Saída de Pato aumenta lista de altos investimentos e pouco retorno

A saída de Alexandre Pato do São Paulo, nesta semana, aumentou a lista de jogadores contratados com pompa e alto investimento pela diretoria tricolor, mas que não corresponderam às expectativas.

Alguns deixaram o clube sem render um centavo, outros estão emprestados sem previsão de serem utilizados no Morumbi novamente.

Uma consequência da gastança de um clube sob pressão, que não vence um título desde 2012.

Pato tinha longo e caro contrato com o São Paulo, até o final de 2022. Com a liberação do atacante, que havia se tornado reserva do time, a diretoria estima que deixará de gastar R$ 35 milhões que estavam previstos no acordo.

Entre 2015 e 2019, período que coincide com a maior parte da administração do presidente Carlos Augusto Barros e Silva, iniciada em outubro de 2015, o São Paulo investiu R$ 416 milhões na formação do elenco profissional, segundo estudo do banco Itaú BBA.
Só Flamengo (R$ 738 milhões) e Palmeiras (R$ 526 milhões) gastaram mais no período – ambos conquistaram taças relevantes desde então.

Esses gastos se acentuaram conforme a cobrança por títulos se intensificaram no Morumbi. Dos R$ 416 milhões, R$ 290 milhões (70%) foram utilizados entre 2017 e 2019. Não foram suficientes para tirar o São Paulo da fila.

Diego Souza chegou ao São Paulo em 2018 depois de ressurgir no Sport. Custou R$ 10 milhões e fez 17 gols em 59 jogos. Um ano depois, porém, pediu para ser emprestado ao Botafogo. Não renovou com o São Paulo e ficou livre. Hoje defende o Grêmio.

O meia Everton custou R$ 15 milhões ao ser contratado do Flamengo. Perdeu espaço nos últimos meses e, nesta semana, foi envolvido numa troca por Luciano, que estava no Grêmio.

Há jogadores ainda com vínculo com o São Paulo, mas que parecem já ter encerrado seus ciclos no clube. É o caso do goleiro Jean, que custou R$ 10 milhões, mas foi afastado ao se envolver num caso de violência doméstica em dezembro do ano passado – a ex-esposa o acusou de agressão numa viagem de férias. Ele está emprestado ao Atlético-GO.

O jovem Everton Felipe chegou como uma aposta para o futuro no São Paulo, que pagou R$ 6 milhões pelo jogador do Sport. Não rendeu e, desde o ano passado, já foi emprestado a Athetico-PR, Cruzeiro e Atlético-GO, onde está hoje.

Tréllez está no elenco de Fernando Diniz, mas não tem sido utilizado. Contratado do Vitória por R$ 6 milhões, jogou mal, foi emprestado ao Internacional, voltou e não encontrou outros interessados. Só foi reintegrado com o Paulistão em andamento, mas geralmente não é relacionado para as partidas.

Ídolo tricolor, Hernanes passa por situação parecida. O meia voltou ao clube após uma segunda passagem pela China por cerca de R$ 13 milhões. Nesta temporada, tem ficado na reserva e cogitou deixar o São Paulo – nesta semana, porém, resolveu ficar e tentar retomar um lugar no time.

Por outro lado, a atual gestão tricolor se mostrou uma boa vendedora. O clube, desde 2015, já arrecadou R$ 605 milhões com a venda de atletas, valorizando especialmente pratas da casa, como David Neres (R$ 85 milhões), Antony (74 milhões) e Militão (R$ 42,7 milhões).

O clube também se mostrou eficaz em recuperar investimentos em alguns medalhões. Pratto, por exemplo, comprado por R$ 20 milhões, rendeu cerca de R$ 37,5 milhões ao ser vendido ao River Plate.

 

Fonte: Globo Esporte

3 comentários em “Saída de Pato aumenta lista de altos investimentos e pouco retorno

  1. Entre 2016 e 2019, gestão Leco, contratamos 60 jogadores. No período todo apenas 12 podem ser considerados casos de sucesso, alguns sendo bem otimista.

    80% de contratações fracassadas ou de baixo retorno esportivo e financeiro. Motivo mais do que suficiente para uma demissão se fosse em empresa privada.

  2. Com esses investimentos, com TIR negativa, qualquer CEO, CFO e alta diretoria estaria demitida em uma empresa. Até quando, nao iremos tomar decisoes de contrataçoes por TIR e NPV?\

    #ForaRai

  3. Então. . .
    E quem fica nas redes sociais insuflando a diretoria a trazer de volta jogadores como o Pato, que custam os olhos da cara na contratação; exigem contratos longos, por conhecerem suas reais condições esportivas (fim de carreira) e salários astronômicos pelos padrões brasileiros.
    Poucos – muito poucos – tiveram a ousadia de criticar tais contratações antes que elas ocorressem. A imensa maioria fez pressão sobre a diretoria para repatriar Luís Fabiano, Hernanes, Pato, que vieram, fora outros, como o Miranda, que acabaram não vindo.
    Poucos, como eu, tiveram a ousadia de criticar a perda do Gilberto, que saiu de graça após ser um dos principais goleadores da equipe mesmo jogando apenas alguns minutos por partida e ganhava menos de um terço do que o Pato ganha, sem contar, ainda, que não teve custo na sua contratação. Talvez ele não tivesse a grife necessária para ser atacante do S.Paulo.
    E aí o clube quebra por tanto negócio ruim e caro. Quebra pelos contratos longevos que acabam sendo cumprido com os atletas jogando por outros clubes e recebendo salários do tricolor. Quebra pelas maracutáias que, com certeza, devem ter envolvido tais negócios (só isto explicaria tanta ignorância e malfeitos.
    Se algum dia alguma escola de formação de negócios precisar de um case sobre como não se deve dirigir uma empresa/clube, não existe outro melhor do que estudar a administração do São Paulo Futebol Clube nos últimos 10 anos.
    É de envergonhar uma cidade; um estado; um país. . .

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