Para receber mais por Lucas, Tricolor está de olho no euro

O São Paulo não ficará de olho apenas na tabela do Campeonato Brasileiro na próxima semana. Outros números também influenciarão o clube, mais especificamente, o cofre. O depósito do Paris Saint-Germain (FRA) pela compra de Lucas deve cair até sexta-feira, e o valor em reais será correspondente à cotação do euro no dia da transação bancária.

Na última quarta-feira, a diretoria anunciou o negócio de 43 milhões de euros, a maior transferência da história do futebol nacional. Valor que, na cotação do dia, daria cerca de R$ 108 milhões, dos quais o Tricolor tem direito a 75% (o restante é do jogador e empresário).

Apesar de a quantia já ser grande, o departamento financeiro do clube torce para que o mercado internacional faça com que o valor do euro em relação ao real suba nessa próxima semana. Afinal, qualquer pequena alteração na cotação pode interferir até em milhões na conta final da venda do atacante, que disputa neste sábado a final da Olimpíada e pode conquistar o ouro para o Brasil.

No entanto, nesta sexta-feira a moeda europeia fechou avaliada em R$ 2,47. Dois centavos a menos do dia do anúncio da saída de Lucas. Com isso, o valor total da venda cai para R$ 106.210 milhões, e os cofres do clube receberiam hoje R$ 79.657 milhões. Quase dois milhões a menos do que na última quarta-feira.

Segundo os especialistas, o mercado financeiro passa por um momento de calmaria e não deve ter grandes variações. No Morumbi, a notícia de uma disparada do euro seria muito bem recebida.

Lucas pode ter de conviver com 75% de imposto

São Paulo e Paris Saint-Germain (FRA) divulgaram o valor da transação (43 milhões de euros), mas não citaram qual será o novo salário de Lucas. No entanto, certamente, o camisa 7 do Tricolor receberá mais de um milhão de euros por ano, o que pode fazer com que ele encontre um alto imposto.

O recém-eleito presidente François Hollande pretende colocar em prática uma proposta para que qualquer pessoa que ganhe um salário milionário anual seja taxada em 75% dos vencimentos. Essa foi uma das promessas de campanha, que pode ser colocada em prática a partir de janeiro de 2013, justamente quando Lucas irá começar a jogar pelo PSG, já que ele ficará no Tricolor até dezembro desta temporada.

Caso a medida entre em vigor, para que o salário de Lucas seja o mesmo que foi acordado no início da semana em Paris, o clube francês teria que arcar com todas as despesas do imposto. Sendo assim, eles pagariam um valor muito mais alto a cada atleta de seu milionário elenco.

O sueco Ibrahimovic, por exemplo, irá receber cerca de R$ 30 milhões por ano. Caso o PSG pague as despesas com o governo, o salário do badalado atacante, também contratado nesta janela, chegaria a cerca de R$ 120 milhões.

Com a palavra, Fernando Ribeiro, professor de Economia da PUC:

O acerto feito entre São Paulo e PSG não é comum no mercado. Normalmente, quando existe um negócio as partes fecham com a operação de câmbio no dia para hão haver problemas. Mas a situação do euro é estável e não vejo muitos riscos neste momento para ambos.

Sobre a taxa de 75%, como economista, acho que deveria ser até mais. Cabe ao Estado fazer a distribuição da produção, coisa que o mercado não faz. Do ponto de vista do jogador, ele tem opções. Os Rolling Stones, por exemplo, têm empresas em paraísos fiscais. A tributação na Inglaterra é alta.
Fonte: Lance

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*