Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, é hora de fazer o mea culpa. Longe de fazer análise da gestão Júlio Casares, pois só o faço após seis meses, mas, no mínimo, tenho que reconhecer que errei no todo, apesar de haver um ponto em que não há arrependimento. Explico o imbroglio.
Fiz algumas reuniões com Júlio Casares, antes de ser deflagrado o processo eleitoral. Depois de iniciado, conversei muitas vezes com ele, por aplicativo, enquanto o outro candidato, Roberto Natel, me atendeu uma única vez, conversamos por telefone por quase uma hora e nunca mais ele se dignou me atender.
Apoiei Júlio Casares sim, nas minhas redes sociais. Mantive o Tricolornaweb completamente afastado disso, pois seu norte é se manter apolítico. Eu tenho o direito de apoiar quem eu quiser, longe dele (Tricolornaweb). Por isso meus leitores e seguidores nunca leram em qualquer uma de nossas plataformas qualquer apoio a qualquer candidato.
Não me arrependo – e aqui está o único ponto que destaco – de tê-lo apoiado, pois o achava e continuo achando muito, mas muito melhor que Roberto Natel. Tem mais presença, mais cultura, mais capacidade administrativa e visão que seu adversário. Mas… e aí vem o mas.
Júlio Casares, em nossas conversas, disse que gostaria de ter minha participação na gestão. Carlos Belmonte, o diretor de Futebol, aquele a quem eu tinha como um irmão fora do sangue, pois nos conhecemos há quase 30 anos e juntos enfrentamos chuva e frio em noites de Morumbi vazio e jogos de pouca importância, em alguns contatos comigo me convenceu a ir junto. E fui. Via em Júlio Casares, em suas propostas e ideias, algo que realmente poderia devolver o São Paulo ao seu lugar certo.
Sempre questionei qual seria a participação de Douglas Schwarzmann em tudo isso. Ambos foram taxativos comigo, não uma, mas inúmeras vezes, que ele participaria da campanha, nunca da gestão
No começo do ano eu e Júlio Casares começamos a armar uma reunião, até o dia em que, ao anunciar a demissão de Fernando Diniz, ele estampa que o referido cidadão acima é o secretário Executivo da presidência.
A partir daí cessa qualquer possibilidade de diálogo, pois não posso pactuar de uma diretoria que tem alguém que está envolvido num inquérito policial, que corre em sigilo de Justiça do Ministério Público (mas cujos documentos estão em meu poder), e fez parte do período nocivo da presidência de Carlos Miguel Aidar, em escândalos como Iago Maidana (nesse caso só Aidar e Cinira Maturana) mas que conteve Far East/Under Armour e tantas outras passagens que ficaram, no mínimo, nebulosas.
Aliás, nunca é demais lembrarmos que o caso Far East, que está nesse inquérito que corre em sigilo, teve Jack Banafsheha como pivô, mas de que depois mostrou-se grande são-paulino ao abrir mão de uma comissão de R$ 18 milhões; e os signatários do contrato com a Under Armour que previa esse montante à Far East: Carlos Miguel Aidar, Leonardo Serafim, Osvaldo ABreu, Júlio Casares e Douglas Schwarzmann.
Ora: como eu, que fui o responsável por aquela quantidade de denúncias contra tudo isso, que levou o presidente Carlos Miguel Aidar à renúncia e o Conselho a vetar o pagamento da comissão, poderia fazer parte de uma diretoria com essa composição?
Sigo em frente. Vejo Abílio Diniz começando a dar as cartas no futebol. Ou quem vocês acham que indicou Milton Cruz? Abílio Diniz que não se perca pelo nome, é um empresário que entre outras coisas, foi afastado da presidência da BRF por erros que levaram a empresa a grande prejuízo.
E Carlos Belmonte? Esse, ao que parece, foi picado pela mosca azul.
Portanto, reconheço meu erro nesse apoio, mas não esperava que o presidente do São Paulo tivesse palavra tão fraca assim.
O Tricolornaweb não poupou críticas, nem deixou de fazer elogios em nenhum momento. Mas, com esses que estão orbitando a presidência, ficará com os olhos mais abertos ainda do que já estava.
Encerro dizendo que não quero um dia falar que estou com saudades do Leco. Isso já seria demais.