Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, saímos da euforia que tivemos na quarta-feira, após aquela vitória brilhante sobre o Palmeiras por 3 a 1, a uma grande decepção, após a goleada sofrida neste domingo por 4 a 0. Mais do que isso, fomos do orgulho à plena humilhação.
O massacre que fizemos contra o Palmeiras no jogo de ida, foi idêntico ao feito pelo Palmeiras no jogo de volta. Com uma diferença: eles foram mais competentes. Afinal, ganharam o campeonato. Absolutamente merecido pela campanha quase irrepreensível que fizeram.
Mas temos que tomar muito cuidado com os extremos. Durante todo o Campeonato Paulista eu vinha dizendo que se classificar seria obrigação; ser primeiro do grupo seria obrigação; chegar às finais seria mérito.E tivemos esse mérito ao eliminar o Corinthians e vencer o Palmeiras no jogo de ida. Mas alguém confiava mesmo, integralmente no time? Quando eu disse que a confiança não era total, fui criticado aqui. Aí está a prova.
O extremismo a que me refiro é que não podemos ficar no time maravilhoso, imbatível, mas também temos que ficar distantes do time horroroso, sofrível. Não podemos jogar fora todo o trabalho que Rogério Ceni fez até agora. Acredito termos um elenco melhor que do ano passado e, após o Paulista, mesmo não sendo campeões como fomos em 2021, creio que não vamos sofrer tanto este ano com riscos de rebaixamento.
Aliás, talvez aí esteja o lado bom. O título de 2021 nos cegou, nos fez achar -e os jogadores também – que tínhamos voltado aos anos de ouro e que ganharíamos tudo naquele ano. Agora, com a derrota, a realidade nos bate à porta e sabemos que temos, sim, um bom elenco, mas não capaz de grandes títulos. Apenas suficiente para não sofrermos.
Quanto ao jogo, depois da derrota é fácil falar, mas talvez eu tivesse, como técnico, me preocupado um pouco mais com a defesa. Sabedor de que o Palmeiras viria para cima desde o início, entraria com Arboleda Miranda e Léo, Rafinha, Pablo Maia, Rodrigo Nestor, Alisson e Wellington; Marquinhos e Calleri. Sim, time totalmente defensivo, mas pronto para o contra-ataque. Mas agora Inês é morta.
Fica, para mim, o legado do trabalho desenvolvido. Em hipótese alguma defendo qualquer movimento no sentido de demitir Rogério Ceni. Vamos em frente, pois a vida é feita de vitórias e derrotas. Vou seguir a caminho do Campeonato Brasileiro com a quarta-feira na mente, deixando o domingo por conta do acaso.