Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb e ouvinte da Rádio São Paulo, não há dúvida que estamos em êxtase: em cinco dias quebramos um tabu em Itaquera, vencendo o Corinthians e ganhamos a Supercopa Rei, vencendo o Palmeiras nos pênaltis. Thiago Carpini provou que merece ser respeitado, assim como o goleiro Rafael, que ganha uma sobrevida gigante perante a torcida.
Começando por Rafael, não é o goleiro dos meus sonhos. Não sabe sair do gol e, apesar de não tomar frangos, toma gols de bolas defensáveis. Mas evidentemente que dois pênaltis defendidos numa final que nos deu o título, deve ter o reconhecimento da torcida e ele passa, mais do que isso, a ter a confiança necessária para seguir no gol do Tricolor.
Thiago Carpini, aquele que eu falei que teria um teste dividido em duas pernas: ganhou a primeira, contra o time de Itaquera, ganhou nota 7; agora ganhou a outra perna, contra o time da colônia fabril. Ficou com 10.
Questiono algumas ideias dele, como ter, por exemplo, entrado com Nikão no lugar de Lucas. Pela explicação de Carpini, era para dar mais profundidade ao time e fazer a dobra com Wellington para marcar a dobra palmeirense de Marcos Rocha e Mike. Só que Nikão não conseguiu recompor e Wellington ficou sofrendo muito ali. Diego Costa não podia sair da área para ajudar; Pablo Maia tomava conta de Rafael Veiga (acabou com ele). Então tivemos muita dificuldade por ali. No segundo tempo, com a entrada de Michel Araújo no lugar de Nikão, a situação melhorou um pouco.
Mas o jogo, em si, foi muito fraco. Poucas oportunidades. A mais clara, do São Paulo, com Calleri. Ele não pode perder o gol que perdeu, que nos daria o título. Por tudo o que ele faz pelo São Paulo, é perdoável. Mas, centroavante é centroavante. Assim como o goleiro que faz dez milagres e toma um frango é criticado, o mesmo vale para o centroavante.
Felicidade é pouco para expressar o sentimento da coletividade são-paulina. Mas aí vem o chato de plantão para falar que temos que comemorar muito, porém também precisamos refletir.
Vamos começar pela entrevista de Calleri. Ele disse que as coisas estão melhorando muito no São Paulo, vestiários reformados, cozinha melhorada, equipamentos do Refis, pagamentos sendo ajustados. Bem, inevitável entender que sem pagamento em dia, as coisas complicam. E isso me leva à extrema preocupação por conta da entrevista de Carlos Belmonte e Rui Costa no Bola da Vez, da ESPN, afirmando que os salários estão em dia, mas poderão sofrer novos atrasos nesse primeiro semestre. Inadmissível.
Aí vem a decisão de James Rodrigues, de não viajar a Belo Horizonte, pois não seria relacionado. Junto a informação que o São Paulo deve para ele. Sei que uma coisa não justifica a outra e que James deve ser defenestrado do clube. Aliás, eu disse lá atrás que se tratava de uma contratação eleitoreira e que, passada a eleição, a diretoria iria gerar um clima para ele resolver ir embora. Truco!
A nossa reflexão, então, passa exatamente pelo lado financeiro. Se o clube não conseguir equilibrar suas contas e manter os salários em dia, temo que esse título da Supercopa Rei seja tudo o que teremos a comemorar em 2024. O elenco melhorou, as coisas estão se encaixando, mas o combustível que impulsiona essa máquina está prestes a acabar. Por isso nossa reflexão.
Mas, enfim, parabéns São Paulo! Conquistamos o único título que faltava em nossa galeria. Se criarem outro, nos avisem que vamos lá buscar.