Paulista é laboratório. Mas está chegando a hora de virar realidade.

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb e ouvinte da Rádio São Paulo, mais um jogo sem vitória e jogando mal. O time colocado por Carpini em campo nos levou de volta aos anos 1960, quando o Santos de Pelé tinha uma dupla de meio de campo (Zito e Mengálvio) e jogava com quatro lá na frente: Dorval, Coutinho, Pelé e Pepe. Era um 4-2-4.

Neste sábado, no Morumbi, Carpini armou o time num 4-2-4, tendo Pablo Maia e Alisson no meio do campo e deixando quatro lá na frente: Nikão, Luciano, Calleri e Ferreira. Talvez o erro dele, para o esquema não dar certo, foi ter entrado com Nikão, que não consegue correr. Tivesse entrado com Erick, que dá apoio ao lateral, a situação fosse melhor.

O São Paulo sofreu pelo lado direito, já que Bobadilla estava improvisado e Nikão, como citei acima, não ajudava. O gol do RB Bragantino, logo no início do jogo foi consequência disso, pois Arboleda sai jogando errado, o Braga ataca pela esquerda, vão Bobadilla, Arboleda e Pablo Maia em cima de Malcon, mas ele coloca a bola para o jogador uruguaio que entrava totalmente sem marcação. Bobadilla, aliás, que foi sacrificado já no jogo contra o Santos (e foi muito bem) voltou a ocupar a lateral, mas dessa vez foi muito mal. O técnico Caixinha sabia que ali poderia ser um ponto fraco do São Paulo e procurou explorar o setor.

O time só veio melhorar no segundo tempo quando Carpini tirou Nikão e colocou Erick. O time cresceu muito, passou a pressionar o RB Bragantino e chegou a virar o jogo nos últimos minutos, mas não conseguiu segurar o placar e sofreu o gol de empate em falha coletiva do miolo de zaga, pois a bola é cruzada da esquerda para a direita, passa na cara de Diego Costa e Alan Franco e encontra o autor do gol sem marcação de Wellington.

Então Carpini testou novo esquema. Ele já fez 4-4-2, 3-5-2, 3-4-3, 4-3-3, e agora um antigo e ultrapassado 4-2-4. Como eu disse, o Paulista é um laboratório e eu não vou execrar Carpini nem o elenco por conta disso. Afinal, precisamos lembrar que existem sete jogadores no Departamento Médico e, se o elenco completo já não é um primor, com tantos desfalques sofremos ainda mais.

Faltam apenas três jogos para disputarmos na fase de classificação do Paulista. Classificar para as quartas-de-final em segundo no grupo já será um absurdo. Não classificar, então, nem pensar. O Paulista é laboratório , mas pela fragilidade dos adversários, não se pode admitir surpresas.

Uma semana para preparar a fórmula e colocá-la em prática contra o Guarani domingo, em Campinas. Vamos aguardar o que virá por aí.

Mais do que criticar a arbitragem, está escancarada a falta de representatividade do São Paulo nos bastidores

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, ouvinte da Rádio São Paulo, o jogo desta quarta-feira no Morumbi, onde o São Paulo perdeu para o Santos por 1 a 0, escancarou a total ausência de um mínimo de força de nossa diretoria nos bastidores. Ao invés de ficar dando entrevistas e mandando e-mails ridículos à FPF, ou à CBF, que certamente, ao serem recebidos pelas entidades, são jogadas na lixeira mais próxima, a diretoria deveria questionar-se a si própria e tentar entender a razão de tudo acontecer contra o São Paulo.

Não vou criticar diretamente a arbitragem, porque ela não deu o pênalti para o Santos e deu o gol de Erick. Foi o VAR quem intercedeu nos dois lances e “fez a cabeça” da dona Edna, tendo como consequências as revisões dos lances.

Considero ambos interpretativos. Na minha opinião houve pênalti para o Santos, mas o gol de Erick foi legítimo. Mas não é isso o que estou discutindo. Pergunto: fosse em Itaquera ou na Arena Palestra, seria revisto o lance do pênalti, tivesse ocorrido contra Corinthians ou Palmeiras? Também pergunto: fosse em Itaquera ou na Arena, teria sido anulado o gol de empate do Corinthians ou Palmeiras nos últimos minutos do jogo? Pergunto isso tendo a certeza que o VAR, sequer, iria interferir. E minha resposta é NÃO para todas as questões.

Essa falta de representatividade começou lá atrás, quando Juvenal Juvêncio brigou com Ricardo Teixeira. De lá para cá, foram só reveses e a arbitragem, sempre, na dúvida é contra o São Paulo.

Percebam, então, que temos menos força nos bastidores do que um time que hoje habita a serie B do Brasileiro. Mais do que isso, tudo acontece em nossa casa. Talvez tenham vendido o naming rights para uma fábrica de chocolates já imaginando que ali seria palco de alguns que iremos receber.

Saindo da arbitragem e passando para o futebol do São Paulo, ela não pode mascarar os problemas que o time começa a enfrentar e tende a se agravar num futuro próximo. O que já aconteceu nessa quarta-feira será rotina para Thiago Carpini que vai precisar quebrar muito a cabeça em noites sem sono para colocar o time nas quartas-de-final do Paulista e, pior, aguentar Libertadores e Brasileiro sendo jogados em paralelo, com o departamento médico cada vez mais requisitado.

Carpini ainda não tem certeza, mas não deve contar com o retorno de nenhum dos seis jogadores que estão no departamento do São Paulo no jogo contra o Red Bull Bragantino, sábado, no Morumbi. Para piorar o quadro, Moreira sentiu uma contusão no aquecimento e Carpini foi obrigado a mudar a escalação dentro do vestiário. Entraria com três volantes (o que para mim é um absurdo), e acabou tendo que deslocar Bobadilla para a lateral, entrando Galoppo no meio.

O time não rendeu nada no primeiro tempo. Teve duas hipotéticas chances por erros individuais de João Paulo. Mas se alguém levou perigo, foi o Santos, com uma grande defesa de Rafael.

O time está sem cara, sem desenho, perdeu o encanto que encontrou nos clássicos contra Corinthians e Palmeiras, fazendo o torcedor do São Paulo descer novamente do pedestal em que procurava se instalar e colocar os pés no chão. Longe de achar que Carpini não é o técnico ideal para nós, vejo com mais realidade que o elenco, que eu julguei melhor que o de 2023, não é tão melhor assim.

Agora, o clássico já passou. Carpini, independentemente da arbitragem de Edina Alves, criticada também pelo presidente Julio Casares, precisará encontrar alternativas para escalar o São Paulo daqui a apenas dois dias.

Manter o esquema com dois atacantes? Levar Luciano ao lado do campo? Dar novas oportunidades a Erick, Ferreira e Nikão? Mas: E Lucas? E Igor Vinicius? E Rafinha? Quando? Quando?Quando?

Nós podemos terminar essa rodada do Campeonato Paulista fora da zona de classificação. Basta para isso que São Bernardo e Novorizontino vençam seus compromissos hoje. Mas, de novo, aponto lá para a frente: como Carpini vai segurar o São Paulo na Libertadores e no Brasileiro, concomitantemente, tendo, além do departamento médico, desfalques certos de Arboleda, Ferraresi e Bobadilla para suas Seleções, durante a Copa América?

Aquele otimismo que nos invadiu há pouco mais de 20 dias, ao que parece, começou a se desfazer e nossa realidade está voltando, para desespero da torcida que conduz.

Tricolornaweb completa 20 anos de existência!!!

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, nosso site está em festa. Hoje estamos completando 20 anos de existência. Muitos de vocês já conhecem nossa história, mas não custa relembrarmos o início.

Ainda na redação da Jovem Pan, eu, Carlos Belmonte (sim, o diretor de Futebol do São Paulo), Daniel Lian (ainda na Jovem Pan), e Luiz Megale (hoje na Rádio Bandeirantes) e Eduardo Barão (também hoje  na Band) decidimos fazer um blog para falar do São Paulo.

A Helo Cavalari me sugeriu que fizéssemos um site.  Ela desenharia esse site. Faltava o nome. A Juliana Paiva, então coordenadora do Jornal da Manhã da Jovem Pan, sugeriu o nome. E aceitamos. Assim, no dia 10 de fevereiro de 2004, véspera do jogo entre São Paulo e Ponte Preta, aquele que nos levou de volta à Libertadores, o Tricolornaweb entrava no ar.

No início hospedamos nosso site num provedor pequeno. Mas no dia que o São Paulo perdeu para o Once Caldas, véspera de Corpus Christi, e que o site saiu do ar, só voltando na segunda-feira, percebemos que o acesso era muito maior do que esperávamos.

Migramos, então para o Terra, onde ficamos por muitos anos. Depois, sentindo que o Terra também não suportava nossos acessos, migramos para o Hostgator, um provedor sediado na Flórida, e que permanece hospedando nosso site, sob responsabilidade do Douglas Moura, nosso programador.

Voltando ao início, o Carlos Belmonte, o Daniel Lian, o Barão e o Luiz Megale decidiram sair do site, entendendo que o trabalho para levá-lo em frente seria árduo e lhes faltaria tempo para isso.

Eu, então, decidi continuar. E assim o Tricolornaweb seguiu e chegou até hoje, com muito trabalho, muita luta, dedicação e total imparcialidade.

O Tricolornaweb se gaba de nunca ter entrado em qualquer eleição no São Paulo. Se orgulha, também de ter levantado muitos casos, como a Far East, o Iago Maidana, enfim, coisas que causaram a renúncia de Carlos Miguel Aidar da presidência do clube e fizeram o Conselho Deliberativo impedir o repasse de R$ 18 milhões de comissão à Jack Banashfera, num contrato que havia sido assinado por Carlos Miguel Aidar, Júlio Casares, Douglas Schwartzmann,  Leonardo Serafim e Osvaldo Abreu. Tudo foi por água abaixo.

E tantos outros assuntos que vieram à tona pelo nosso site. O mais recente trabalho que saiu vitorioso foi a vitória do NÃO sobre o SIM na primeira tentativa de golpe do estatuto do  São Paulo. Ninguém acreditava. Mas nós acreditamos, mobilizamos os torcedores e sócios e mostramos a nossa força.

Não posso deixar de agradecer todos vocês que estiveram comigo este tempo todo. Muitos chegaram ao longo do caminho, mas muitos são lá do início e permaneceram conosco estes 20 anos. Vocês também estão de parabéns.

E fica aqui nossa promessa: o Tricolornaweb continuará sendo sempre o Site que está com o São Paulo.

Vitória sobre o Água Santa mostra que o elenco está forte e equilibrado

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb e ouvinte da Rádio São Paulo, sempre tive por mim que elenco de time grande, tipo São Paulo, não pode encontrar dificuldades para ganhar um jogo no Morumbi, contra times pequenos ou de divisões inferiores do Brasileiro, ainda que jogando com time reserva.

Foi assim que o Tricolor ratificou minha tese e passou um trator para cima do Água Santa, jogando com um único titular: Alisson. Os demais todos opções de banco durante os jogos principais. É verdade que eu esperava vitória, mas não com esse placar tão elástico. O São Paulo sobrou.

Não foi superioridade o tempo todo, pois fez o gol aos 9 minutos e, a partir dos 35 minutos, sofreu pressão do Água Santa. No segundo tempo o cenário não mudou e ficamos encurralados, até o pênalti, perdido pelo adversário.

Logo depois houve um pênalti para o São Paulo, bem marcado por Rafael Klaus, mas o VAR viu algo que ão existiu e ele foi convencido a voltar atrás. Mesmo assim logo saiu o segundo gol do São Paulo e aí tudo ficou mais fácil.

Moreira provou, mais uma vez, que tem um grande futuro. Ainda que ele tenha falhado na marcação no lance que originou no pênalti, fez uma grande partida e compensou esse erro com a assistência perfeita para o gol de Juan. Também achei que Ferraresi e Alan Franco se deram bem, com a decepção, mais uma vez, ficando por conta de Patryck. Esse, acho, ao contrário de Moreira, não tem futuro.

No meio de campo tanto Luiz Gustavo quanto Bobadilla fizeram boa partida. Aliás, o paraguaio marcou um golaço. E Erick também mostrou bom futebol lá na frente. Destaques negativos, no ataque, para Galoppo, em má jornada e Ferreira, que, vamos aceitar que “ainda não se adaptou ao futebol do São Paulo.”

Em resumo, nosso elenco está fortalecido em relação ao ano passado, apesar da saída iminente de James Rodrigues. Mas ele fez alguma diferença em tudo o que conquistamos desde sua chegada até aqui? Não. Então, suma, hermano. Voltando ao elenco, está fortalecido, apesar do time titular estar um pouco mais fraco, pois não conseguimos substituir à altura, até agora, Beraldo e Caio Paulista. E ainda falta um centroavante para ser o reserva imediato de Calleri. Por mais que Juan tenha entrado muitíssimo bem no jogo, não é confiável.

Vamos combinar: em anos anteriores, nesta época, estávamos preocupados com o que seria o Brasileiro e a luta que poderíamos travar contra o Z4. Em 2024 entramos confiantes que brigaremos por mais títulos, até de Libertadores.

Para encerrar, parabéns ao tão criticado (por mim) marketing. A festa no Morumbi antes da entrada dos jogadores foi digna de um gigante, como é o São Paulo.

É campeão! Temos muito o que comemorar. Mas tambem muito a refletir.

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb e ouvinte da Rádio São Paulo, não há dúvida que estamos em êxtase: em cinco dias quebramos um tabu em Itaquera, vencendo o Corinthians e ganhamos a Supercopa Rei, vencendo o Palmeiras nos pênaltis. Thiago Carpini provou que merece ser respeitado, assim como o goleiro Rafael, que ganha uma sobrevida gigante perante a torcida.

Começando por Rafael, não é o goleiro dos meus sonhos. Não sabe sair do gol e, apesar de não tomar frangos, toma gols de bolas defensáveis. Mas evidentemente que dois pênaltis defendidos numa final que nos deu o título, deve ter o reconhecimento da torcida e ele passa, mais do que isso, a ter a confiança necessária para seguir no gol do Tricolor.

Thiago Carpini, aquele que eu falei que teria um teste dividido em duas pernas: ganhou a primeira, contra o time de Itaquera, ganhou nota 7; agora ganhou a outra perna, contra o time da colônia fabril. Ficou com 10.

Questiono algumas ideias dele, como ter, por exemplo, entrado com Nikão no lugar de Lucas. Pela explicação de Carpini, era para dar mais profundidade ao time e fazer a dobra com Wellington para marcar a dobra palmeirense de Marcos Rocha e Mike. Só que Nikão não conseguiu recompor e Wellington ficou sofrendo muito ali. Diego Costa não podia sair da área para ajudar; Pablo Maia tomava conta de Rafael Veiga (acabou com ele). Então tivemos muita dificuldade por ali. No segundo tempo, com a entrada de Michel Araújo no lugar de Nikão, a situação melhorou um pouco.

Mas o jogo, em si, foi muito fraco. Poucas oportunidades. A mais clara, do São Paulo, com Calleri. Ele não pode perder o gol que perdeu, que nos daria o título. Por tudo o que ele faz pelo São Paulo, é perdoável. Mas, centroavante é centroavante. Assim como o goleiro que faz dez milagres e toma um frango é criticado, o mesmo vale para o centroavante.

Felicidade é pouco para expressar o sentimento da coletividade são-paulina. Mas aí vem o chato de plantão para falar que temos que comemorar muito, porém também precisamos refletir.

Vamos começar pela entrevista de Calleri. Ele disse que as coisas estão melhorando muito no São Paulo, vestiários reformados, cozinha melhorada, equipamentos do Refis, pagamentos sendo ajustados. Bem, inevitável entender que sem pagamento em dia, as coisas complicam. E isso me leva à extrema preocupação por conta da entrevista de Carlos Belmonte e Rui Costa no Bola da Vez, da ESPN, afirmando que os salários estão em dia, mas poderão sofrer novos atrasos nesse primeiro semestre. Inadmissível.

Aí vem a decisão de James Rodrigues, de não viajar a Belo Horizonte, pois não seria relacionado. Junto a informação que o São Paulo deve para ele. Sei que uma coisa não justifica a outra e que James deve ser defenestrado do clube. Aliás, eu disse lá atrás que se tratava de uma contratação eleitoreira e que, passada a eleição, a diretoria iria gerar um clima para ele resolver ir embora. Truco!

A nossa reflexão, então, passa exatamente pelo lado financeiro. Se o clube não conseguir equilibrar suas contas e manter os salários em dia, temo que esse título da Supercopa Rei seja tudo o que teremos a comemorar em 2024. O elenco melhorou, as coisas estão se encaixando, mas o combustível que impulsiona essa máquina está prestes a acabar. Por isso nossa reflexão.

Mas, enfim, parabéns São Paulo! Conquistamos o único título que faltava em nossa galeria. Se criarem outro, nos avisem que vamos lá buscar.

Acabou o tabu, mas tenho em conta que no primeiro teste real, Carpini passou com méritos

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, acabou o incômodo tabu. Finalmente ganhamos em Itaquera, com méritos e com destaque especial para Thiago Carpini. Sem, é lógico, destacar a partida memorável de Calleri.

Alguns diziam que este seria o melhor momento de todos para quebrarmos o tabu. Lembrei, nos jornais que apresento, que ano passado fomos lá jogar contra um time que entraria no Z4 se perdesse do São Paulo, e nós estávamos em alta. E só empatamos. Pior: depois perdemos no jogo de ida da Copa do Brasil. Então, o momento é o de hoje, independente da condição de ambas as equipes. Afinal, clássico se faz de detalhes e o São Paulo soube ter esses detalhes a seu favor.

Quando vi a escalação percebi que Carpini teve uma inteligência suprema. Já que chegou agora e não conseguiu ter pleno conhecimento da capacidade do elenco, apostou no time que conquistou a Copa do Brasil, com uma pequena variação de posicionamento em campo, e conseguiu a vitória. Marcou pressão a saída do Corinthians, com Calleri, Luciano, Lucas e Wellington Rato sufocando a defesa adversária e o resultado eram os chutões de Cássio para se livrar da pressão.

O gol de Calleri demorou a acontecer. Mas saiu. E foi por uma jogada que há tempos não via no São Paulo: lançamentos longos. Os últimos técnicos (vou citar apenas Rogério Ceni e Dorival Jr) faziam os zagueiros se tornarem meias e irem com a bola até a frente entregá-la a domicílio para os atacantes. Antes do gol de Calleri, num lindo lançamento de Rafinha, já houvera acontecido outros, como Arboleda, Welliington, Pablo Maia, Lucas, enfim, vários lançamentos, com direito a dois gols perdidos por Luciano, jogadas interceptadas por Cassio a frente de Calleri e outros mais.

A expulsão de Caetano foi fruto de sua incompetência para marcar Calleri. Aí também sobrou visão de jogo. Calleri estava sendo marcado pelo equatoriano Felix Torres e estava tendo dificuldade. Por mais que o gol tenha saído em cima dele, quando Calleri ganha na corrida, ele havia se deslocado para jogar em cima de Caetano. Ganhou todas, a ponto do zagueiro adversário lhe dar um soco no rosto. Aliás, foi na cara do árbitro, que se fez de morto. Só que, ao ser chamado pelo VAR, teve que expulsar o zagueiro do Corinthians. Até aí já tinha saído um contra-ataque deles, com falta e cartão amarelo para Alisson. Se o árbitro apitasse o lance na origem, não haveria o cartão para Alisso e seria falta perigosa a nosso favor.

O gol de Luiz Gustavo, o segundo seguido que o time faz em cobrança de escanteio de Wellington Rato (o primeiro foi do mesmo Luiz Gustavo contra a Portuguesa), também mostra que estamos treinando mais e a pontaria funcionando.

Na avaliação de duas pernas, uma já foi vencida com méritos por Thiago Carpini. Essa vitória aumenta a confiança para o jogo de domingo, a avaliação de segunda perna para a nota de Carpini.

Os testes precisam de uma pausa. É necessário ter o time titular para essa semana

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, defendi e continuarei defendendo que o Campeonato Paulista seja utilizado como laboratório para o técnico, recém chegado, conhecer o potencial do elenco que tem e quais esquemas táticos poderá implantar.

Carpini tem feito isso. Usou uma formação tradicional contra o Santo André, inventou com três zagueiros, mas sem ter um ala direito contra o Mirassol e voltou ao tradicional contra a Portuguesa, apesar de fazer variações durante a partida.

Em alguns momentos o time atuou com formação de três zagueiros, com Arboleda pela direita, Alan Franco pelo meio e Luiz Gustavo pela esquerda. Porém, na maioria das vezes, Luiz Gustavo alternou com Bobadilla a saída de bola da defesa para o ataque.

Carpini usou Galoppo como meia, mas neste sábado ele jogou na frente, aberto pela esquerda. Prefeito no meio, onde ele rende mais.

Luciano foi segundo atacante, mas no final do jogo virou centro-avante, com a saída de Calleri. Até fez seu gol, mas foi anulado. Aliás, que jogada do Alisson com o Wellington Rato para a conclusão de Luciano. Pena que Rato estava impedido.

O fato é o seguinte: essa semana não podemos ter laboratório, temos que ter um time definido. Clássico contra o Corinthians em Itaquera, por si só muito importante, mas que aumenta a responsabilidade por termos um tabu a quebrar no galinheiro. Domingo clássico contra o Palmeiras, valendo título.

Sei que, mesmo se ocorrerem duas derrotas, não será hora de cobrar resultado de um técnico que acaba de chegar, mas que a carta sobre seus ombros será gigantesca, isso não há dúvida. Vai ter cobrança da torcida que conduz e o trem corre o risco de descarrilar.

Por isso, foco total nessa semana, pois tem jogo que vale título.

As invenções de esquema tático começaram

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, o técnico Thiago Carpini começou com suas invenções. Na realidade, o esquema tático colocado por ele em campo contra o Mirassol não foi uma novidade, uma invenção plena, mas cópia perfeita do esquema montado por Rogerio Ceni no Campeonato Paulista do ano passado.

Ants da partida iniciar, eu e meu amigo Edson Lapolla conversávamos: ele achando que o Diego Costa seria lateral e eu que o esquema seria 3-5-2, com Wellington Rato como ala direito. Eu acertei, mas durou pouco. Rato não conseguiu fazer o vai e vem (precisava de um Uber para isso) e Galoppo acabou, em certos momentos, virando assistente de lateral.

Depois virou um não sei o que. Começou com 3-5-2, virou 3-4-3 e outros mais.

Mas como um esquema desses pode dar certo? Você tem um “ala” pela direita, que é canhoto; depois você tem um quarteto no meio de campo, com dois volantes, um meia e um lateral esquerdo. E tem mais um jogando pela esquerda (Ferreira). Ou seja: time capenga.

Se ele queria jogar com três zagueiros, nos moldes tradicionais, não seria mais fácil ter tirado Wellington Rato (ou Ferreira) e entrado com Igor Vinicius? Ah, ele quis poupar Igor Vinicius. Então por que levou Igor Felisberto para lá, se não servia para nada?

Esperei ansiosamente pela explicação de Carpini no pós jogo, mas ela não veio. Na realidade, a brilhante imprensa presente não insistiu na pergunta para elucidar. Ele, na primeira indagação, tergiversou, falou do desgaste físico nessa início de temporada, de precisar rodar o elenco, mas não convenceu a mim.

Se é para poupar, por que não Wellington? Poderia ter entrado com três zagueiros, Igor Vinicius e Patryck como alas e vida que segue. Afinal, Wellington também jogou contra o Santo Andre.

Foi invenção e pronto. E não gostei. Não fico cornetando técnico no início, mas erros deste tamanho precisam ser criticados. Além do mais, Carpini tem que entender que é técnico do São Paulo, não mais do Água Santa ou do Juventude. Até porque na coletiva ele disse que vai observar a Portuguesa para ver como montar o São Paulo.

Pera aí, cara pálida. É a Portuguesa quem tem que estudar o São Paulo, não o contrário. O time grande é o Tricolor.

Destaco Galoppo que está ganhando essa posição. Rende mais do que Luciano. E, se mantiver o ritmo, colocará James Rodrigues no banco. Aliás, se James um dia for relacionado.

O empate fora não foi ruim. O Mirassol é um bom time. O que me incomodou mesmo foi o esquema tático. Por isso digo que começamos mal essa caminhada com Carpini.

Foi só o Santo André, mas o início foi promissor

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, não vou aqui embarcar no ilusionismo da fácil empolgação, mas tenho que reconhecer que o início da temporada do São Paulo foi promissor, ainda que tenha sido só o primeiro jogo, dentro do Morumbi, contra um time da série D do Brasileiro.

Mas vamos combinar: imagina se o Lucas não tivesse jogado o que jogou, se o time tivesse padecido para ganhar do Santo André: iríamos estar aqui cornetando até a morte.

Não preciso ouvir discursos de que o jogo que vai mostrar nossa real condição é contra o Palmeiras, na disputa da Super Copa do Brasil, ou mesmo o jogo anterior, contra o Corinthians, em Itaquera. Talvez o seja na próxima terça-feira, contra o Mirassol, na casa deles, time que reputo como dos mais difíceis do interior.

Mas o sábado foi de um Morumbi com 45 mil pessoas, algo inédito na estreia do Tricolor num Campeonato Paulista, com direito a show de Lucas, partida abaixo do nível de Calleri, ótimas participações de Alisson e Rato, alegria por ver Igor Vinicius voltar e jogar os 90 minutos sem sentir nada e vermos que o elenco se fortaleceu para esse ano, como seria obrigatório acontecer.

No campo ficou claro que o time toca a bola com m ais objetividade, que marca pressão a saída do adversário, mas que ainda deixa alguns espaços entre o meio campo e a defesa. Nas saídas de bola, Diego Costa e Alan Franco viram laterais. Aí formam-se duas linhas de três, na vertical, pelos cantos do campo: de um lado, nessa ordem, Diego Costa, Igor Vinicius e Wellington Rato; do outro Alan Franco, Wellington e Lucas. É melhor carregar a bola pelos lados do campo, pois em caso de erro, a recuperação se faz mais fácil pelo meio.

Ficou patente, também, que a defesa sofre sem Arboleda. O gol que sofremos, pelo alto, mostra que a estatura baixa da zaga não pode sustentar os jogos que teremos pela frente. Talvez na ausência de Arboleda deveria jogar Ferraresi. Aliás, para mim, a defesa titular deve ser Arboleda e Ferraresi.

De resto, crédito a Carpini pela estreia e vamos esperar o desenrolar da temporada, deixando claro que não sou ufanista, mas realista. Sei que não valeu nada, mas se esse “não valer nada” tivesse terminado com uma derrota, nós encontraríamos motivo para detonar o time como se tivesse valido alguma coisa. Então, bola prá frente.

2023 de título inédito e algumas humilhações. Mas o balanço foi positivo.

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, quem diria? Ganhamos a tão sonhada Copa do Brasil e, com isso, completamos nosso rico quadro de troféus, podendo dizer com a boca cheia que não falta nada naquela prateleira.

Por isso só o ano de 2023 já pode ser considerado um saldo positivo. Afinal, não é sempre que se ganha um título dessa importância. Por mais que, pela participação nos demais campeonatos, possamos achar que o título caiu no nosso colo (Corinthians destruído, Palmeiras em péssima fase e Flamengo de Sampaoli), não podemos deixar de comemorar, pois cada um que carregue os seus problemas.

Mas deixando de lado o título da Copa do Brasil (repito, o evento mais importante dos últimos 15 anos) tivemos sustos, decepções e humilhações. A começar pelo Campeonato Paulista, onde fomos eliminados pelo tal de Água Santa. Passando pela Sul-Americana, onde perdemos para o vento; e o Campeonato Brasileiro, onde ate a 35ª rodada ainda fazíamos conta contra o Z4 e acabamos na parte de trás da tabela.

Mas não foram só essas humilhações no ano (nem estou contando a goleada sofrida para o Palmeiras). Foi um ano de rombos espetaculares nas finanças do clube. Apesar dos recordes de bilheteria e público, além de premiações gigantescas como o título da Copa do Brasil, nos afundamos ainda mais em divida e só não vamos terminar com um aumento no déficit na casa dos R$ 140 milhões porque conseguimos vencer o Beraldo, por um preço abaixo do que deveria, mas para, com isso, reduzir o déficit. E, claro, contabilmente, a diretoria ainda fará manobras para mostrar que o Naming Rights, que trará recursos de 2024 a 2027, também faz parte do orçamento de 2023. Vergonhoso.

A eleição também foi um jogo de cartas marcadas, onde o voto de cabresto prevaleceu. Lá atrás eu já afirmava que Júlio Casares não deu só um golpe no estatuto para se reeleger agora, mas abrindo espaço para um novo golpe, pois vai alegar, com texto de Carlos Miguel Aidar, que foi eleito sob um novo estatuto.

E irá além: na nova reforma estatutária, vai tentar passar reeleições indeterminadas para chegar em 2030, quando o Morumbi estará reformado (ao custo de R$ 800 milhões, valor semelhante à nossa dívida) e o São Paulo comemorará o centenário, como presidente do clube de forma ininterrupta. Até porque o Conselho Deliberativo está, mais do que nunca, em suas mãos.

Voltando a falar do positivo, estamos na Libertadores Sonho nosso. Então, que 2024 nos traga um pouco mais de alegria.