Tecnologia GPS vira dedo-duro de preguiçosos no São Paulo

Muricy Ramalho gosta de jogador que corre. Jogador que correr pouco durante um jogo vai perder pontos com Muricy. E agora o São Paulo tem uma tecnologia que diz ao técnico exatamente quantos quilômetros cada atleta percorreu em cada partida. “Correr cinco quilômetros, não dá, isso é coisa para eu ou você”, explicou ele a um jornalista durante uma entrevista coletiva recente. “Eles lá dentro têm que dar muito mais. Agora com GPS não tem como se esconder.”

A tecnologia GPS, a mesma que nos ajuda a encontrar um endereço no mapa, vem sendo usada no São Paulo para analisar o desempenho dos jogadores durante os jogos. Cada um leva um pequeno aparelho atrelado ao corpo que transmite à comissão técnica informações sobre a distância percorrida em campo.

Esse aparelho, ou a leitura da realidade que ele faz, é um dos motivos que explicam porque Muricy anda morrendo de amores pelo atacante Alan Kardec. Centroavante clássico, alto e aparentemente desengonçado, ele foge do estereótipo da imobilidade que carregam muitos de seus semelhantes.

Muricy sempre aponta Kardec como um dos são-paulinos que mais correm, que mais se movimentam em campo, o que para ele significa entrega e dedicação à equipe. O jogador concorda que isso é um de seus diferenciais, ao lado, claro, dos gols que vem fazendo.

“Isso é uma coisa minha. Às vezes tecnicamente as coisas não dão certo, mas se você correr e se esforçar, o jogador que era de um nível ‘mediano’ já fica ‘bom'”, avaliou ele na última sexta, durante um evento social no Morumbi, do qual Muricy também participou. “Eu corro porque gosto de ajudar e sei que isso pode fazer a diferença.”

E realmente faz diferença para um técnico como Muricy, conhecido por dar valor especial a jogadores aguerridos e que se empenham na marcação.

Mas ele não é o único no São Paulo que está fiscalizando as marcações do GPS dos jogadores.

Antes de um jogo decisivo no Morumbi, o goleiro e capitão Rogério Ceni, com a voz embargada de choro, exortou seus companheiros a se entregar completamente ao time e usou a tecnologia em seu argumento.

“Eu tenho aqui uma coisa chamada GPS, na minha época não tinha”, disse ele, segurando o aparelho na tradicional rodinha antes de subir ao gramado. “Isso aqui marca quanto cada um de vocês está disposto a se entregar dentro de um jogo. Então se algum filho da p… aparecer hoje com menos de oito, nove quilômetros corridos é porque vocês não são dignos, nós não somos dignos de vestir essa camisa.”

É hora de suar a camisa. O São Paulo volta a campo no domingo, contra o lanterna Criciúma, em Santa Catarina.

 

Fonte: Uol

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