O Corinthians de hoje poderia ter sido o São Paulo de ontem, mas pode ser o de amanhã.

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, os ventos sopram e sujeira se levanta. Vezes por aqui, vezes acolá. O fato é que, com a tecnologia que o mundo detém, dificilmente um crime, hoje, fica impune. No campo da política, ainda que a esportiva, tendo essa tecnologia como aliada, quando há vontade e decência política e participação ativa de polícia e Ministério Público, não há como alguém ficar impune, se crime tiver cometido.

Os fatos que vieram à tona no Corinthians, levando o time de Itaquera a uma crise jamais vista – sim, entendo ser maior que a do ano do rebaixamento – mostraram o que há por trás do contrato com a agora ex patrocinadora do time, com a participação de “laranjas”, comissões a empresas intermediadoras, com diretores acusados, muitos demissionários, presidente prestes a sofrer impeachment, outros patrocinadores saindo por não sentir respeito na marca Corinthians após os fatos que foram denunciados, jogadores rescindindo contratos, dívida assustadora que ultrapassa R$ 2 bi. Enfim, terra arrasada. Um novo “Cruzeiro” surgindo no mercado.

Mas o que tudo isso tem a ver com o São Paulo? Voltemos no tempo.

Em 2015, durante o mandato do nefasto Carlos Miguel Aidar, a diretoria tentou uma negociação com a Under Armour colocando uma tal de Far East como intermediadora, de um tal de Jack Banasfeha, para receber módicos R$ 18 milhões de comissão. Esse contrato tinha como signatários, além do próprio presidente Carlos Miguel Aidar, Júlio Casares, então vice-presidente de Marketing; Douglas Schwartzmann, então diretor de Comunicação e Marketing; Leonardo Serafim, então diretor Jurídico; e Osvaldo Abreu, então diretor Financeiro.

O escândalo, revelado com exclusividade, à época, pelo Tricolornaweb, causou, aliado a outros crimes, como a estranha aquisição de Iago Maidana – vendido pelo Criciúma ao Monte Cristo, de GO, por R$ 200 mil num dia e ao São Paulo, no dia seguinte, por R$ 2 milhões) – a renúncia de Carlos Miguel Aidar, que o fez por sugestão de outros advogados para não ser “impichado”.

Tivesse o Conselho Deliberativo, sob a presidência de Marcelo Pupo, levado o caso à frente, certamente esse senhores teriam sido expulsos do Conselho Deliberativo e a Polícia poderia fazer seu trabalho. Mas não, Pupo e os conselheiros preferiram jogar tudo para baixo do tapete, sacrificar Carlos Miguel Aidar e Ataíde Gil Guerreiro por uma briga, não pelo escândalo.

O então conselheiro Newton Ferreira entrou com uma ação na Justiça pedindo investigação sobre o caso. O Ministério Público foi a fundo. Quebrou o sigilo bancário de todos eles. Descobriu, por exemplo, um cheque que saiu da conta de Cinira Maturana, namorada de Carlos Miguel Aidar, para sua conta, naquele momento da compra de Iago Maidana.

Com a investigação concluída, a Justiça procurou o São Paulo, então vítima, perguntando se ele se sentia lesado por tudo isso. E quem foi que respondeu pelo clube? Leonardo Serafim, que disse que o clube não foi lesado. Inacreditável, mas o investigado responde se a investigação sobre ele deve continuar ou não.

Aliás, nesse quesito, passado alguns anos, Newton Ferreira acabou sendo expulso do clube por pura perseguição política, ate porque ele continuou com o processo e postando em suas redes sociais verdades inabaláveis sobre as administrações do clube.

Entenderam por que o Corinthians de hoje poderia ter sido o São Paulo de ontem? E por que pode ser o de amanhã?

A resposta pode ser simples. Todos aqueles que estavam na diretoria de Carlos Miguel Aidar orbitam a atual diretoria. Júlio Casares presidente, Douglas Schwartazmann o “dono” de Cotia, ou seja, da base; Leonardo Serafim o diretor jurídico de fato – não de direito – e Carlos Miguel Aidar, um consultor sempre presente com suas opiniões, acredito, nocivas ao clube.

Com isso estou querendo dizer que eles estão roubando o clube? De maneira alguma. Apenas que não tem legitimidade moral, em face do que descobriu o Ministério Público (lembro que o processo está arquivado pela indecente pessoa colocada para responder ao questionamento da Justiça).

Além do mais, o clube tem uma dívida impagável, com valores totais chegando próximos aos R$ 800 milhões, buscando, agora, um tal Fundo Garantidor ou Investidor, para obter R$ 250 milhões e alongar as dívidas bancárias, amortizando os juros. Mas quem vai gerenciar esse Fundo? Marcio Callomagno, o mesmo que está ao lado de Douglas em Cotia e que aparece com um cargo de superintendente da presidência (nunca vi algo assim).

Enfim, os amigos se ajudam, se completam, mas afundam uma instituição. Por tudo isso, o São Paulo conseguiu, por meios escusos, não ser ontem o Corinthians de hoje, mas está no caminho de sê-lo amanhã.

São Paulo faz dever de casa e atinge patamar que poucos esperavam no Brasileiro

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, o São Paulo venceu mais uma. Agora, fazendo a lição de casa, bateu o Cruzeiro no Morumbi e atingiu o G4, em quarto por um gol de diferença no saldo para o Botafogo e apenas um ponto atrás de Flamengo e Bahia. Convenhamos, poucos esperavam essa desenvoltura do clube.

Vou ser repetitivo, mas como já disse em editorial passado, tudo tem a ver com Zubeldía. Neste domingo o São Paulo tomou um verdadeiro baile do Cruzeiro, pois após fazer o primeiro gol, logo a quatro minutos, o time se desconcentrou e se não fosse Rafael, a coisa teria ficado ruim.

Moreira uma grande decepção. Tomou um verdadeiro baile pelo seu setor. Mas culpo aqui a falta de assistência de Juan, que cobria o lado direito, para ajudá-lo e a ineficácia de Bobadilla, que também caía por aquele setor. Isso acabou prejudicando o próprio Arboleda, que tinha que sair da área para dar cobertura e abria um buraco por ali.

Zubeldía, que tinha entrado com o time certo – eu só entraria com Ferreira no lugar de Juan – demorou para perceber. A contusão de Moreira, com entrada de Ferraresi melhorou um pouco e depois, a expulsão do lateral do Cruzeiro, fizeram o São Paulo sair um pouco do sufoco. Porém Zubeldía deveria ter mexido já no primeiro tempo.

Menos mal que ele viu bem o jogo, mostrou que é um técnico de verdade e mudou tudo. Voltou para o segundo tempo com Luiz Gustavo, no lugar de Bobadilla, por questões técnicas, e Diego Costa no de Arboleda, por questões físicas. O time se encorpou, até porque passamos a ter um primeiro volante, o que liberou Alisson para flutuar um pouco mais e fizemos prevalecer o mando de campo e um homem a mais.

Daí para o segundo gol e a administração do resultado foram caminhos naturais e o São Paulo chega a 11ª partida invicta – dez com Zubeldia e uma com Milton Cruz. Mais do que isso, chega numa posição do Brasileiro que poucos acreditavam que pudesse ser possível. Eu, como um conservador, prefiro olhar para trás e ver que estamos oito pontos acima do Z4 e que faltam 34 pontos para afastarmos de vez esse risco.

Vão me xingar, que eu sei. O problema é que depois de ter sido criado e vivido torcendo para um time que entrava em todos os campeonatos brigando pelo título, sofri nos últimos anos tendo que fazer essas contas malignas. Então, peço desculpa a todos, mas esse estado de incompetência que se instalou no São Paulo nos últimos anos me impõe esse sentimento. Mas que estou muuuuuuuuuuuuuuito feliz, isso não se discute.

Zubeldía já está fazendo a diferença no São Paulo

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, a vitória do São Paulo sobre o Talleres nos trouxe uma certeza: Zubeldía já está fazendo a diferença. Sua intensidade é tão grande que não permite que os jogadores, o que olham para ele no banco, fiquem acomodados.

Pode ser que ele nem tenha uma estratégia tática brilhante. Pode ser que ele nem seja o grande técnico que imaginamos. Porém ele joga junto com o time e isso está fazendo do São Paulo um propenso candidato ao título da Libertadores.

Pego dois momentos deste jogo contra o Talleres: no gol de Luciano ele correu como um louco para abraçar e comemorar com o jogador, fez o que todos os torcedores enlouquecidos faziam naquele momento; depois, num eventual contra-ataque do Talleres que começaria pelo lado esquerdo da defesa argentina, ele saiu do banco e por pouco não invade o campo interceptando o lateral do Talleres. O rapaz ficou tão assustado que até parou no lance.

Isso é muito importante para compensar o elenco mediano que temos. Não canso de repetir que o São Paulo tem um bom time, mas o elenco ainda é sofrível. Assim como o ano passado, vamos acumulando centroavantes reservas para o Calleri, mas nenhum com possibilidade real de jogar ou mudar, eventualmente, o resultado de um jogo.

Alguns jogadores se destacaram nessa vitória. Começo pela defesa onde Arboleda e Alan Franco – principalmente o argentino – não permitiram qualquer chance para o Talleres; passo pelo meio de campo onde Alisson continua sobrando; e sigo no conjunto da obra, pois o time começa a mostrar que está entendendo as opções táticas do técnico.

E é fato que chegamos no final da fase de grupos da Libertadores onde ninguém, há 45 dias, imaginaria estar. Com Carpini, a conta era de que seríamos eliminados na fase de grupo. Com Zubeldía, se tem quase certeza que vamos passar pelas oitavas.

Enfim, se muitos dizem que um grande time se começa com um grande goleiro, entendo que de nada adianta ter isso se não houver um cara do tipo Zubeldia comandando o elenco.

Zubeldía acertou em escalar reservas contra Águia de Marabá

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, o São Paulo venceu, sem problema algum, o Águia de Marabá por 2 a 0, com time reserva e sem dar sustos. Aprovo integralmente a decisão de Luiz Zubeldía em colocar o time suplente, principalmente ao dar minutos para Lucas e Rodrigo Nestor.

Aliás, vinha defendendo desde a semana passada essa escalação. As notícias que vieram do CT esta semana, no entanto, davam conta de que o técnico argentino colocaria o time titular, pois temia deixá-los sem ritmo por ficarem 15 dias sem jogar. A última partida foi contra o Barcelona-EQU quinta-feira da semana passada e ficariam até quarta-feira que vem, quando o time enfrenta o Talleres, sem jogar.

Até aceitei os argumentos que eram usados, mas entendo que 15 dias não tira o ritmo de jogo de um time que joga junto há algum tempo. Além do mais, a partir de quarta que vem, virá uma sucessão de jogos, sempre dois por semana, do Campeonato Brasileiro. E o São Paulo anda vai ter que jogar sem alguns de seus titulares, convocados para suas Seleções para a disputa da Copa América. Portanto, decisão muito acertada de Zubeldía.

Dos jogadores que estiveram em campo gostei muito do Moreira, lateral que, em minha opinião, deveria ser o titular do time; Luiz Gustavo, por mais que não tivesse trabalho com a marcação, fez o arroz com feijão com a distribuição do jogo pelo meio de campo; Rodrigo Nestor, que fez uma partida espetacular, levando muito a sério aquilo que alguns não levariam; e Lucas, de quem sou muito fã e admirador e torço com veemência para que as contusões não voltem e ele engrene, de vez, pois será extremamente útil ao time.

Zubeldía, enfim, vai conhecendo o elenco e sabendo com quem pode e com quem não pode contar. Vai mesclando jogadores, alternando posições no decorrer do jogo e conseguindo manter sua invencibilidade à frente do time.

Que os bons ventos continuem soprando.

Noite de ponto fora da curva

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, a noite de quinta-feira no Morumbi nos jogou um balde d’água fria na empolgação que começamos a ter com o time. O empate contra um time medíocre como o Barcelona de Guayaquil nos fez retornar à realidade.

Julgo um ponto fora da curva no trabalho que Zubeldía vem realizado. E não o estou culpando pelo empate. Ele até tentou mudar jogadores, trocar posição no ataque, colocou o time ultra ofensivo, mas não conseguiu furar o bloqueio equatoriano. Uma pela falta de criatividade; mas também pela total ineficiência do nosso ataque quando Calleri não está em campo.

A disposição tática do time foi muito clara: ele deixou Alisson e Galoppo no meio de campo e formou uma linha de quatro na frente, com Michel Araújo, Luciano, André Silva e Ferreira. Ainda por cima contava com descidas alternadas de Wellington e Igor Vinicius. E para aumentar o volume, Alan Fraco, não poucas vezes, apareceu na frente da área adversária.

Com tudo isso o São Paulo passou o primeiro tempo sem sequer incomodar o goleiro do Barcelona. Michel Araújo tentava algumas investidas pela direita, mas faltava o último passe. Ferreira, do outro lado, até levava perigo, mas também faltava a conclusão. Luciano e André Silva trombavam um com outro, sem espaço (Calleri sempre abre espaço para alguém). A bola batia na defesa do Barcelona e voltava. E às vezes, ainda, éramos pego em contra-ataques, muitos dados por erros do São Paulo.

No segundo tempo, quando se imaginava que o quadro poderia mudar, o São Paulo foi amassado pelo Barcelona nos primeiros cinco minutos, só conseguido equilibrar depois disso. Mas continuou se entrar na área adversária.

Zubeldía colocou Lucas e Juan. Então, com Juan, o São Paulo chegou a ter uma chance clara de gol. Só que e, cara a cara com o goleiro, praticamente recuou a bola. E Lucas, bem, está completamente fora de ritmo.

De resto as outras substituições de Zubeldia, com Erick, Luiz Gustavo e Moreira, não foram suficientes para tirar o sono do São Paulo e provar, mais uma vez, que soberba não dá vitória. Porque foi exatamente isso o que aconteceu. O São Paulo estava desconcentrado, achando que ganharia o jogo a qualquer momento. E na vida, ou se leva a sério o que se faz, ou passa vergonha. Por isso as vaias dos 50 mil torcedores presentes no Morumbi se fizeram ouvir.

Não voltei dos 80 aos 8, porque não cheguei nesse pico de euforia em nenhum momento. Mas como disse no editorial passado, o coração estava começando a se aproximar da razão. Digamos que ele voltou ao lugar onde costuma ficar.

Mais uma virada com mérito. E o time vai se encorpando.

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, o São Paulo ganhou mais uma vez de virada, nesta segunda-feira, no Morumbi. Saiu perdendo para o Fluminense, mas empatou logo após sofrer o gol e virou no segundo tempo. Isso já houvera ocorrido com o Águia de Marabá e o Cobresal, pela Copa do Brasil e Libertadores, respectivamente.

Por mais que isso nos traga algum susto ou desconfiança, mostra, por outro lado que o time está se encorpando, não entra em parafuso quando sofre o gol e consegue forças par buscar o resultado. Isso tem muito a ver com a energia e a confiança que Zubeldía passou para o elenco, pois se ele ainda não teve tempo de treinar o time para impor seu pensamento tático, substitui com muita vibração na beira do campo.

O técnico argentino parece ter encontrado o time base do São Paulo, ao menos enquanto titulares não estão aptos a jogar. Ele tem repetido essa escalação, mas fica claro que Pablo Maia, Wellington e Lucas serão titulares, quando estiverem aptos, sem contar Calleri.

Sendo assim, por mais que o Fluminense tenha vindo com time misto, vamos combinar que nós também estávamos, pois só aí em cima listei quatro jogadores que estão fora por lesões, além de Michel Araújo, que tem sido titular, suspenso.

Não quero dizer com isso que temos um grande elenco, que vamos disputar todos os títulos este ano. Mas, pelo menos, não vamos sofrer com proximidade do Z4. Aliás, estamos no G6.

Destaco nessa partida Luciano. Fez um gol anulado, brigou, como sempre, mas, principalmente, desequilibrou o Fluminense. A atitude dele indo buscar uma bola para cobrar rapidamente o lateral, sem cumprir o far play, tirou Fernando Diniz e o time do Fluminense do equilíbrio. O técnico foi expulso e o time carioca ficou perdido. Isso ocorreu nos últimos segundos do primeiro tempo. No segundo, só deu São Paulo.

Aliás, o jogo inteiro foi de domínio do São Paulo, pois Fábio foi exigido três vezes, tivemos gol anulado, e Rafael foi apenas expectador do jogo. Isso implica dizer que o São Paulo fechou bem os espaços, sufocou o Fluminense em sua saída de bola, provando mais uma vez a fragilidade do sistema defensivo dos times de Diniz, e fez por merecer a vitória.

Continuo freando minha empolgação e, sem coração mas com razão, não vejo o São Paulo campeão de nada este ano. Porém, o coração está começando a gritar e tentando ultrapassar a razão. Ou melhor: se tornar a razão.

São Paulo consegue classificação pouco provável, outrora, na Libertadores

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, o São Paulo venceu o Cobresal, de virada, por 3 a 1, em Calama e garantiu, matematicamente, sua classificação às oitavas-de-final da Libertadores. Outrora algo pouco provável, nas mãos de Thiago Carpini, hoje absolutamente possível e plausível com Luís Zubeldía.

É bem verdade que jogamos contra um time que parece semiprofissional. O que me assusta é que, mesmo assim, conseguimos sofrer. Tomamos um gol em saída de jogo errada de Alisson e Bobadilla e péssima cobertura de Igor Vinicius, porque o time estava de salto alto, pensando que resolveria a parada a hora que quisesse. Até foi assim, só que não precisava dar sustos.

Rafael não pegou uma única bola, o que prova a total deficiência de ataque do time chileno. Já o nosso ataque parecia muito estranho. Um posicionamento, a meu ver errado, que Zubeldía impôs a Ferreira e Michel Araújo tornou o ataque fraco e quase ineficiente. Michel Araújo ficava aberto pela ponta direita e Ferreira embolava pelo meio, com Luciano e Calleri. O time, portanto, ficou penso pelo lado direito.

No momento que Michel Araújo veio para a esquerda, fez a jogada que originou o gol de Luciano. Aliás, Luciano foi eleito pela Conmebol como o melhor em campo. Também seria por mim, não fosse o grotesco gol que ele perdeu, num contra-ataque sem zagueiros, só ele e o goleiro. É inadmissível atleta profissional perder um gol destes.

Bem, com problemas no time, Zubeldía consertou o que ele mesmo tinha feito de errado no posicionamento: tirou Michel Araújo, Ferreira e Bobadilla e colocou Rodrigo Nestor, Erick e Galoppo. Isso incendiou o time. Rodrigo Nestor entrou muito tem dando mais posse de bola, com mais qualidade e objetividade. Foi dele o segundo gol. Um golaço.

Aí o time chileno teve que se abrir um pouco mais. O técnico deles colocou três atacantes numa pancada só. Abriu campo para o São Paulo. E num lançamento primoroso de Alisson, toque mais genial ainda de Erick, Calleri fez o terceiro gol e matou o jogo.

Agora teremos dois jogos em casa para decidir o primeiro lugar do grupo. Nossa campanha fora só não foi excepcional porque perdemos na estreia, com Carpini, do Talleres. Mas nos recuperamos bem e estamos classificados por antecipação.

Por mais que eu queira o primeiro lugar, o time pode olhar, agora, com mais atenção o Campeonato Brasileiro. E isso nos dá a certeza de Zubeldía transmitiu energia a esses jogadores e recolocou o São Paulo nos trilhos.

A única coisa que tenho que lamentar nesse momento foi mais uma humilhação sofrida contra o Palmeiras. No Sub-20 do Campeonato Brasileiro tomamos de 5 a 1, em Cotia e estamos na “honrosa” 19ª colocação, ou seja, penúltimo lugar. Parabéns Douglas Schwarzmann e Belardo pelo brilhante desserviço que vêm prestando em Cotia. Talvez o trabalho de vocês sirva para outros objetivos um pouco mais escusos e nada tenha a ver com a tradição do São Paulo.

São Paulo consegue boa vitória, mas o assunto que dominou foi James Rodrigues

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, o São Paulo foi a Salvador e venceu o Vitória por 3 a 1, num jogo daqueles que classifico como “vencíveis” e compensa a derrota para o Flamengo fora de casa. Num campeonato por pontos corridos, para sermos campeões, precisamos vencer, na média, todas em casa e empatar todas fora. Quando perdemos alguma partida “perdível”, precisamos ganhar uma “ganhável”. O que não se recupera são os pontos perdidos no Morumbi, tipo Fortaleza.

É evidente que a expulsão do zagueiro do Vitória (muito asno) logo aos cinco minutos facilitou muito o trabalho do São Paulo. Acho até que Zubeldia demorou um pouco para alterar o time, pois só aos 29 minutos colocou Galoppo no lugar de Bobadilla.

Mas tudo se desenvolveu bem, Luciano estava em tarde inspirada e o time ainda teve que tomar alguns cuidados, graças ao péssimo gramado do Barradão.

Mas na coletiva pós jogo, mais do que o posicionamento do time, da escalação de três zagueiros e, teoricamente, três volantes, o que se abordou com Zubeldía foi a ausência de James Rodrigues. No começo da transmissão eu falava não entender a situação do colombiano, pois não estava relacionado para o jogo, nem constava na lista do Departamento Médico.

Zubeldía foi taxativo: “Eu tomo decisões em relação ao que vejo e para isso estou aqui, para tomar decisões. Se não está o James, é porque considero que tem que estar outros companheiros. (…) Tenho clara qual é a minha profissão e tenho clara qual é a minha responsabilidade. Um treinador vive tomando decisões, e tratamos junto com o meu estafe que essas decisões sempre sejam em favor do grupo e que sejam, em sua maioria, positivas.”

Respondido. Mais um treinador que não encaixa com James Rodrigues. Foi Dorival, depois Carpini e agora Zubeldía. Como é que um técnico vai escalar um jogador que não treina que vive com dores em todos os lugares, em detrimento de quem está lá, ralando todos os dias?

Quando James Rodrigues pediu a rescisão do contrato com o São Paulo fiz um editorial dando graças a Deus e fazendo duras críticas a ele. Fui xingado nas redes sociais. Me acusaram de estar sendo pago pela diretoria para proteger Carpini e desbancar o bebezinho colombiano. Acho que agora deu para perceber que eu não estava sendo pago por diretoria alguma. O cara realmente é um vagabundo, que já ganhou muito dinheiro por aí e não tem o mínimo respeito pela camisa do São Paulo. Aliás, por camisa de time nenhum. Só quer jogar na Seleção da Colômbia. E o São Paulo continua fingindo que paga e ele fingindo que joga.

James Rodrigues é o novo escândalo do São Paulo. Após Daniel Alves (presente de Leco), recebemos esse ser, imposto ao clube por Giuliano Bertolucci e estamos pagando quase R$ 3 milhões por mês para esse ser nocivo ao clube.

Mas, como no Brasil não existe lei que obrigue o dirigente de futebol a colocar seu patrimônio como hipoteca do clube para cobrir gastos mal feitos, o São Paulo que se dane. Assim foi – está sendo – com Daniel Alves. Assim é -e será – com James Rodrigues.

Parabéns, Júlio Casares. Você é igual – ou pior – que o Leco.

Zubeldia testou o elenco e viu com quem pode contar. E com quem não pode.

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, desnecessário dizer que o São Paulo cumpriu sua obrigação e venceu o time do Águia de Marabá por 3 a 1, em Belém. Que me desculpem os paraenses, mas com um trio de zaga mais gordo do que eu, não dava para esperar algo melhor deste time.

E olha que ainda saíram na frente, quando já estavam com um a menos. Mas o empate veio na sequência e a virada ainda no primeiro tempo, o que colocou as coisas em seus devidos lugares. Sim, dois gols de Juan e um cala a boca para quem só fala mal dele, inclusive eu. Vou continuar criticando para ver se ele continua me fazendo calar a boca. Vai ser bom demais.

O importante é que Zubeldia fez o que todos nós esperávamos, ou seja, descansou os titulares – muitos nem viajaram para Belém – e colocou todos os reservas em campo. Foi ótimo para um técnico que está chegando agora e só conseguiu ver esses atletas atuando em treinamentos. Num jogo para valer, por mais que o adversário seja um time semiprofissional, sempre o que se pode observar é diferente de um treino. Assim sendo, ele pode sentir com quem ele vai poder contar nesse elenco. E também com quem não vai dar certo.

Moreira, por exemplo, é nome certo. Para mim seria titular da lateral direita, com a ausência de Rafinha. O problema é saber quantos jogos ele aguenta sem se contundir; Patryck também é nome certo, para não ser utilizado, ou seja, o oposto de Moreira. Nem num jogo destes, onde o adversário não tem a menor noção de marcação, ele se arrisca ir à linha de fundo e fazer um cruzamento, ou mesmo dar uma assistência. Cada vez mais tenho certeza que a cigana enganou a genitora de Patryck, dizendo que ele seria jogador de futebol.

Ferraresi e Diego Costa, além de Jandrei, também podem ser bons reservas e, dependendo da situação, substituírem os titulares em caso de lesão ou suspensão.

No meio é perceptivo que Rodrigo Nestor carece de mais tempo de jogo, pois o tempo que ficou parado tirou completamente o ritmo que ele vinha empregando; Galoppo, ao que parece, foi colocado na posição correta e correspondeu às expectativas; E Luiz Gustavo, que até gol fez. Talvez ele possa ser o substituto de Pablo Maia na frente da zaga, se seu físico aguentar tantas partidas seguidas.

Lá na frente Erick mostrou que é um jogador mediano, que não será titular e que vai compor elenco, mas que pode ser usado em determinadas circunstâncias do jogo, enquanto Michel Araújo já deixou claro que é um falso uruguaio. Não tem a pegada que outros deste País que passaram pelo São Paulo tiveram.

Por último falo de Juan. Criticado por muitos, ou diria, por quase todos os torcedores, fez dois gols. Eu disse na transmissão, em tom de brincadeira, que Júlio Casares devia estar reclamando com Carlos Belmonte por ter gasto com André Silva, já que tinha Juan para reserva do Calleri. Por mais que ele tenha feito dois gols, perdeu um gol absurdo e me deixou em dúvida se pode ou não ser confiável para o aproveitamento de Zubeldia.

Por último falo do treinador. Vem conduzindo bem o time. Não quer me declarar em amor profundo ainda porque tenho o pé bem atrás e lembro o que aconteceu com o Carpini, que quebrou um tabu e ganhou um título. Depois foi o que vimos. Mas, acredito, não tínhamos treinador. Foi apenas uma ilusão passageira. Hoje temos. E isso é bom demais.

Zubeldia é aprovado em seu primeiro grande teste, mas lesões começam a assombrar o treinador

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, o empate com o Palmeiras no Morumbi pode até parecer que representam dois pontos que perdemos em casa – e é fato – , mas temos que levar em consideração que enfrentamos um dos dois melhores times do País no momento em que estamos nos reestruturando, com novo técnico, nova mentalidade.

E partindo do pressuposto que Zubeldia fez apenas seu segundo jogo à frente da equipe, podemos dizer que ele foi aprovado. Conseguiu acertar o sistema defensivo, que era uma peneira com Carpini e se virou com a marcação no meio de campo, sem Pablo Maia que se contundiu na véspera do clássico, durante treinamento.

Se não foi possível colocar toda sua ideia em prática, Zubeldia mostrou que sabe ver o jogo. Encheu de jogadores do lado esquerdo da defesa, pois sabe que o Palmeiras ataca mais pela direita, sempre com três atletas; depois, com a saída de Wellington, ficou desprotegido com Michel Araújo e o Palmeiras, por sua vez, colocou Maike para dar velocidade ao setor. Zubeldia rapidamente colocou Ferreira e prendeu o lateral palmeirense lá atrás.

Puxei dois detalhes apenas para mostrar que já é possível sentir Zubeldia no time. E, pelas mudanças que estamos passando, de time desacreditado, pronto para lutar contra o rebaixamento, passamos para o patamar de time médio no Brasileiro, podendo, quiçá, atingir outro patamar no decorrer da competição. O que é fato que, ao menos por enquanto, aquele temor, diria quase pavor, de Z4 está afastado do meu coração.

O que preocupa, no entanto, são as contusões. Não passamos uma semana sem ter um novo hóspede no Departamento Médico, que continua sob comando de um pediatra. Agora foi a vez de Pablo Maia. Contusão em dois lugares que, se o tratamento for excepcional e os exames não detectarem fraturas, pode ser resolvida em um mês. Mas ontem mesmo já falaram em cirurgia, o que pode prolongar para três a quatro meses a ausência dos gramados. Se existirem fraturas, seis a sete meses. Ou seja: ele só voltaria no final do ano.

Essas contusões, a maioria musculares, vem atrapalhando o trabalho de vários técnicos, sucessivamente. Temos um departamento médico deficiente, com um Refis obsoleto, o que atrasa muito a recuperação. E às vezes, para não sofrer críticas pela demora, liberam os jogadores para voltarem antes do tempo. E depois os recebem de volta para novo tratamento.

Não sei como Zubeldia vai se virar com isso. Mas é bom ele ir se acostumando, porque o São Paulo é isso mesmo.