O São Paulo atingiu um déficit financeiro da ordem de R$ 800 milhões no dia 30 de setembro. Números apurados pelo jornalista Alexandre Giesbrecht, publicado pelo Anotações Tricolores, confirmado pelo jornalista Dario Campos, publicado pelo Agonia Tricolor, e checado por mim com três fontes distintas, confirmam que o clube fechou setembro com resultado negativo de R$ 96 milhões.

Esse resultado já contempla todas as premiações recebidas pelo título da Copa do Brasil, além das bilheterias e os empréstimos aprovados pelo Conselho Deliberativo.

Com esse valor somado à dívida confessada pelo presidente Júlio Casares em entrevista ao Roda Viva – ele disse lá que o São Paulo tinha um rombo de R$ 700 milhões – leva o clube ao total de R$ 800 milhões. Se considerarmos que não teremos grandes entradas até o final do ano, pois serão só mais quatro jogos em casa, mas as despesas com folha de pagamento e juros continuarão vencendo, não é difícil estimar que o clube poderá fechar o ano com divida de R$ 1 bilhão, número, aliás, que já vínhamos alertando da possibilidade de ser alcançado.

Isso prova a péssima gestão financeira do presidente Júlio Casares. Quando estava em campanha, em 2020, ele comentava que a dívida que ele herdaria de Leco seria de R$ 600 milhões. Neste ano, quando da divulgação do Balanço de 2022, fez um alarde afirmando que havia reduzido a dívida do São Paulo. O Tricolornaweb provou que foi uma maquiagem de números e que, na realidade, a dívida tinha se expandido.

Júlio Casares acabou confirmando nossos dados ao admitir, na TV Cultura, que o São Paulo devia R$ 700 milhões, e não R$ 580 como ele queria fazer crer.  Agora vem essa bomba que mostra que o clube caminha para a insolvência, caso alguma medida drástica não seja tomada.  E isso, convenhamos, com o continuísmo não vai acontecer.

É bom lembrar que o São Paulo ultrapassou o orçamento aprovado em 2022 para empréstimos bancários. Até agosto foram acumulados R$ 151 milhões, excedendo os R$ 145 milhões previstos para o ano todo no orçamento. A conta de juros está em R$ 8 milhões por mês.

Aliás, cabe aqui ressaltar que a diretoria cometeu um erro crasso e muito grave, quando na última reunião para aprovar novos empréstimos, mandou um de R$ 35 milhões com o BTG Pactual, empréstimo este que já tinha sido aprovado anteriormente. Isso nos levou a erro no cálculo. O pior é que o Conselho Deliberativo provou que não lê absolutamente nada e aprova tudo por inércia, votando pela segunda vez um mesmo empréstimo.

Júlio Casares vai tentar maquiar mais esse número. E, talvez por isso, não seja transparente e não divulgue balancetes. Temos que conseguir os números com nossas fontes. Mas os dados estão aí. O rombo do São Paulo cresce assustadoramente e não seria de se imaginar algo diferente. Afinal, os empréstimos tomados ao longo do ano precisam ser pagos. Aí a conta aumenta. E muito.

Paulo Pontes