Em 2005, meia falou de crise tricolor e aposentadoria no Morumbi

“Tenho acompanhado e torço muito para essa situação melhorar. O São Paulo tem time para reverter o quadro e, com o tempo, eu acredito que eles melhorarão a situação na tabela”. A frase poderia se encaixar perfeitamente no atual contexto do Tricolor, que luta contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro, mas foi dita pelo meia Kaká à reportagem da GazetaEsportiva.net em 2005, quando o clube do Morumbi vivia situação parecida na competição nacional. Já no Milan, o jogador não escondia o amor pelo time que o revelou.

Apesar de também estar mal colocado na tabela – o São Paulo terminou o primeiro turno da edição de 2005 na zona de rebaixamento -, o clube do Morumbi vivia um ambiente menos conturbado, já que havia conquistado o tricampeonato da Libertadores, também sob o comando de Paulo Autuori, e apenas ‘cumpria tabela’ no Campeonato Brasileiro. Kaká, no entanto, não participou do título continental, foi vendido ao Milan, da Itália, por 8,5 milhões de dólares (aproximadamente R$ 23,8 milhões nos valores da época), deixando o clube do Morumbi pela porta dos fundos.

Acervo/Gazeta Press

O menino ainda chamado Cacá foi capa da edição do dia 7 de março de 2001 de A Gazeta Esportiva

Melhor jogador do mundo em 2007, com a camisa rossonera, Kaká estreou no profissional seis anos antes, ainda com 19 anos. A grafia de seu apelido era diferente – Cacá -, mas o garoto já mostrava que não seria um jogador comum. Oswaldo Alvarez bancou o ‘debutante’ na final do Torneio Rio-São Paulo de 2001, contra o Botafogo, no Estádio do Morumbi. Após uma vitória por 4 a 1 fora de casa, o Tricolor perdia pelo placar mínimo, mas Cacá saiu do banco de reservas, marcou duas vezes e selou a virada dos anfitriões.

A relação com a torcida são-paulina era promissora. O futuro, porém, indicou um caminho diferente. O Tricolor do Morumbi sofria com as seguidas eliminações para o rival Corinthians, a chance de quebrar o ‘tabu’ era o Campeonato Paulista de 2003 e a grande esperança era o garoto Kaká. Dentro de campo, no entanto, os resultados não vieram. Duas derrotas por 3 a 2 para o time do Parque São Jorge, o suficiente para pairar a irritação nas arquibancadas. Um protesto da principal organizada no treino foi a gota d’água: o meia estava fora do São Paulo.

Acervo/Gazeta Press

Seguidas eliminações para o Corinthians em finais trouxeram rótulo de “pipoqueiro” ao promissor meia

A conturbada saída do jogador dividiu a opinião de torcedores, que após dez anos, ainda pedem o retorno de Kaká. A má fase no Real Madrid aumentou as esperanças, serviu de interesse político nos bastidores do Morumbi, mas o acerto com o Milan interrompeu com qualquer especulação. Dois anos depois de ter sido ‘expulso’ do Tricolor, o meia revelou não ter mágoa por causa da forma que foi tratado. “A minha negociação foi muito boa para mim, para o Milan e para o São Paulo”.

 

Questionado em 2005 sobre uma possível aposentadoria no Tricolor, Kaká admitiu ser torcedor do São Paulo e alimentou as esperanças de uma torcida, hoje, arrependida por ter permitido a saída de um ídolo tão precocemente. “É um desejo que tenho. Não posso negar, pois é meu clube de coração e também é o clube que me projetou. Não dá para prever o futuro, vamos ver se terei essa oportunidade”, afirmou o meia à GE.net, na ocasião.

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