história. Se olharmos o que estava em campo, veremos que isso é o melhor que temos, pois, se é que podemos considerar uma grande ausência, Rodrigo Caio não jogou. E esse mesmo time que empatou com o Coritiba, perdeu do Juventude na última quarta-feira. Logo, nosso time é medonho.

Faltam organização, esquema tático e qualidade técnica. Talvez eu não possa responsabilizar Ricardo Gomes que, apesar de não ser um técnico do meu agrado, chegou agora e pegou isso aí. Ainda não conseguiu dar a sua cara ao time. Terá agora dez dias até o próximo jogo, contra o Palmeira. Mas ali sim será difícil: além de ser o líder do campeonato, jogaremos na Arena, com torcida única e não teremos Buffarini (suspenso), Rodrigo Caio e Bruno (machucados), Lyanco, Mena e Cueva nas suas Seleções.

Fora de campo tudo vai muito mal, talvez pior ainda do que o time. Parte da torcida, aquela que se rotula como responsável pelas ações a favor do time, mas que não me representa, nem aos torcedores de boa índole, vai fazer uma manifestação e invade o CT, agredindo jogadores. Ou seja, perde a razão de tudo. Pior: sabe-se que a Independente usou a situação como pretexto para responder à decisão de Leco, que de forma absolutamente correta cortou os subsídios dados a este grupo de marginais.

Na política, a situação piora. Leco está pensando apenas em sua reeleição. Terça-feira passada houve uma reunião no Morumbi e quatro grupos políticos, que somam mais de 70 conselheiros, fecharam questão para apoio ao presidente. Mas nas entrelinhas não afastam a possibilidade de apoiar outro nome em 2017, caso algumas coisas não sejam feitas pela atual gestão. Na oposição, algumas lideranças se aproveitaram do momento e correram nas redes sociais bradando gritos de ordem, sem qualquer noção de coerência.

Mas o pior são os conselheiros, que em sua maioria se calam ante o acontecido. Ficam imóveis, amarrados que são pelo presente estatuto, mas também não procuram nada que possa mudar essa situação. E tem mais: alguns ainda acham que tudo vai muito bem e que o que está acontecendo é intriga da oposição.

Pobre São Paulo! E nós, que amamos este clube e nos doamos por ele, assistimos a tudo isso e somos impotentes para fazer valer uma solução.

A série B não está aí, não. Essa situação não cabe à nossa grandeza. Apesar destes que dirigem o São Paulo, nós, torcedores, somos mais fortes e maiores do que tudo isso. Nossa instituição é grande por demais e nunca descerá a este nível. Nós não permitiremos, com nossa força, que nem de perto isso aconteça.

Invasão com agressões e roubo: o que mais falta ao São Paulo?

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, a situação se agrava mais a cada dia naquele que outrora foi exemplo de clube, administração e verdadeiro campeão no futebol. Neste sábado as ditas torcidas organizadas invadiram o CT, agrediram jogadores, roubaram bolas e uniformes de treino e gritaram suas palavras de ordem de “Fora Leco” e “Devolvam-nos o que é nosso”. Esse protesto começou a ser orquestrado na última quinta-feira e ganhou muita força quando o ator Henri Castelli, reconhecidamente são-paulino, “viralizou” um vídeo na internet pedindo a concentração em massa e uma tomada de atitude dos torcedores.

Estou revoltado com o time e com a diretoria tanto quanto os torcedores que estiveram no CT. Apoio toda manifestação que seja feita na porta do CT ou nas arquibancadas neste domingo, no jogo contra o Coritiba. Não sei se o melhor caminho seria encher o estádio e vaiar os jogadores e a diretoria ou ir até o Morumbi, ficar em frente ao portão principal, vaiar a chegada do ônibus e não entrar no jogo, deixando o estádio vazio. As duas formas de protesto, na minha visão, seriam válidas e contariam com o apoio do Tricolornaweb.

Mas o que aconteceu foi ato de selvageria, de bandidagem. Não é admissível, em hipótese alguma, vermos ditos torcedores invadindo o CT, depredando o que é da instituição, agredindo jogadores e roubando objetos lá de dentro. Isso é coisa de bandido, de marginal, não de torcedor. Essa atitude fez com que os torcedores perdessem a razão do protesto que estavam fazendo.

Mas é fácil explicar essa invasão. Após aquela selvageria praticada pela Torcida Independente no jogo do São Paulo contra o Atlético Nacional, no Morumbi, o presidente Leco baixou determinação proibindo qualquer subsidio, fosse em ingressos ou em patrocínio, para as torcidas organizadas. Essa foi a resposta da Independente para isso. E nesse ponto, apoio integralmente o presidente Leco, pois este mal tinha que ter sido extirpado já na era Juvenal Juvêncio, que foi a que mais beneficiou essa corja de marginais.

Isso posto, reforço aqui minha ira contra o time, com a situação que estamos vivendo e contra a diretoria. Não dá para não culpar Leco por essa situação, pois em última análise, cabe a ele, como presidente, autorizar a contratação deste ou daquele jogador, deste ou daquele treinador. Cabe a ele indicar seus diretores.

Leco é culpado, sim, assim como Gustavo Oliveira, que não conseguiu montar um time decente para o São Paulo. Vou isentar, aqui, os diretor e vice-presidente de Futebol, que assumiram recentemente e já pegaram o bonde andando. Apesar de não concordar em hipótese alguma com a contratação de Ricardo Gomes, não posso, ainda, colocá-lo nesse balaio.

Temo que os fatos patrocinados pelas organizadas, que não me representam, nesse sábado reflitam sobre o desempenho do time neste domingo. E a vitória sobre o Coritiba é algo absolutamente obrigatório, ou vamos ter que nos preocupar, realmente, com o Z4 do Brasileiro, com chances enormes de entrarmos nele e não sairmos mais.

Com Gomes São Paulo foi mais defensivo do que com Bauza

Amigo sã-paulino, leitor do Tricolornaweb, o São Paulo saiu com um empate de Porto Alegre neste domingo graças a dois fatores: Denis, que fez uma partida excepcional, com defesas maravilhosas, e o erro de Valdivia, que cobrou um pênalti para fora. Não fosse isso teríamos amargado uma goleada.

Ricardo Gomes praticamente repetiu a tragédia que fez em 2010, quando disputamos a semifinal da Libertadores contra o Internacional e ele colocou, em Porto Alegre, o time totalmente recuado. Naquela dia perdemos por 1 a 0, apesar da excessiva retranca. Neste domingo, a única diferença foi que não perdemos. De resto, tudo igual.

É fato que o São Paulo estava ganhando até os 38 minutos do segundo tempo. Fez um gol “achado” no primeiro tempo, pois na única jogada de ataque do time, Hudson foi derrubado na área e Cueva converteu em gol a penalidade máxima. Não me lembro de mais nenhum ataque no primeiro tempo.

No segundo piorou. Com 1 a 0 no marcador, o time marcava para trás da linha intermediária do nosso campo. E o Inter ia encurralando o São Paulo e criando chances, que pararam nas mãos de Denis. Teve até bola no travessão. Estava claro que o empate era questão de tempo.

Ricardo Gomes tirou Kelvin, que fez uma partida horrorosa, para colocar Wesley. Sempre Wesley. E, como não poderia ser diferente, coube a ele perder a bola que originou o gol de empate dos gaúchos. É verdade que houve falta nele. Mas também é fato que Hudson estava impedido no lance que originou o pênalti a favor do São Paulo. Portanto, erro lá, erro cá.

Aos 46 minutos do segundo tempo Ricardo Gomes tira Hudson e Michel Bastos – outra porcaria – e coloca Gilberto e Carlinhos. Para que? Será que alguém consegue me explicar essas substituições faltando três minutos para o fim de jogo.

Claro que ainda sobraria a emoção do erro de Buffarini e o pênalti para o Inter, desperdiçado por Valdivia.

Não me lembro de Ricardo Gomes ter colocado um time para jogar ofensivamente. E não acho que será agora, que pegou um elenco moldado por Edgardo Bauza, claramente defensivo, que ele vai mudar seu estilo. Aliás, continuo afirmando que Ricardo Gomes foi imposição de Leco. E assim seguimos, num regime presidencialista supremo.

A derrota foi um cartão de visitas ao novo técnico

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, perder para o Botafogo no Morumbi, ninguém merece. Foi um verdadeiro cartão de visitas a Ricardo Gomes, que assume o time nesta semana com a obrigação de fazer esse elenco parar de passar vergonha e deixar a torcida vermelha – ou amarela – de raiva.

Aliás, este domingo tinha tudo para dar errado no Morumbi. A começar pelo uniforme, uma coisa horrível, nada a ver com nossa tradição e com nossas cores. Só um Conselho Deliberativo com as cabeças que temos lá poderia aprovar essa ideia estapafúrdia da Under Armour – e como está o contrato da Far East e o Jack – aliada ao nosso departamento de Marketing. Estão conseguindo nos igualar cada vez mais aos nossos rivais. Péssimas administrações consecutivas, longos anos sem um título importante e agora um uniforme cuja cor não tem nada a ver com o São Paulo. Só falta a série B para sermos exatamente iguais aos outros.

O jogo foi ridículo. O São Paulo até criou algumas chances, mas não aproveitadas. E tomamos o gol aos 49 minutos do segundo tempo. Falha coletiva da defesa, principalmente de Buffarini, herança de Paton, que tomou um drible da vaca e ficou a ver navios.

O São Paulo não tem meia. Cueva, que hipoteticamente poderia fazer esse papel, jogou aberto pela esquerda. Luiz Araujo, quando entrou, ficou pelo meio. Horrível. Foi para a ponta. Mal, muito mal. Kelvin desaprendeu a jogar. Thiago Mendes não acerta passe de dois metros. A ruindade contaminou João Schimidt, que também começou a errar tudo.

Quando fiquei sabendo que Ricardo Gomes houvera sido consultado para voltar, fiquei “p” da vida, me indignei e entendi um grande erro. Sei que parte do Conselho, englobando a diretoria, não é favorável ao seu nome. Mas é questão pessoal de Leco, que era vice-presidente de Futebol quando ele veio da França para o São Paulo. E o regime no Tricolor é o presidencialista.

De fato sua passagem pelo Morumbi não foi das piores. Pegou um time na 16ª colocação do Brasileiro – hoje está em 11º – e o levou à Libertadores, chegando nas últimas rodadas disputando o título; e chegou à semifinal da Libertadores. Mas não é o técnico dos meus sonhos. Aliás, quem seria o técnico dos sonhos aqui no Brasil? Tirando Cuca e Tite, para mim, é tudo a mesma coisa.

Que os bons ventos soprem positivamente para Ricardo Gomes e que ele consiga fazer esse time jogar, porque de amarelões e vergonhas, além da camisa ridícula, já estamos cheios.

Assembleia Geral: ótimas lições a serem tiradas

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, o SIM venceu e teremos um novo estatuto dentro de 120 dias. Mas a eleição deste sábado, que marcou o voto pelo SIM ou pelo NÃO dos sócios do São Paulo deixou lições que devem ser tiradas por todos. E, mais do que isso, compromissos que serão cobrados por nós dia a dia a partir de agora.

Durante a campanha de 20 dias situação e oposição se agrediram com terrorismo nas afirmativas, na defesa de seus argumentos e interesses. Houve algumas mentiras de lado a lado. Às vezes omissão de informação correta e clara do que significava cada uma das alternativas.

A oposição comemorou os votos que teve e acusou a diretoria de distribuir carteirinhas a rodo e só por isso ter vencido a contenda. A situação, por sua vez, disse que a oposição teve os mesmos votos que teve na última eleição e que não tinha crescido nada.

Na realidade, a oposição cresceu bastante. Afinal, na eleição de 2014, quando conselheiros foram eleitos e elegeram, depois, o nefasto Carlos Miguel Aidar, a oposição teve pouco mais de 30% dos votos. Neste sábado chegou a mais de 39%, perto dos 40%. Convenhamos, um crescimento de 30% no número de votos.

E isso foi um ótimo sinal. Nenhum clube, cidade, Estado ou País vai bem com oposição morta. O São Paulo só está na situação em que se encontra porque nos anos de Juvenal Juvêncio a oposição não existiu. Foi esmagada pela sanha de poder dos que, mais do que apoiar, eram verdadeiros cordeirinhos de Juvenal Juvêncio. Hoje não. A oposição se mostra forte, presente e é isso que o clube precisa para poder se reerguer. O que não quer dizer, entendam minha visão, que a administração Leco seja catastrófica. Não, avalio positiva até este momento.

Mas o SIM venceu. Assim tudo o que foi feito lá atrás acabou sendo chancelado. Mas isso é o que menos me importa. Afinal, não há como ressuscitar Marcelo Portugal Gouvea ou Juvenal Juvêncio para falar que o primeiro não poderia mudar o estatuto ou ver o segundo sentado na cadeira e mandá-lo sair de lá. Portanto, não havia muito a fazer. O mais importante é que teremos um novo estatuto, moderno e eficiente, em no máximo 120 dias.

Serei, e estou assumindo aqui o compromisso com o meu leitor, o canal de comunicação entre vocês, que não são sócios, e a comissão que será criada pelo Conselho Deliberativo, para apresentar as propostas para o novo estatuto. E mais: se sentir que as promessas de transparência para uma participação efetiva do sócio neste novo estatuto foram um engodo, liderarei todos os são-paulinos de bem e que, de alguma maneira, tem direito a voto no clube para dar um NÃO ao novo estatuto. Usarei a força do Tricolornaweb para isso, pois não admitirei que, depois da chancela que foi dada e da chance que temos para modernizar algo arcaico e casuístico, andarmos para trás.

Já antecipo algumas ideias que tenho e que vou apresentar, de modo geral: redução do número de conselheiros vitalícios, hoje em 160, para, no máximo, 120; seriam, então, 120 eleitos. E aqui reduziria drasticamente o número de eleitos pelo número baixo do título; mandato de conselheiros de quatro anos (hoje são seis); presidente também teria o máximo de quatro anos, podendo ser dois mais dois ou quatro direto, sem direito a reeleição. Possibilidade de todos os dependentes dos titulares de título votarem. Sobre a participação do sócio torcedor nesse pleito, preciso amadurecer um pouco esse pensamento, pois há agravantes e riscos que não podemos correr. Separação das tesourarias do Futebol e do Social, como era até o final dos anos 90. Profissionalização de vários departamentos, como futebol, jurídico, financeiro, comunicação, marketing e esportes amadores. Isso é só para começar. Serei muito duro na fiscalização e na cobrança. Ninguém me fará de bobo, pois se o fizer, estará fazendo toda a coletividade são-paulina de idiota.

Diretoria sim ou não + Bauza na Argentina = outra derrota

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, a equação está feita. Nem é, convenhamos um exercício de álgebra, pois é uma conta simples de somar, onde a ordem dos fatores não altera o produto. O São Paulo está à deriva, sem comandante e sem objetivo. Os jogadores entram em campo sem ter que responder para ninguém, afinal o técnico, que é quem manda, vai embora amanhã, e a diretoria, que deveria resolver logo a questão, está pensando no sim e no não de sábado.

Vamos lá. Fui ao Morumbi com absoluta convicção que sairia de lá lamentando mais uma derrota. É fato inegável que o Atlético-MG tem um time infinitamente superior ao nosso. Jogou completo. Então, seja no Horto, seja no Morumbi, vai ganhar quantas vezes jogar.

Até cheguei a me assustar, quando aos três minutos Chavez fez um golaço, mostrando a que veio. Parece ter sido uma belíssima indicação de Bauza e ótima contratação da diretoria – para não falarem que estou muito ácido -. Mas ele é o único centro-avante que temos, pois de bandeja perdemos Calleri e Kardec, enquanto Pedro é um garoto, subindo agora da base, e Centurion, que até fez bem esse papel, está indo embora.

A virada veio logo, ainda no primeiro tempo, fruto de suas falhas do São Paulo. No primeiro gol foi um tal de um cobre o outro e esqueceram que tinha jogador do Atlético livre entrando na área. Foi uma linha de passe, onde os quatro jogadores de frente do time mineiro tocaram na bola e a defesa e meio de campo do São Paulo só olharam e chegaram atrasados. No segundo gol a bola estava no ataque, com Thiago Mendes, que dá um drible errado, perde a bola, gera o contra-ataque e pronto. A meleca estava feita.

Bauza – ainda bem que vai embora – continuou absolutamente passivo no banco, como se nada tivesse ocorrendo. De forma irritante manteve o time, quando era evidente que já deveria sacar Wesley – que nem deveria ter entrado – e colocado Luis Araújo. Não. Ele fez isso aos 25 minutos do segundo tempo, quando resolveu correr atrás do prejuízo.  Só que já era tarde demais.

Mas Bauza não tem o que temer. Ele só ficou no banco hoje porque a diretoria pediu. Amanhã ele se apresenta na Argentina e um abraço. Se o São Paulo vai ser campeão, ou buscar vaga no G4 ou lutar para não cair no Z4 não lhe interessa.

E a diretoria? Já sabe há um mês que a chance dele sair do clube era enorme. Desde a primeira reunião com a AFA Bauza deixou muito claro que isso iria acontecer. A diretoria já deveria, por obrigação, ter um nome na gaveta, devidamente conversado e negociado, com a verdade sendo dita da condição do técnico argentino. Não, mais uma vez dormiu e o time está sem técnico. Menos mal que optou por colocar André Jardine como interino, pois ele conseguiu grandes resultados com o time da base.

Mas por que a diretoria dormiu? Porque há 15 dias não pensa em outra coisa que não o SIM ou NÃO, que estarão em votação neste sábado, para os sócios decidirem o futuro do São Paulo. São camisetas brancas do SIM para todos os lados, vermelhas do NÃO para outro lado, só se fala nisso e, garanto, tem muito conselheiro que nem sabe que o São Paulo jogou esta noite no Morumbi. Ou se sabe, porque estava no clube, não sabe quanto foi o jogo. O que vale é o SIM ou o NÃO.

Por isso tudo o time está minguando. Eu previ 12 pontos nestes quatro jogos: Chapecoense, Atlético-MG, Santa Cruz e Botafogo. De seis fizemos apenas um. Vou me dar por feliz se empatarmos em Recife e ganharmos do Botafogo, no Morumbi. E não sei, sinceramente, o que esperar de futuro para este time. Até porque, do que temos de melhor, só está faltando o Cueva. Ou alguém sentiu falta do Bruno e do Carlinhos?

Bauza se foi. E quem virá?

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, o São Paulo está sem técnico. Na noite desta segunda-feira Edgardo Bauza foi confirmado à frente da Seleção da Argentina e desligou-se do Tricolor. O Tricolornaweb foi o primeiro veículo de imprensa a dar essa informação, já às 14h39 de ontem, apesar da oficialização ter ocorrida somente às 19h30.

Bauza vai se apresentar na sexta-feira à AFA, o que significa dizer que ele ainda poderá dirigir o time quinta-feira, contra o Atlético-MG, numa espécie de jogo de despedida.

Não vou chorar a saída de Bauza, até porque seu cartel de resultados não foi dos melhores, mas é fato que ele poderia ser muito importante para nós na Copa do Brasil, pois é reconhecidamente um bom treinador para torneios no estilo mata-mata.

O que sei é que não virá um técnico do Exterior para dirigir o time no restante da temporada. A diretoria entende que seria perigoso trazer alguém que não conheça o elenco, a forma de disputa do Campeonato Brasileiro, o que poderia colocar em risco nossa trajetória até o fim do ano. Portanto a solução será um técnico brasileiro.

Também sei que o clube não dispõe de recursos para investir pesado e pagar multa contratual para tirar algum treinador de qualquer clube. Portanto, até onde apurei, será alguém que está desempregado e que conheça o elenco minimamente.

Dos nomes que estão por aí temos Abel Braga, Diego Aguirre e Wanderley Luxemburgo. Empregado, mas cuja multa não deve ser tão grande, tem Fernando Diniz. Há soluções caseiras como André Jardine ou mesmo Pintado. Mas essas opções caseiras me parecem descartadas pela diretoria. Alguns nomes como Muricy Ramalho e Milton Cruz tem sido citados por alguns sites, mas, pelo que apurei, estão completamente fora de cogitação por motivos óbvios: Milton acabou de deixar o São Paulo e Muricy não tem saúde para assumir o clube.

Conversei com o vice-presidente de Futebol do São Paulo, José Alexandre Médicis, e ele me disse que o nome está praticamente decidido, só restando alguns detalhes. A ideia é que ele seja anunciado entre hoje e amanhã e esteja no Morumbi, quinta-feira, para acompanhar a partida do time. Mas não me deu qualquer dica de quem é o escolhido.

Sugeri a diversos diretores o nome de Reinaldo Rueda. Mas negativa veio com explicação lógica: ele está numa final de Mundial Interclubes, com chance de aparecer na janela para o mundo. Não trocaria nada nesse momento para assumir qualquer outro clube.

Vamos aguardar, mas confesso que dos nomes que citei aí em cima, não tenho admiração por nenhum. Por isso tenho muito receio do que virá pela frente. Mas o Tricolornaweb está atento e será o primeiro a informar o nome do novo técnico.