Time campeão da Libertadores do Fluminense custou um Orejuela

O time do Fluminense que conquistou a Libertadores deste ano custou R$ 13 milhões para sua montagem, ou o valor de Orejuela, lateral que ainda pertence ao São Paulo. O levantamento foi feito pelo companheiro Ramoni Ártico e apresentado no programa Somos Todos São-paulinos desta segunda-feira.

Os jogadores que estavam em campo na decisão tiveram esses custos:

Fábio – grátis

Samuel Xavier – grátis

Nino – R$ 5 milhões

Felipe Melo – grátis

Martinelli – base

André – base

Ganso – grátis

Árias – R$ 3 milhões

Keno – R$ 5,6 milhões

Cano – grátis

Isso, naturalmente, é obra de Paulo Angione, diretor executivo de Futebol e um ótima gestão na presidência e toda a diretoria.

Ramoni trouxe diversos dados que aprofundam a interplanetária diferença entre gestões, comparando-se Fluminense e São Paulo:

  • O Fluminense tem de 6 a 8 milhões de torcedores. O volume de sócios torcedores do Flu,  antes do título da libertadores, era de 67 mil;
  • O São Paulo tem 20 milhões de torcedores, e seu número de sócios está abaixo dos 59 mil (dados recentes depois de um título de copa do Brasil);
  • Só por esses números, proporcionalmente, verifica-se que o Fluminense tem quatro vezes mais sócios torcedores que o São Paulo
  • A folha salarial do Fluminense gira em torno de R$  6 milhões/mês. Já a do São Paulo está entre R$ 15 e R$ 16 milhões/mês;
  • O jogador que ganha o maior salário do Fluminense é Marcelo (R$ 500 mil), o que equivale ao sexto salário do São Paulo;
  • O provável rei da América, German Cano, ganha R$ 350 mil por mês;  Jhon Kennedy, autor do golaço do título, não chega a ganhar R$ 50 mil mensais;
  • A base de Xerem nos últimos cinco anos foi a que mais vendeu jogadores para o exterior, gerando um faturamento de quase R$ 400 milhões de reais ao Fluminense em primeira venda;
  • Desde que Mário Bittencourt assumiu o Fluminense, em janeiro de 2021 – mesma data que Júlio Casares -, ele levou o Fluminense a três Libertadores, três finais de Campeonato Carioca, colocou o seu time entre os cinco melhores no brasileiro de 2021 e 2022 (terceiro), avançou o Flu até a fases mata-matas  da Copa do Brasil CB (duas semis e uma oitavas), além de ter sido campeão da libertadores com o 12º orçamento dos 20 clubes do Campeonato Brasileiro.

Segundo ainda levantamento de Ramoni Artico, o Fluminense não deve salários nem direitos de imagens e foi um dos primeiros times a quitar os valores do pós-pandemia.

Depois de seis anos de déficits, o Fluminense fechou 2022 no azul, mesmo com dívidas que superam os R$ 800 milhões (contraída em gestões anteriores)  e tende a fechar com superávit em 2023 graças às vendas de jogadores e premiação da Libertadores, cuja soma ultrapassa o valor de R$ 150 milhões. Isso deve fazer a dívida do clube cair após dois anos;

Aliás, em se tratando de venda de jogadores, em 2021, primeiro ano da gestão Mario Bittencourt, o Fluminense alcançaou R$ 110 milhões em vendas; R$ 94 milhões em 2022.

Isso mostra que as contas do Fluminense se pagam com uma boa gestão, não dependem de vendas de jogadores de outras gestões para reduzirem déficit ou tentarem apontar superavit

Seria desnecessário, mas vamos à comparação: Júlio Casares pegou o clube com uma dívida de R$ 600 milhões (arredondando) e tende a acabar seu primeiro mandato com algo em torno de R$ 800 milhões (também arredondando).

Muitos recursos que diminuíram os rombos ano passado vieram de repasses de Antony e Casemiro, fora de sua gestão. Este ano o time conseguiu o título da Copa do Brasil. Em um só dia teve, de faturamento, R$ 94,5 milhões (R$ 70 mi da premiação mais R$ 24,5 mi da bilheteria), contraiu empréstimos de todas as formas, ultrapassando o que fora aprovado no orçamento apresentado em 2022 ao Conselho, e mesmo assim teve, até agora, R$ 90 milhões de déficit este ano, o que vai elevar nossa dívida a R$ 800 milhões no final do ano.

Em sua gestão, Júlio Casares contratou 36 jogadores (um ainda vai chegar). Mesmo assim só conseguimos chegar à Liberadores neste ano, com o título da Copa do Brasil. Nos outros anos patinamos  no  Campeonato Brasileiro, sempre brigando contra o Z4, sendo eliminados nos mata-matas. É responsável direto pela perda do título Brasileiro de 2020, pois quando assumiu a presidência, o São Paulo se encontrava na liderança, sete pontos à frente do segundo colocado. Ele chegou, mudou o departamento de Futebol, tirou Raí para colocar Carlos Belmonte, fez com que Daniel Alves deteriorasse todo o elenco, deu calote em seu pagamento, gerou toda a discórdia, demitiu Fernando Diniz e nós perdemos o título mais ganho dos últimos anos, que só será superado pelo  Botafogo neste ano.

Enquanto o Fluminense abriu mão do Brasileiro para ganhar a Libertadores, mas se  mantém lá em cima, longe de qualquer risco, nós abrimos mão do Brasileiro para ganhar a Copa do Brasil, mas a todo momento estamos correndo riscos.

E para concluir: Mario Bittencourt não aparece na mídia, pouco dá entrevista. Na própria comemoração do título da Libertadores foi discreto, nem apareceu muito para fotos ou entrevistas. Já Júlio Casares está onipresente, em todas as imagens aparece sempre em primeiro plano, com os verdadeiros responsáveis pela conquista, ou seja, os jogadores, em segundo plano.

Talvez estes pontos expliquem um pouco as diferenças de uma gestão profissional, voltada ao clube para uma amadora, voltada para si próprio.

 

Paulo Pontes

 

 

5 comentários em “Time campeão da Libertadores do Fluminense custou um Orejuela

  1. Apanhei muito defendendo aqui a permanência do Diniz.

    Demitiram o cara por ter perdido um título jogando com um time titular de seis atletas de Cotia.

    Eram titulares: Diego Costa, Gabriel Sara, Luan, Igor Gomes e Brenner (Hernanes era o sexto). Helinho, Liziero e Toró entraram em muitos jogos.

    A mesma torcida que diz que esses atletas não prestam, achou pouco a vaga na Libertadores? Sim, não precisa ter neurônio nem ser coerente para fazer parte de uma torcida.

    Naquele ano a diretoria fez a cagada de gastar uma fortuna no Daniel Alves e no Juanfran, além de não segurar o Antony.

    A diretoria naquele ano acertou apenas duas vezes: (1) na troca do Everton pelo Luciano (pura sorte, o movimento era para diminuir a folha) e (2) na contratação do Diniz, que conseguiu chegar tão longe com tão pouco.

    No ano seguinte, deveriam corrigir os erros e tentar repetir os acertos, mas foram no sentido oposto e a torcida aplaudiu…

    Espero que nesse no próximo ano tenham amadurecido. Tem que manter o Lucas e o Calleri, mas também tem que manter a cabeça no lugar. Não dá para ficar arriscando na contratação de medalhões.

    Erick foi uma boa indicação. Foda-se a torcida idiota que reclama de ele vir da segunda divisão. Os mesmos idiotas disseram que o Caio era um lixo que o Fluminense despachou para o Morumbi, falam mal do Pablo Maia e já pediram a cabeça do Arboleda porque vestiu a camisa do adversário.

  2. A gestão do Fluminense é mais competente, sem dúvidas, mas esses salários não estão exatos. O Cano ganha 500k, o Marcelo ganha (incluso bônus) quase 1 milhão, e por aí vai.

    • Não é verdade. Nenhum salário do Fluminense chega a 1 milhão de reais. As informações sobre os rendimentos citadas na matérias estão 100% corretas.

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