‘Descobridor’, Vadão relembra início de Kaká

De volta ao clube após 11 anos, Kaká fez a festa com a torcida são-paulina no último final de semana durante a sua apresentação, no Morumbi. E um dos responsáveis pela vitoriosa carreira do camisa 8, que atuou em grandes clubes na Europa e foi campeão com a Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2002, foi o técnico Oswaldo Alvarez.

Contente por ver o jogador brilhar no futebol mundial e acertar o seu retorno ao Tricolor, Vadão pôde recordar alguns momentos marcantes com o craque tricolor, que recebeu a sua primeira oportunidade na equipe profissional do São Paulo com o atual treinador da Seleção Brasileira Feminina.

“Fico satisfeito ao ver que ele venceu na carreira, porque na época estávamos apostando em um jogador jovem. Naquele momento, ele não era titular nem do time que estava na Copa São Paulo de Futebol Júnior, porque estava se recuperando de lesão, mas acreditamos nele. Na verdade, nós queríamos lançar novos valores e o Kaká fez parte disso. A ideia era contar com garotos que apenas treinassem no profissional, mas começamos a perceber o potencial dele”, recorda o comandante.

A estreia de Kaká foi no Morumbi, pelo Torneio Rio-SP, num empate por 1 a 1 com o Botafogo, no dia 1º de fevereiro de 2001. “Falei para ele que daria uma chance, apesar de ser franzino, e faríamos um trabalho de fortalecimento muscular. E durante a competição foi a consagração dele, principalmente com o título, porque me veio aquela luz de colocar o menino para jogar”, acrescenta.

Seu primeiro momento como uma verdadeira estrela foi contra o Botafogo, no mesmo palco. No dia 7 de março, Kaká entrou em campo na decisão do Rio-SP e viu pela primeira vez o Morumbi se render ao seu talento. Colocado por Vadão, o jogador entrou na segunda etapa e fez os dois gols do São Paulo na vitória por 2 a 1 sobre o clube carioca, dando o inédito título ao Tricolor.

E de acordo com Oswaldo Alvarez, o coordenador técnico Milton Cruz foi um dos responsáveis pela revelação do craque. “Tenho que fazer justiça. O Milton tinha me avisado sobre um garoto que era parecido com o Raí, mas não era titular na base. Ele disse que era um atleta com potencial e isso ajudou bastante também. O Coronel Parreira, que fazia parte da diretoria, também me alertou sobre a qualidade do Kaká na época. Nós acreditamos no jogador e, felizmente, deu certo”, afirma.

“Não foi uma surpresa ele vingar da forma que foi, porque já era um atleta diferente. Lembro também que o presidente Paulo Amaral me chamou e perguntou: “O Kaká é tudo isso mesmo? Se for, vou ter que renovar”. Sem pensar, respondi: “Renova. E correndo. Porque será um grande jogador”. Então, as coisas foram acontecendo naturalmente”, acrescenta Vadão.

O treinador, aliás, foi o primeiro a apostar na dupla Kaká e Luis Fabiano, que fizeram uma grande parceria no Tricolor e, mais tarde, na Seleção Brasileira. “O Luis jogava na Europa (no Rennes-FRA) e a gente precisava de um atacante trombador, porque o França já pensava mais o jogo. Então, nos ofereceram ele e consultei alguns diretores da Ponte Preta (clube que revelou o Fabuloso). Eles me disseram que eu poderia trazê-lo de olho fechado porque apesar do gênio forte, ele era goleador. Apostamos nele na frente com o França e o Kaká entrou nessa dança. Hoje, percebemos que eles tiveram praticamente o mesmo destino, porque foram bem na Europa e estão de volta ao São Paulo. Vejo com satisfação a carreira que eles tiveram e, principalmente, por retornarem ao clube”, finaliza.

Fonte: Site Oficial

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