É campeão! Temos muito o que comemorar. Mas tambem muito a refletir.

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb e ouvinte da Rádio São Paulo, não há dúvida que estamos em êxtase: em cinco dias quebramos um tabu em Itaquera, vencendo o Corinthians e ganhamos a Supercopa Rei, vencendo o Palmeiras nos pênaltis. Thiago Carpini provou que merece ser respeitado, assim como o goleiro Rafael, que ganha uma sobrevida gigante perante a torcida.

Começando por Rafael, não é o goleiro dos meus sonhos. Não sabe sair do gol e, apesar de não tomar frangos, toma gols de bolas defensáveis. Mas evidentemente que dois pênaltis defendidos numa final que nos deu o título, deve ter o reconhecimento da torcida e ele passa, mais do que isso, a ter a confiança necessária para seguir no gol do Tricolor.

Thiago Carpini, aquele que eu falei que teria um teste dividido em duas pernas: ganhou a primeira, contra o time de Itaquera, ganhou nota 7; agora ganhou a outra perna, contra o time da colônia fabril. Ficou com 10.

Questiono algumas ideias dele, como ter, por exemplo, entrado com Nikão no lugar de Lucas. Pela explicação de Carpini, era para dar mais profundidade ao time e fazer a dobra com Wellington para marcar a dobra palmeirense de Marcos Rocha e Mike. Só que Nikão não conseguiu recompor e Wellington ficou sofrendo muito ali. Diego Costa não podia sair da área para ajudar; Pablo Maia tomava conta de Rafael Veiga (acabou com ele). Então tivemos muita dificuldade por ali. No segundo tempo, com a entrada de Michel Araújo no lugar de Nikão, a situação melhorou um pouco.

Mas o jogo, em si, foi muito fraco. Poucas oportunidades. A mais clara, do São Paulo, com Calleri. Ele não pode perder o gol que perdeu, que nos daria o título. Por tudo o que ele faz pelo São Paulo, é perdoável. Mas, centroavante é centroavante. Assim como o goleiro que faz dez milagres e toma um frango é criticado, o mesmo vale para o centroavante.

Felicidade é pouco para expressar o sentimento da coletividade são-paulina. Mas aí vem o chato de plantão para falar que temos que comemorar muito, porém também precisamos refletir.

Vamos começar pela entrevista de Calleri. Ele disse que as coisas estão melhorando muito no São Paulo, vestiários reformados, cozinha melhorada, equipamentos do Refis, pagamentos sendo ajustados. Bem, inevitável entender que sem pagamento em dia, as coisas complicam. E isso me leva à extrema preocupação por conta da entrevista de Carlos Belmonte e Rui Costa no Bola da Vez, da ESPN, afirmando que os salários estão em dia, mas poderão sofrer novos atrasos nesse primeiro semestre. Inadmissível.

Aí vem a decisão de James Rodrigues, de não viajar a Belo Horizonte, pois não seria relacionado. Junto a informação que o São Paulo deve para ele. Sei que uma coisa não justifica a outra e que James deve ser defenestrado do clube. Aliás, eu disse lá atrás que se tratava de uma contratação eleitoreira e que, passada a eleição, a diretoria iria gerar um clima para ele resolver ir embora. Truco!

A nossa reflexão, então, passa exatamente pelo lado financeiro. Se o clube não conseguir equilibrar suas contas e manter os salários em dia, temo que esse título da Supercopa Rei seja tudo o que teremos a comemorar em 2024. O elenco melhorou, as coisas estão se encaixando, mas o combustível que impulsiona essa máquina está prestes a acabar. Por isso nossa reflexão.

Mas, enfim, parabéns São Paulo! Conquistamos o único título que faltava em nossa galeria. Se criarem outro, nos avisem que vamos lá buscar.

Acabou o tabu, mas tenho em conta que no primeiro teste real, Carpini passou com méritos

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, acabou o incômodo tabu. Finalmente ganhamos em Itaquera, com méritos e com destaque especial para Thiago Carpini. Sem, é lógico, destacar a partida memorável de Calleri.

Alguns diziam que este seria o melhor momento de todos para quebrarmos o tabu. Lembrei, nos jornais que apresento, que ano passado fomos lá jogar contra um time que entraria no Z4 se perdesse do São Paulo, e nós estávamos em alta. E só empatamos. Pior: depois perdemos no jogo de ida da Copa do Brasil. Então, o momento é o de hoje, independente da condição de ambas as equipes. Afinal, clássico se faz de detalhes e o São Paulo soube ter esses detalhes a seu favor.

Quando vi a escalação percebi que Carpini teve uma inteligência suprema. Já que chegou agora e não conseguiu ter pleno conhecimento da capacidade do elenco, apostou no time que conquistou a Copa do Brasil, com uma pequena variação de posicionamento em campo, e conseguiu a vitória. Marcou pressão a saída do Corinthians, com Calleri, Luciano, Lucas e Wellington Rato sufocando a defesa adversária e o resultado eram os chutões de Cássio para se livrar da pressão.

O gol de Calleri demorou a acontecer. Mas saiu. E foi por uma jogada que há tempos não via no São Paulo: lançamentos longos. Os últimos técnicos (vou citar apenas Rogério Ceni e Dorival Jr) faziam os zagueiros se tornarem meias e irem com a bola até a frente entregá-la a domicílio para os atacantes. Antes do gol de Calleri, num lindo lançamento de Rafinha, já houvera acontecido outros, como Arboleda, Welliington, Pablo Maia, Lucas, enfim, vários lançamentos, com direito a dois gols perdidos por Luciano, jogadas interceptadas por Cassio a frente de Calleri e outros mais.

A expulsão de Caetano foi fruto de sua incompetência para marcar Calleri. Aí também sobrou visão de jogo. Calleri estava sendo marcado pelo equatoriano Felix Torres e estava tendo dificuldade. Por mais que o gol tenha saído em cima dele, quando Calleri ganha na corrida, ele havia se deslocado para jogar em cima de Caetano. Ganhou todas, a ponto do zagueiro adversário lhe dar um soco no rosto. Aliás, foi na cara do árbitro, que se fez de morto. Só que, ao ser chamado pelo VAR, teve que expulsar o zagueiro do Corinthians. Até aí já tinha saído um contra-ataque deles, com falta e cartão amarelo para Alisson. Se o árbitro apitasse o lance na origem, não haveria o cartão para Alisso e seria falta perigosa a nosso favor.

O gol de Luiz Gustavo, o segundo seguido que o time faz em cobrança de escanteio de Wellington Rato (o primeiro foi do mesmo Luiz Gustavo contra a Portuguesa), também mostra que estamos treinando mais e a pontaria funcionando.

Na avaliação de duas pernas, uma já foi vencida com méritos por Thiago Carpini. Essa vitória aumenta a confiança para o jogo de domingo, a avaliação de segunda perna para a nota de Carpini.

Os testes precisam de uma pausa. É necessário ter o time titular para essa semana

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, defendi e continuarei defendendo que o Campeonato Paulista seja utilizado como laboratório para o técnico, recém chegado, conhecer o potencial do elenco que tem e quais esquemas táticos poderá implantar.

Carpini tem feito isso. Usou uma formação tradicional contra o Santo André, inventou com três zagueiros, mas sem ter um ala direito contra o Mirassol e voltou ao tradicional contra a Portuguesa, apesar de fazer variações durante a partida.

Em alguns momentos o time atuou com formação de três zagueiros, com Arboleda pela direita, Alan Franco pelo meio e Luiz Gustavo pela esquerda. Porém, na maioria das vezes, Luiz Gustavo alternou com Bobadilla a saída de bola da defesa para o ataque.

Carpini usou Galoppo como meia, mas neste sábado ele jogou na frente, aberto pela esquerda. Prefeito no meio, onde ele rende mais.

Luciano foi segundo atacante, mas no final do jogo virou centro-avante, com a saída de Calleri. Até fez seu gol, mas foi anulado. Aliás, que jogada do Alisson com o Wellington Rato para a conclusão de Luciano. Pena que Rato estava impedido.

O fato é o seguinte: essa semana não podemos ter laboratório, temos que ter um time definido. Clássico contra o Corinthians em Itaquera, por si só muito importante, mas que aumenta a responsabilidade por termos um tabu a quebrar no galinheiro. Domingo clássico contra o Palmeiras, valendo título.

Sei que, mesmo se ocorrerem duas derrotas, não será hora de cobrar resultado de um técnico que acaba de chegar, mas que a carta sobre seus ombros será gigantesca, isso não há dúvida. Vai ter cobrança da torcida que conduz e o trem corre o risco de descarrilar.

Por isso, foco total nessa semana, pois tem jogo que vale título.

As invenções de esquema tático começaram

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, o técnico Thiago Carpini começou com suas invenções. Na realidade, o esquema tático colocado por ele em campo contra o Mirassol não foi uma novidade, uma invenção plena, mas cópia perfeita do esquema montado por Rogerio Ceni no Campeonato Paulista do ano passado.

Ants da partida iniciar, eu e meu amigo Edson Lapolla conversávamos: ele achando que o Diego Costa seria lateral e eu que o esquema seria 3-5-2, com Wellington Rato como ala direito. Eu acertei, mas durou pouco. Rato não conseguiu fazer o vai e vem (precisava de um Uber para isso) e Galoppo acabou, em certos momentos, virando assistente de lateral.

Depois virou um não sei o que. Começou com 3-5-2, virou 3-4-3 e outros mais.

Mas como um esquema desses pode dar certo? Você tem um “ala” pela direita, que é canhoto; depois você tem um quarteto no meio de campo, com dois volantes, um meia e um lateral esquerdo. E tem mais um jogando pela esquerda (Ferreira). Ou seja: time capenga.

Se ele queria jogar com três zagueiros, nos moldes tradicionais, não seria mais fácil ter tirado Wellington Rato (ou Ferreira) e entrado com Igor Vinicius? Ah, ele quis poupar Igor Vinicius. Então por que levou Igor Felisberto para lá, se não servia para nada?

Esperei ansiosamente pela explicação de Carpini no pós jogo, mas ela não veio. Na realidade, a brilhante imprensa presente não insistiu na pergunta para elucidar. Ele, na primeira indagação, tergiversou, falou do desgaste físico nessa início de temporada, de precisar rodar o elenco, mas não convenceu a mim.

Se é para poupar, por que não Wellington? Poderia ter entrado com três zagueiros, Igor Vinicius e Patryck como alas e vida que segue. Afinal, Wellington também jogou contra o Santo Andre.

Foi invenção e pronto. E não gostei. Não fico cornetando técnico no início, mas erros deste tamanho precisam ser criticados. Além do mais, Carpini tem que entender que é técnico do São Paulo, não mais do Água Santa ou do Juventude. Até porque na coletiva ele disse que vai observar a Portuguesa para ver como montar o São Paulo.

Pera aí, cara pálida. É a Portuguesa quem tem que estudar o São Paulo, não o contrário. O time grande é o Tricolor.

Destaco Galoppo que está ganhando essa posição. Rende mais do que Luciano. E, se mantiver o ritmo, colocará James Rodrigues no banco. Aliás, se James um dia for relacionado.

O empate fora não foi ruim. O Mirassol é um bom time. O que me incomodou mesmo foi o esquema tático. Por isso digo que começamos mal essa caminhada com Carpini.

Foi só o Santo André, mas o início foi promissor

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, não vou aqui embarcar no ilusionismo da fácil empolgação, mas tenho que reconhecer que o início da temporada do São Paulo foi promissor, ainda que tenha sido só o primeiro jogo, dentro do Morumbi, contra um time da série D do Brasileiro.

Mas vamos combinar: imagina se o Lucas não tivesse jogado o que jogou, se o time tivesse padecido para ganhar do Santo André: iríamos estar aqui cornetando até a morte.

Não preciso ouvir discursos de que o jogo que vai mostrar nossa real condição é contra o Palmeiras, na disputa da Super Copa do Brasil, ou mesmo o jogo anterior, contra o Corinthians, em Itaquera. Talvez o seja na próxima terça-feira, contra o Mirassol, na casa deles, time que reputo como dos mais difíceis do interior.

Mas o sábado foi de um Morumbi com 45 mil pessoas, algo inédito na estreia do Tricolor num Campeonato Paulista, com direito a show de Lucas, partida abaixo do nível de Calleri, ótimas participações de Alisson e Rato, alegria por ver Igor Vinicius voltar e jogar os 90 minutos sem sentir nada e vermos que o elenco se fortaleceu para esse ano, como seria obrigatório acontecer.

No campo ficou claro que o time toca a bola com m ais objetividade, que marca pressão a saída do adversário, mas que ainda deixa alguns espaços entre o meio campo e a defesa. Nas saídas de bola, Diego Costa e Alan Franco viram laterais. Aí formam-se duas linhas de três, na vertical, pelos cantos do campo: de um lado, nessa ordem, Diego Costa, Igor Vinicius e Wellington Rato; do outro Alan Franco, Wellington e Lucas. É melhor carregar a bola pelos lados do campo, pois em caso de erro, a recuperação se faz mais fácil pelo meio.

Ficou patente, também, que a defesa sofre sem Arboleda. O gol que sofremos, pelo alto, mostra que a estatura baixa da zaga não pode sustentar os jogos que teremos pela frente. Talvez na ausência de Arboleda deveria jogar Ferraresi. Aliás, para mim, a defesa titular deve ser Arboleda e Ferraresi.

De resto, crédito a Carpini pela estreia e vamos esperar o desenrolar da temporada, deixando claro que não sou ufanista, mas realista. Sei que não valeu nada, mas se esse “não valer nada” tivesse terminado com uma derrota, nós encontraríamos motivo para detonar o time como se tivesse valido alguma coisa. Então, bola prá frente.

2023 de título inédito e algumas humilhações. Mas o balanço foi positivo.

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, quem diria? Ganhamos a tão sonhada Copa do Brasil e, com isso, completamos nosso rico quadro de troféus, podendo dizer com a boca cheia que não falta nada naquela prateleira.

Por isso só o ano de 2023 já pode ser considerado um saldo positivo. Afinal, não é sempre que se ganha um título dessa importância. Por mais que, pela participação nos demais campeonatos, possamos achar que o título caiu no nosso colo (Corinthians destruído, Palmeiras em péssima fase e Flamengo de Sampaoli), não podemos deixar de comemorar, pois cada um que carregue os seus problemas.

Mas deixando de lado o título da Copa do Brasil (repito, o evento mais importante dos últimos 15 anos) tivemos sustos, decepções e humilhações. A começar pelo Campeonato Paulista, onde fomos eliminados pelo tal de Água Santa. Passando pela Sul-Americana, onde perdemos para o vento; e o Campeonato Brasileiro, onde ate a 35ª rodada ainda fazíamos conta contra o Z4 e acabamos na parte de trás da tabela.

Mas não foram só essas humilhações no ano (nem estou contando a goleada sofrida para o Palmeiras). Foi um ano de rombos espetaculares nas finanças do clube. Apesar dos recordes de bilheteria e público, além de premiações gigantescas como o título da Copa do Brasil, nos afundamos ainda mais em divida e só não vamos terminar com um aumento no déficit na casa dos R$ 140 milhões porque conseguimos vencer o Beraldo, por um preço abaixo do que deveria, mas para, com isso, reduzir o déficit. E, claro, contabilmente, a diretoria ainda fará manobras para mostrar que o Naming Rights, que trará recursos de 2024 a 2027, também faz parte do orçamento de 2023. Vergonhoso.

A eleição também foi um jogo de cartas marcadas, onde o voto de cabresto prevaleceu. Lá atrás eu já afirmava que Júlio Casares não deu só um golpe no estatuto para se reeleger agora, mas abrindo espaço para um novo golpe, pois vai alegar, com texto de Carlos Miguel Aidar, que foi eleito sob um novo estatuto.

E irá além: na nova reforma estatutária, vai tentar passar reeleições indeterminadas para chegar em 2030, quando o Morumbi estará reformado (ao custo de R$ 800 milhões, valor semelhante à nossa dívida) e o São Paulo comemorará o centenário, como presidente do clube de forma ininterrupta. Até porque o Conselho Deliberativo está, mais do que nunca, em suas mãos.

Voltando a falar do positivo, estamos na Libertadores Sonho nosso. Então, que 2024 nos traga um pouco mais de alegria.

São Paulo ganha do Flamengo, mas fecha o Brasileiro com segunda pior campanha da história

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, o São Paulo fechou o Campeonato Brasileiro com a sua segunda pior campanha na história. Muitos que convivem comigo, amigos e parentes, estimavam que, ao contrário da previsão orçamentária da diretoria, o São Paulo acabaria em décimo lugar (a diretoria estimava sexto). Foi pior: terminou em 11º.

E não quero ouvir esse negócio de que abrimos mão do Brasileiro em favor das Copas e que ganhamos a do Brasil, apesar de uma eliminação ridícula na Sul-Americana. Nada justifica o fato de um time, com a camisa do São Paulo, ter ganho apenas uma partida fora de casa. Só fomos melhores do que o lanterna América-MG.

Conseguimos ficar na história, no Brasileiro, não só por isso. Mas também por termos sido goleados pelo Palmeiras por 5 a 0; por termos corrido riscos de Z4 até a 34ª rodada. Enfim, só coisa ruim.

No elenco, problemas e mais problemas. Noves fora o Departamento Médico, temos as encrencas de Dorival Jr com jogadores. Não sei se ele é xenófobo, mas o fato é que James Rodrigues, Mendes, Ferraresi e Gabi, entre outros, estão na lista dele, de dispensas.

Talvez o caso James seja sintomático. Foi criada uma situação para que o clube tratasse do seu desligamento, claro, com pedido de rescisão de contrato sendo feito por ele. Afinal, sua contratação não passou de jogada de marketing eleitoreiro, cujo período seria curto e terminaria assim que a eleição passasse. Estamos revendo filmes vistos anteriormente.

No jogo final do Brasileiro, destaque para o grande número de jovens de Cotia que terminou a partida. A defesa completa (Nathan, Diego Costa, Beraldo e Wellington); Pablo Maia e Talles Costa no meio de campo e William Gomes lá na frente. Isso é muito bom, num momento em que trazemos Luiz Gustavo com 37 anos, buscamos Davi Luis com 36, temos Rafinha com 39, queremos Damião com 34, e assim sucessivamente.

O que esperar para 2024? Sinceramente, não nutro esperança de coisas boas. Afinal, a gang que se apossou do São Paulo renovará seu reinado por mais três anos. Uma diretoria que tem os Jacks reunidos e acoplou, a esse grupo, pessoas da estirpe de Olten Ayres de Abreu (o “mijão) e Dedé (que hoje deve estar arrasado pelo rebaixamento do Santos).

Portanto, espero a realidade para comemorar. Não quero sonhar um sonho pouco provável.

São Paulo joga bem, mas repete roteiro de derrotas fora de casa

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, por incrível que pareça, o São Paulo fez uma boa partida contra o Atlético-Mg, mas repetiu o roteiro que nos deixa na décima colocação do Brasileiro pelas constantes derrotas fora de casa. Vamos lembrar que a única vitória conseguida nesse campeonato fora do Morumbi foi na última quarta-feira, contra o Bahia. Vergonhoso para um time da grandeza do São Paulo.

Percebam que no jogo deste sábado as estatísticas apontam exatamente o que vínhamos observando na partida. O São Paulo dividia a posse de bola com o Atlético, porém conseguia criar oportunidades e concluir para gol. Luciano perdeu um gol inacreditável. Depois, durante o jogo, tentou por três vezes fazer o que Hulk fez: trazer a bola da direita para o meio e bater de pé esquerdo no canto do goleiro, quase em diagonal. O problema foi que de um lado tinha Everson e do outro Rafael; e de um lado tinha Hulck e do outro Luciano.

Hulk, no primeiro chute do Atlético-MG para o gol, marcou. Frango? Não. Mas defensável. Digamos que se Rafael não tivesse braço de jacaré, teria alcançado a bola.

As contusões de Lucas e Rafinha prejudicaram muito o time. Lucas tinha boa movimentação na frente, jogando pela esquerda no começo e depois pelo meio, bagunçando a marcação mineira. Mariano foi uma sombra de Lucas e quando ele veio para o meio, com Mariano acompanhando, Caio cresceu pelo lado esquerdo e Igor Gomes, auxiliar de lateral, não deu conta. Caio criou boas oportunidades e só foi parado na falta.

Mas, voltando às comparações, teve um pênalti para o São Paulo muito claro. O árbitro, mal intencionado e caseiro, não deu. Foi preciso a ação do VAR. Luciano bateu bem, por mais que eu estivesse morrendo de medo. Empatamos.

Porém, lembram-se o que falei acima? As contusões de Lucas e Rafinha nos prejudicara muito? Pois nem bem empatamos o jogo, numa cobrança de lateral, Nathan fica olhando a paisagem da nova arena do Atlético, Paulinho sai nas suas costas e, antes que Arboleda chegasse, marca o segundo gol. Paulinho era jogador do Nathan. Ele não deu conta. Não era de Arboleda. Nathan, além de prejudicar a atuação de Arboleda, prejudicou o próprio time. Nada de estranho.

Gostei mais uma vez da entrada dos garotos, principalmente William Gomes. Claro que falta físico para ele, falta experiência, mas ele partiu para cima, não teve medo, encarou a defesa mineira. Começo a nutir muita esperança por esse garoto.

Agora é o Flamengo. Já ajudamos o Corinthians, ganhando do Bahia. Quase ajudamos o Palmeiras não perdendo para o Atlético. Quem sabe consigamos dar o título ao verde ganhando do Flamengo, no Mrumbi.

Primeira vitória fora de casa coloca, de vez, o time em férias

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, o ano definitivamente acabou para o São Paulo. Com a vitória sobre o Bahia, com gol aos 50 minutos do segundo tempo, a primeira fora de casa, podemos descansar de vez e, efetivamente, usarmos os dois últimos jogos para testar jogadores que não vem atuando.

Cito aqui, por exemplo, Mendez, Luan, Talles Wander, William Gomes (promessas de Cotia), Walce, Patryck, enfim, jogadores que precisam mostrar se tem qualidade para ficar ou se devem ser negociados (os dois primeiros).

Por mais que eu entenda que o time “relaxou” após o título da Copa do Brasil e a posterior vitória sobre o Corinthians, não posso admitir tanta ruindade em alguns atletas. Wellington, nesta quarta-feira, foi deprimente. Ele deu um passe de dois metros no pé do adversário que estava entre ele e Michel Araújo; Nathan entrou de atacante e foi uma água só. Se nem lateral ele consegue ser, imagine lá na frente: Juan até fez uma boa partida, mas foi a exceção, porque a regra é ele ir mal; David entrou e mais uma vez ficou na promessa, enquanto Luciano, ao que parece, desencanou do time e está de malas prontas para a Arábia Saudita.

Resta para nós, para o próximo ano, a certeza de que a defesa está bem montada, com Rafael, Rafinha, Arboleda, Beraldo e Caio; que o meio de campo, ao menos a dupla de volantes, também está muito bem (Pablo Maia e Alisson), que Lucas, se ficar, fundamental e que teremos Calleri. Então são nove jogadores titulares, com poucos reservas à altura. Posso nomear aqui Igor Vinicius (se voltar a jogar), Wellington Rato e Luciano (se ficar). Como eu disse: reservas.

E James Rodrigues? Bem, se ele se dispuser a jogar fora do Morumbi pode ser que se encaixe no time e precisemos pensar em um jogador para completar o time titular. Mas teremos que correr atrás de oito reservas para ter um elenco digno para disputar os campeonatos que teremos em 2024.

E, principalmente: não tentem contratar David e Erison. Usem os R$ 21 milhões que o Inter pede pelo David e mais R$ 10 milhões (ao que parece) por 50% do Erison para comprar um centroavante que consiga substituir Calleri. Ou a montagem do elenco já estará errada, mesmo antes de começar, e nós não nutriremos esperanças para o próximo ano.

Eleição para o Conselho mostra que ou o sistema muda, ou o São Paulo acaba

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, o sistema eleitoral do São Paulo está cada vez mais arcaico, como é a própria postura do clube em tudo o que faz. O problema é que essa excesso de conservadorismo nos leva a ver magnatas do poder dirigir os votos dos sócios, principalmente os mais novos, e elegerem que bem entenderem, com o chamado “voto de cabresto”.

A possibilidade de votar em até 20 candidatos, não importando se de uma ou das duas chapas, que anteriormente atendia o anseio dos sócios, que tinham conhecidos e apostavam na são-paulinidade dos candidatos e, com isso, conseguiam formar um Conselho Deliberativo na altura que o clube merecia. Não eram conselheiros eleitos às custas de churrascos, chopps, brindes, muito menos torcedores de outros times, menos ainda por quererem ser eleitos para curtir as benesses dos lanchinhos, ingressos, vagas no estacionamento e quetais.

O sistema de votação permite a manipulação dos dirigentes, mormente o que reina no Social, e faz com que os sócios sejam levados a obrigação de votar em seus candidatos, pois nas diversas diretorias espalhadas (são quase mil carteirinhas de diretores e assessores), se espalha o medo. Afirmações do tipo “se nós não ganharmos, isso aqui vai acabar”, ou “se seu pai não votar em nós, você não pratica mais esporte aqui” (tenho relato gravado desse fato), tudo levando o sócio menos avisado a votar nos candidatos do Social.

Ao lado disso, vem a grana, e muita grana, de quem está também com a diretoria despeja esse dinheiro em infindáveis festas, onde o “rega bofe” foi barbaramente consumido.

Não posso deixar de falar que, tenho quase convicção, que se um exame grafotécnico sério, feito por peritos, for realizado em muitas cédulas, vai encontrar uma grande quantidade delas preenchida por uma única pessoa. Isso quer dizer que os sócios, mais do que receberem uma cédula, já receberam-na preenchida, com os 20 nomes de interesse do responsável pelo grupo político. Isso, claro, da situação, já que a oposição sequer mesa tinha no interior do clube.

Isso talvez explique a razão de 66,5% dos votos terem sido da situação e 33,5% da oposição. Ué! Mas nesse caso seriam 66 ou 67 eleitos da situação e 33 ou 34 da oposição. Talvez Freud consiga explicar tal situação, ou Pitágoras, mas afeito a números e fórmulas.

Sem contar que bons nomes foram eleitos na situação e na oposição, porém foram reeleitos corinthianos, palmeirenses e santistas, além de vendedora de ingressos. Isso tudo graças a esse “voto de cabresto”, onde o sócio sequer conhece as pessoas em quem ele está votando. Além de pessoas que enfrentam as barras da Justiça por terem hipoteticamente lesado o São Paulo.

O voto SIM para a criação de uma comissão para elaborar uma reforma estatutária pode ser um grande momento para modernizarmos e democratizarmos o clube. Nessa reforma poderemos criar a eleição direta para presidente, com os votos podendo ser dados por sócios patrimoniais, sócios torcedores e proprietários de cadeiras cativas; que o eleitor possa votar em apenas um ou dois candidatos ao conselho, dificultando o “voto de cabresto”; e que seja permitida apenas uma reeleição para presidente. Meu temor é que nada disso seja feita e eles decidam permitir reeleições infindáveis e aumento de três para seis anos para o mandato de conselheiro, ou seja, tornando um clube ainda mais fechado e fortalecendo os feudos. Afinal, quem quer perder o atual status quo?

Em resumo, pelo bem da instituição, o sistema eleitoral tem que mudar. A democracia tem que imperar, pois não vivemos mais os anos 30, mas estamos quase nos anos 2030; a época da ditadura passou, os clubes se abriram para seus sócios torcedores e o São Paulo permaneceu estático, vendo clubes crescerem em suas receitas, em seus títulos e nós seguindo exatamente o que diz, em certo momento, nosso hino: “as suas glórias vem do passado”.

Muda, São Paulo, enquanto é tempo. Ou estamos fadados a encontrar o fim do túnel. Só que ali estará o abismo e nós cairemos nele.