Aposentado como técnico, Muricy revela desejo de voltar ao São Paulo

Inativo desde maio devido a problemas de saúde, Muricy Ramalho começa a planejar seu retorno ao futebol. E o São Paulo é uma das possibilidades. Aos 60 anos, ele revela o desejo de voltar ao clube pelo qual foi tricampeão brasileiro (2006 a 2008), mas em uma função diferente da de treinador.

“Quem sabe um dia? Não como técnico, mas em outra área, como coordenador (técnico) talvez. A gente pode ter a oportunidade de voltar ao clube. Tenho muita experiência em várias coisas. Podia colaborar, sim”, revelou o ex-técnico em entrevista telefônica àGazeta Esportiva.

Muricy Ramalho deixou o Flamengo no fim de maio após sofrer uma fibrilação atrial – espécie de arritmia cardíaca. No início de junho, anunciou a aposentadoria como técnico de futebol. Ele já havia passado pelo mesmo problema em 2014, quando comandava o Tricolor paulista.

Na entrevista, Muricy também comentou a má campanha do clube do Morumbi, que ocupa o modesto 13º lugar do Campeonato Brasileiro, com apenas cinco pontos acima da zona de rebaixamento. Na avaliação do ex-treinador, a troca constante de técnicos nos últimos anos culminou na má fase são-paulina.

“Já se sabe que no futebol brasileiro quando se troca muito de técnico o time não funciona. Não tem jeito, já é provado isso. Então, o São Paulo trocou muitos técnicos ultimamente e com certeza nunca achou um sistema de jogo, nunca achou uma filosofia de trabalho porque cada um tem a sua e toda hora muda. Isso confunde os jogadores”, avaliou Muricy.

Nos últimos dois anos, o Tricolor teve cinco técnicos diferentes, incluindo o próprio Muricy. Além dele, Juan Carlos Osorio, Doriva e Edgardo Bauza passaram pelo clube antes de Ricardo Gomes assumir o cargo em agosto. No caso dos estrangeiros, o colombiano saiu para treinar o México, enquanto o argentino trocou o São Paulo pela seleção de seus país.

“É um grande problema, coisa que antigamente não faziam, porque mesmo eu perdi uma Libertadores (2006) e fui mantido. Perdi outras (2007 e 2008) e fui mantido. Na sequência, o trabalho mostrava que era correto”, exemplificou. “Tanto é que nós fomos tricampeões do Brasileiro. Às vezes trocar de técnico não é o caminho correto”, acrescentou.

Questionado sobre o modo de trabalho do atual presidente do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva, Muricy preferiu não emitir opinião pela falta de contato com Leco enquanto este fora vice de futebol de Juvenal Juvêncio, em 2007. O Tricolor vive momento complicado, também, na política, tendo Roberto Natel, que é do grupo de situação, abandonado a vice-presidência na semana passada. A tendência é que o sobrinho-neto de Laudo Natel concorra com Leco no pleito de abril de 2017.

“Tinha muito pouco contato com ele, porque ele ficava mais no Morumbi, o cargo dele era de uma pessoa que permanecia muito no Morumbi. Era mais o Juvenal que ia no CT, era mais direto com o Juvenal, em reuniões e tal. Não tive oportunidade de trabalhar com o Leco diretamente, era muito distante. Hoje não, ele está mais próximo, mais no CT, mas no meu tempo não o frequentava”, concluiu.

 

Fonte: Gazeta Esportiva

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