Amigo são-paulino, acho que nunca me senti tão humilhado como torcedor do São Paulo em toda a minha vida. Já tivemos derrotas maiores, eu sei. Já fomos goleados por 7 pelo Vasco, pela Portuguesa, tomamos de 6 do Palmeiras, do Corinthians. Foram vexames atrás de vexames. Mas muitos deles compensados com títulos, o que significa dizer que foram meros acidentes.
Não foram os 3 a 0 para o Grêmio, com direito a gol do meio de campo, que me jogaram nesse lamaçal de lágrimas. O clube como um todo já está moralmente rebaixado. Desde o presidente, um marqueteiro adepto à ditadura, passando pelo presidente do Conselho Deliberativo, outro adepto a sistema autoritário, chegando ao time e todo o departamento de futebol.
Leco teve em sua gestão duas muralhas para ele se esconder. Queimou num primeiro momento Rogério Ceni, ídolo m maior, apostando nele como técnico, e Raí, segundo maior ídolo da torcida, o colocando na diretoria de futebol. Júlio Casares segue a mesma trilha: Muricy Ramalho e, de novo, Rogerio Ceni, já completamente desgastado com a torcida.
A escalação desta quinta-feira foi desastrosa e já, de antemão, eu falava em nossa transmissão pela Web Rádio São Paulo que nos traria problemas. Quando ele improvisou Shaylon e Marquinhos na ala direita tomamos gols por ali. Não deveria, nem foi, diferente com Gabriel Sara. Além de matar o jogador que melhor estava se saindo como meia.
O São Paulo não jogou. Jogadores com as mãos na cintura, assustados com tudo o que estava acontecendo, parecia estar jogando contra um extraterrestre. O resultado foi 3 a 0, mas podeira ter sido 5 a 0, não fossem os dois agols absurdamente perdidos pelo Grêmio.
Mas o rebaixamento moral está aí. Jogadores sem coração, diretores sem conhecimento, presidente e conselheiros que ão estão nem aí para o time e só pensam no golpe estatutário, marcado para o dia 16.
Será o fim anunciado do São Paulo, com a perpetuação do poder. A série B não veio este ano, virá certamente em 2022. Com as dívidas assombrosas que temos, e presentes nas páginas policiais, nos tornaremos um novo Cruzeiro.
O que tenho de orgulho em minha vida é que vi títulos paulistas como os de 1970 e 1971 (entre outros), seis títulos brasileiros, três Libertadores e três mundiais. Eu vi o São Paulo grande, monstruoso, gigante. Hoje vejo um arremedo de clube, entregue às baratas e aos ratos.