– Desde que cheguei no São Paulo a ideia é essa. Criar um filosofia de jogo, respeitando a história do São Paulo, que sempre foi de formar grandes equipes, que se impõem no jogo e tratam muito bem a bola. O sub-20 tem se comportado de maneira sempre muito agressiva, propositiva. Aquela equipe que procura ter a iniciativa do jogo em todos os momentos, essencialmente no jogo ofensivo – afirmou Jardine, em fevereiro.

– Procuramos ter a bola, envolver o adversário, criar situações de gol sem depender do erro, de transição ou de bola parada. Respeitando esses momentos, mas dando ênfase ao jogo construído.

Modelo de jogo
Basicamente Jardine treina seu time para ocupar espaços. A equipe se organiza por meio da posse da bola e tenta desequilibrar o adversário com muita troca de passes, de um lado ao outro, para abrir brechas no rival quando esse faz o movimento de balanço defensivo.

Na terça-feira, Jardine pediu novas marcações no campo do CT da Barra Funda. Eram corredores pintados de uma linha de fundo até a outra. São usados para os jogadores terem uma ideia de ocupação de espaço baseado neles.

O objetivo é que os jogadores ocupem os espaços vazios sem a bola, deem opção de linha de passe e cansem o adversário até encontrar uma brecha para atacar. A bola vai entrar na defesa adversária justamente por esses corredores. Essa é a filosofia de jogo dos times nas categorias de base do São Paulo.

Os quadrados formados no campo com as marcações são usados para distribuir neles atletas de determinadas posições que vão jogar no mesmo setor. Assim ele treina as aproximações por setor do gramado.

No dia a dia, Jardine costuma ser carismático com os jogadores e é estudioso. Em outubro foi à Europa para se atualizar e conhecer novos métodos de trabalho.

Se Jardine conseguir colocar em prática o que gosta, o São Paulo deverá ser um time de forte chegada a linha de fundo e que em alguns momentos vai tentar subir a marcação no campo de ataque.

Jardine também é adepto do que os técnicos chamam de “perde/pressiona”: tentar recuperar a bola o mais rápido possível, com mais de um jogador pressionando na marcação logo após perder a posse.

Quem pode ter mais espaço com Jardine

Revelado em Cotia, Helinho deverá ter espaço e pode inclusive ser titular contra o Grêmio. O garoto de 18 anos estreou no profissional com um golaço contra o Flamengo, no empate por 2 a 2. A jogada é característica do meia-atacante, e Jardine sabe bem disso.

Os também garotos da base Tuta (lateral-direito relacionado pela primeira vez contra o Grêmio) e Rodrigo Freitas estão completando treinos do time principal. Eles estão sendo observados.

Reserva e sem jogar desde o dia 5 de setembro com Aguirre, Shaylon também deverá ter mais minutos em campo. Jardine gosta do futebol do meia canhoto de 21 anos.

Embora provavelmente não seja titular diante do Grêmio, Rodrigo Caio é outro que sobe de status com Jardine. Ele tem como característica o passe vertical entre as linhas. O treinador gosta disso.

A qualidade técnica do zagueiro na saída de bola se encaixa com o modelo adotado por Jardine. Rodrigo Caio não joga desde a derrota por 2 a 0 para o Palmeiras, no dia 6 de outubro, era reserva com Aguirre e estava insatisfeito. Ele chegou a atuar como lateral-direito improvisado, mas não gosta de jogar no setor.

Nenê, por sua vez, deverá voltar a ser titular diante do Grêmio, após quatro partidas no banco com Aguirre. Ele é o vice-artilheiro do Tricolor na temporada, com 12 gols. Com a lesão de Diego Souza, Pedro Bortoluzzo foi convocado para ficar no banco.

Contra o Grêmio, além de Diego Souza, Jardine não terá Rojas, Gonzalo Carneiro, Luan e Igor Gomes. Ele faz mistério e não revela a equipe titular. O possível Tricolor para o jogo é o seguinte: Jean; Bruno Peres, Arboleda, Bruno Alves e Reinaldo; Jucilei, Hudson e Nenê; Everton, Tréllez (Brenner) e Helinho.

Fonte: Globo esporte