Antes da Copa, Aidar cooptou oposição e anunciou guerra a Juvenal

A entrevista do presidente do São Paulo Carlos Miguel Aidar à “Folha de S. Paulo” na qual detona o antecessor e ex-padrinho Juvenal Juvêncio não teve seu impacto calculado, mas iniciou uma guerra que já estava arquitetada nos bastidores do Morumbi. Antes da Copa do Mundo, em junho, dois meses depois de ser eleito, Aidar iniciou a aproximação à oposição que derrotara em abril e anunciou que iniciaria uma reforma no clube contra Juvenal. Agora, Aidar – rompido com o ex-presidente e consequentemente com seus aliados – namora uma aproximação à oposição, que alinha pensamentos.

O primeiro encontro de Aidar com a oposição, em junho, logo antes no início da Copa do Mundo, foi em um café da manhã. O contato partiu de diretores que são fiéis a Aidar, e não a Juvenal, como Ruy Barbosa, do marketing, e Douglas Schwartzmann, da comunicação, além do vice de futebol Ataíde Gil-Guerreiro, braço-direito do presidente. O primeiro encontro, no café da manhã, contou com duas figuras da oposição, que hoje exercem funções de liderança: o ex-diretor de comunicação Dorival Decoussau e o conselheiro e presidente do grupo político Clube da Fé, Eduardo Alfano.

O relato de quem participou dessa primeira reunião é que, naquele momento, dois meses depois da própria eleição, o presidente já anunciou que iniciaria a reforma contra Juvenal e já falava da necessidade de fazer “mudanças radicais”. A argumentação foi ter encontrado, ao assumir o São Paulo, uma forma de gestão engessada. Aidar percebeu que não conseguiria impor seu próprio estilo de governo se não cortasse os métodos que ainda faziam funcionar a máquina cultivada durante dez anos por Juvenal Juvêncio. Pediu à oposição para que não fosse atacado e sinalizou com uma aproximação. Pediu união e começou até uma discussão sobre a cobertura do Morumbi, projeto que precisa de aprovação do conselho deliberativo do clube para finalmente sair do papel.

A oposição saiu da primeira tentativa de aproximação de Aidar com impressões positivas. Mantiveramnham as convicções de antes das eleições, mantiveram-se na chamada chapa vermelha, mas entenderam que Aidar queria fazer exatamente a mesma reforma que a oposição pedia durante a campanha de Kalil Rocha Abdalla, ao lado de Marco Aurélio Cunha.

A segunda etapa, pedida por Aidar, foi para que a dupla oposicionista levasse para dentro do grupo a ideia da aproximação. Para travar uma guerra contra Juvenal, Aidar precisa de um exército e tenta evitar o isolamento que já existe após a cisão causada pela entrevista. Segundo membros da oposição, a ideia foi bem aceita por parte do grupo, incluindo Marco Aurélio Cunha – internamente, Aidar tem até apoiado a candidatura de Marco Aurélio Cunha como deputado federal, pelo PSD. O contato entre as partes tem sido direto e frequente.

A próxima etapa da cruzada política é costurar uma aproximação de Kalil Rocha Abdalla. O candidato derrotado nas últimas eleições por enquanto não vê com bons olhos as investidas amigáveis de Carlos Miguel Aidar, e está fora do processo de aliança. Abdalla, no entanto, é aliado estratégico para guerrear contra Juvenal – conselheiro antigo do clube, o último candidato da oposição tem força política e acabou de eleger 31 conselheiros do grupo de 80 novatos, à parte os vitalícios.

 

Fonte: Uol

3 comentários em “Antes da Copa, Aidar cooptou oposição e anunciou guerra a Juvenal

  1. Parabéns Aidar, é difícil fazer uma limpeza sem mexer com interesses pessoais, vamos modernizar nosso clube, sem quem apoia o ditador e prepotente JJ.

  2. Dorival Decoussau, médico, já foi acusado de fraude em 1985, quando era superintendente do Hospital Matarazzo, em São Paulo. Decoussau chegou a ser preso pela Polícia Federal sob a alegação de fraudar fichas de internação do INAMPS (atual INSS), garantindo um faturamento mensal ilegal ao Hospital. O então juiz federal, João Carlos da Rocha Mattos, negou pedido de liberdade provisória solicitada então pela defesa. https://jornalismofc.wordpress.com/tag/dorival-jose-decoussau/

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