‘Roubo’, erro de Bauza e sucesso de Calleri: Lugano lembra Liberta 2016

Diego Lugano diz que não sabe como o São Paulo chegou à semifinal da Libertadores de 2016, momento que considera um dos mais importantes do clube nestes anos de seca, mas acredita que a equipe comandada por Edgardo Bauza seria campeã se não fosse “roubada” na semifinal contra o Atlético Nacional – os colombianos ficaram com a taça após vencerem o Independiente Del Valle.

– Primeiro que foi um roubo. Foi um roubo mesmo. Um roubo, um roubo. Inexplicável a expulsão de Maicon aqui no Morumbi. Inclusive depois eu fui no hotel procurar o Jorge Larrionda, uruguaio, que era o quinto árbitro. Mandei mensagem. Inexplicável, inexplicável – disse o hoje superintendente de relações institucionais do Tricolor em entrevista aos jornalistas Eduardo Tironi e Arnaldo Ribeiro, no Youtube.

Lugano se refere ao cartão vermelho recebido por Maicon após um empurrão na cabeça de Miguel Borja, quando o jogo de ida da semifinal ainda estava empatado sem gols. Bauza deslocou o lateral-esquerdo Mena para a zaga, pediu que Alan Kardec recuasse pela esquerda e viu o time perder por 2 a 0. Lugano estava no banco e acredita que o correto seria sua entrada no lugar de um atacante.

– Eu deveria ter entrado nesse jogo depois que o Maicon foi expulso, mas também aconteceram algumas coisas fora de campo. Eu estava com um problema na perna esquerda, tinha ficado 20 dias fora. O Patón, no jogo de volta contra o Atlético-MG, quando estava 2 a 1 para eles (resultado que classificou o São Paulo para a semi) e o Atlético em cima de nós, me consultou no meio do segundo tempo para tirar um atacante e colocar três zagueiros. Falei: “Patón, vai colocar o time para trás? Colocar um zagueiro sem ritmo, que é o pior que pode ter para um zagueiro?”. Acho que contra o Atlético Nacional eu deveria ter entrado, mas ele deve ter pensado em não colocar um zagueiro sem ritmo faltando pouco tempo. Fechou o Mena, deixou os atacantes, e obviamente não deu certo. Fiquei puto, obviamente. Quando desci o túnel do vestiário ele estava me esperando e falou: “Diego, caguei. Perdão, perdão, perdão”. Eu não falei nada para ele, mas também entendi. São coisas que acontecem, decisões. Ele me explicou que queria deixar o Mena, que já estava na dinâmica do jogo, e não queria tirar um atacante para não perder a possibilidade de fazer um gol. E lá em Medellín também fomos roubados literalmente. É incrível como em 2016, com um time muito inferior ao de hoje, nós chegamos só pela camisa do São Paulo, pela mística, e era para sermos campeões. Mas futebol não tem matemática, não tem muita lógica – disse, recordando que na derrota por 2 a 1 na Colômbia o Tricolor teve um pênalti ignorado quando estava 1 a 1.

Na mesma entrevista, Lugano foi questionado sobre a identificação que o atacante argentino Jonatan Calleri criou com o clube mesmo que sua passagem tenha durado apenas seis meses. Hoje atleta do Espanyol, ele anotou nove gols e foi o artilheiro daquela Libertadores.

– Jony foi protagonista em uma das melhores fases do São Paulo nos últimos anos, que foi quando chegamos na semi da Libertadores. Como a gente chegou eu não sei, mas o torcedor teve a ilusão de ser campeão, ficamos perto, e o Calleri foi protagonista e artilheiro nesse sonho. É um cara inteligente, bem articulado, que sabia onde estava quando veio para o São Paulo. É uma grande vantagem para um jogador, sabia do que a torcida gostava e queria. Ele se identificou com o São Paulo e manteve um relacionamento um pouco midiático. É um jogador com perfil do São Paulo, entende o que está acontecendo, é um grande profissional. Obviamente teve que ir embora, mas todos nós temos boas lembranças dele, porque em pouco tempo ele se interessou em entender a instituição. Tem jogadores que passam muitos anos e não entendem nada da instituição. Esse tipo de jogadores (como Calleri) tende a dar certo, o torcedor tende a enxergar – finalizou Lugano.

 

Fonte: Lance

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