Presidente do Flamengo: “Comportamento da CBF com o São Paulo é distinto”

Um jogo que já foi muito além dos 90 minutos. E o Flamengo segue preocupado com a escalação de Wilton Pereira Sampaio como árbitro do confronto com o São Paulo, nesta quarta-feira, às 21h30 (de Brasília), no Morumbi, pelas quartas de final da Copa do Brasil. Após ter o pedido de troca recusado pela comissão de arbitragem da CBF, o presidente Rodolfo Landim foi mais explícito em suas queixas.

Em entrevista ao ge, Landim revelou que o clube tem um dossiê justificando três pontos que chamam sua atenção: diferença de critérios, falta de transparência e repetição da escolha de árbitros que desagradam o Rubro-Negro. A visita de representantes do São Paulo à CBF nesta terça para acesso à análise do VAR em gol do Fortaleza, foi a gota d´água parar o presidente:

– Entendemos que o comportamento da CBF com o São Paulo é distinto dos outros clubes. Eu não vi o Gaciba hora nenhuma falar que houve um erro no campeonato, só uma vez e trocou a arbitragem do jogo do São Paulo contra o Grêmio. Não por acaso, o que aconteceu? Dois pênaltis claros não marcados e ninguém veio a público falar que houve erro.

A mensagem que se passa é: “Cuidem-se se errarem contra o São Paulo”. A sinalização é de que quando o erro é contra, suspende. Quando é a favor, nada acontece”

 

O lance citado por Landim aconteceu na derrota do São Paulo para o Atlético-MG, no Mineirão, quando Luciano teve um gol anulado por impedimento e dias depois Leonardo Gaciba admitiu que houve erro nas linhas. Diante do fato, os paulistas tiveram a solicitação de troca da arbitragem do jogo contra o Grêmio, pelo primeiro turno, aceita.

O documento desenvolvido pelo departamento de análise de desempenho do Flamengo aponta imagens de pênaltis não marcados a favor do clube em toques de mão e a favor de adversários em situações semelhantes e faz questionamentos diretos a dois árbitros: Wilton Pereira Sampaio e Leandro Vuaden. Há uma tabela onde o clube indica que os cartões distribuídos por ambos fogem da média em jogos do clube:

– Não tem leviandade. O Flamengo é um clube profissional e comandado por uma diretoria com um nome a zelar. São fatos e dados. Temos um estudo que mostra a diferença de critérios desde árbitros. O número de cartões distribuídos por eles em jogos do Flamengo é muito maior do que a média deles próprios no Brasileirão, e tiraram jogadores de jogos importantes.

“Não entendemos certos comportamentos e não há nem tempo para que a situação seja amenizada, parece que estão querendo deixar o clima do jogo (contra o São Paulo) ruim”

 

Dossiê compara cartões dados por árbitro contra o Flamengo e média geral — Foto: ge

Dossiê compara cartões dados por árbitro contra o Flamengo e média geral — Foto: ge

– O que estamos fazendo é baseado em fatos, em dados, uma análise suportada pela área técnica do clube. Podemos falar do que tem acontecido com o Flamengo e das coisas que têm acontecido com o São Paulo. A gente vê falta de critério, lances duvidosos com decisões distintas. Também incomoda a falta de transparência. Em alguns lances, as jogadas do VAR são mostradas e outras não. Ficamos sem saber se foi acionado. E outro aspecto que nos preocupa é a escolha insistente de árbitros para jogos do Flamengo após problemas.

No dia 20 de outubro, o site oficial da CBF publicou imagens de uma visita de Rodolfo Landim ao presidente da CBF, Rogério Caboclo. O rubro-negro admitiu que um dos assuntos abordados dizia respeito aos problemas com a arbitragem, mas as respostas foram sempre protocolares.

Fonte: Globo Esporte

2 comentários em “Presidente do Flamengo: “Comportamento da CBF com o São Paulo é distinto”

  1. Mais perigoso que “fake news” é “fake sciense”. As pessoas apresentam pontos de vista ou relatórios encomendados e chamam isso de “estudo” ou “análise objetiva do fatos”. Fazendo assim, ficam em uma posição muito cômoda, afinal, quem contestar é obscurantista.

    Se o quadro acima é indicativo de alguma coisa é de que o Flamengo é mais indisciplinado. Só isso.

    Para chamar isso de “estudo”, deveriam, no mínimo, apresentar alguns dados essenciais, tais como: 1) como conseguiram isolar todas variáveis além dos times, 2) o tamanho da amostra e como garantem que ela suficiente para as conclusões estatísticas, 3) como foi definida a métrica de medição, 4) apresentar a fonte de dados e mostrar como trabalharam o problema de jogos filmados com equipamentos diferentes ou com menos câmeras.

    É ridículo que o clube venha chamando esse papel de estudo e ninguém na imprensa diga o que realmente é: chororô. Pior ainda por fazerem isso criticando a legítima conduta do SPFC em pedir as imagens que já deveriam ter sido apresentadas durante o jogo por uma questão de lisura e igualdade de tratamento com outros clubes.

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