Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, a derrota sofrida para o Flamengo no Maracanã, nesta quarta-feira, foi suave. Muitos contavam com uma sonora goleada para o rubro-negro, em vista da fase que o São Paulo está atravessando. Mas não foi o que aconteceu. O grande problema, no entanto, é a canalhice que a diretoria do clube está fazendo com o técnico Thiago Carpini. Poucas vezes na minha vida vi uma diretoria ser tão indigna com um profissional, como a comandada pelo senhor Júlio Casares está sendo com o técnico.
Começando pelo jogo. No primeiro tempo entrou a escalação de Muricy Ramalho. Novamente três zagueiros, dois alas, dois volantes, um meia (meia?) e dois atacantes. Nada deu certo. O time não criou absolutamente nada, não chegou uma única vez no gol do adversário.
Em compensação, exagerou no direito de errar saída de bola no campo de defesa. Não poucas vezes Ferraresi, Diego Costa, Pablo Maia, Igor Vinicius e Welington ofereceram oportunidade ao Flamengo para marcar. Mas o gol saiu, não em falha individual, mas em chute de rara felicidade de Luiz Araújo, que houvera acabado de entrar no lugar de Everton Cebolinha.
Carpini, então, resolveu mudar no intervalo. Tirou a escalação de Muricy Ramalho e colocou a sua. Ou seja, tirou um zagueiro e o meia (meia?) para colocar dois atacantes abertos. Ao invés do 3-5-2 passou para o 4-2-4. Já que não temos meia, deixou Alisson fazendo esse papel e enfiou Luciano ao lado de Calleri, com Erick e Ferreira abertos.
Mas o que vimos foi o Flamengo jogando do jeito que queria, chegando ao segundo gol e transformando o jogo num treino de luxo. Até os 30 minutos do segundo tempo deu dó, verdadeiramente, do time do São Paulo.
Mas eis que marcamos nosso gol. Assistência do nosso meia Alisson para Ferreira, que fez de cabeça. Até deu sinal de que o São Paulo poderia chegar a um surpreendente empate. Mas ficou só no sinal.
Porém, quero tratar do principal tema: a canalhice que esta diretoria está fazendo com o técnico Carpini. Não estou aqui defendendo sua permanência. Entendo, até, que ele deveria ter saído após a derrota para o Novorizontino.
O mundo inteiro sabe – inclusive Carpini – que o São Paulo procura por um novo técnico e que ele está, digamos, cumprindo aviso prévio. Esta diretoria covarde, que só se “empavonece” (termo com licença poética) nas vitórias e enfia a cabeça no meio das plumas nas derrotas, está fritando publicamente Carpini.
No Rio de Janeiro, antes do jogo, Carlos Belmonte disse, ao ser questionado sobre Carpini, que “ele é o nosso técnico”. Júlio Casares, da mesma forma, acrescentou que “futebol é resultado”.
Carpini entrou sozinho no Maracanã, passou o jogo inteiro com cara de missa de sétimo dia, totalmente fora de concentração para dirigir o time. Porém foi profissional ao extremo, coisa que essa diretoria não está sendo. Fosse eu, me sentindo humilhado e desrespeitado a esse ponto, faltando uma hora para o jogo iria embora do vestiário, anunciando minha demissão. E deixaria que um deles se sentasse no banco.
A diretoria presidida por Júlio Casares, definitivamente, não sabe o que é respeito profissional, muito menos o que é respeito pelo ser humano. Abandonam o profissional como se ele fosse o único culpado por tudo, escondendo os verdadeiros vilões das contratações – inclusive a sua -, afinal, além da falta de dignidade, essa diretoria é extremamente covarde.
As grandes ações destes que assaltaram de vez o São Paulo são as perseguições a opositores, a jornalistas que colocam o dedo na ferida e apontam as mazelas praticadas por eles. Quando algo tem que ser feito pelo bem da instituição, preferem olhar no espelho e se perguntar se devem ou não colocar a cara para fora, medindo o eventual prejuízo pessoal.
Depois desta quarta-feira, não tenho mais o que esperar desta diretoria. Ela age cada vez mais concretamente no sentido de levar o São Paulo à insolvência – esportiva e financeira -. Talvez esteja próxima de conseguir seu intento.