Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, o São Paulo anunciou oficialmente nesta segunda-feira o fim do time de Basquete Masculino, algo que já havia sido antecipado por nós há seis meses. A nota diz que a parada é provisória, a princípio por um ano, e deve-se à dificuldade de conseguir patrocínio. E aqui temos que homenagear a incompetência do nosso Departamento de Marketing.

Eu tive informação que o clube tentou obter recursos da Lei de Incentivo ao Esporte, mas como está negativado (não conseguiu a Certidão Negativa de Débitos), o objetivo não foi alcançado.

Sei que muitos, como eu, estão de  luto. Afinal, somos – ou sou – defensores de que o São Paulo é muito grande para viver apenas de futebol. Vejam outros times como Corinthians, Flamengo, Vasco, Palmeiras, Cruzeiro, Botafogo, que mantém o time de futebol e basquete (o Vasco e o Flamengo ainda mantém o Remo). Além do mais, era o maior barato ver jogos da NBB, tendo para quem torcer.

Vamos lembrar a campanha: desde que voltou, em 2021, foi campeão da Copa Ouro, Campeão Paulista em 2021, campeão da Champions League Americas (Libertadores) 2021-2022, vice-campeão da Copa Intercontinental 2023, duas vezes vice-campeão brasileiro (2020-2021/2020-2023), vice-campeão da Copa Super 8 (2022-2023) e vice-campeão Paulista (2022).

Há os que ficaram alegres, afinal o São Paulo vai gastar menos (ou nenhum) dinheiro com o Basquete, o que vai ajudar nas finanças do clube. Também dizem que o São Paulo é FUTEBOL Clube. Portanto, o futebol vem antes do clube. Nesse caso concordo plenamente.

Mas lembro que a camisa que nosso time usa quando entra em campo carrega um escudo com cinco estrelas. Duas delas são de Adhemar Ferreira da Silva,  no Atletismo. Ou seja: não são do futebol. E tivemos Eder Jofre, José João da Silva, Aurélio Miguel, enfim, o esporte dito amador do São Paulo sempre foi gigantes. Como eu disse, “foi”.

Aos que alardeiam os gastos, NENHUM, vou repetir NENHUM centavo empregado no basquete vem do futebol. A despesa é integralmente custeada pelo Social.

Mas há motivos que justificam o fim: a maléfica administração  Júlio Casares. que loteou o Basquete com cargos políticos, sem o menor conhecimento do esporte, e conseguiram colocar a modalidade do Tricolor na lama.

Então vejamos: gastos com basquete no ano de 2024:

São Paulo: R$ 9,848 mi

Pinheiros: R$ 5,348 mi

Paulistano: R$ 2,733 mi

Tem alguma coisa errada aí. Mas, como tudo foi loteado pela conveniência política, isso se explica facilmente.

Outra coisa que preciso salientar: vi pelas redes sociais que Carlos Belmonte, atual diretor de Futebol, criou o basquete para se promover no cargo de diretor Social e chegar ao futebol. Não se sustenta essa afirmação. Não bastasse a convivência que tive com Belmonte nos tempos de Jovem Pan e saber da paixão dele pelo esporte, desde sempre quis implantar isso no São Paulo. E naquele momento, na gestão Leco, nem de longe a hipótese do futebol passava pela sua cabeça.

Também vi nas redes sociais que a decisão de Júlio Jack Pavão Casares de terminar com o basquete, foi para provar Carlos Belmonte. Não tenho essa informação, mas é só isso que esta faltando para esse presidente mequetrefe: usar a instituição para se vingar politicamente de alguém, a dano dela.

Respeito a opinião de todos, mas  me sinto órfão das noites e tardes de  basquete do São Paulo.

Paulo Pontes