Vende-se

Vende-se uma instituição quase secular, fundada em 25 de janeiro de 1930, por abnegados são-paulinos, que desejavam ter um clube com o nome que simbolizaria a cidade e o Estado onde atuaria; contrapondo-se às torcidas italianas e espanholas, que naquela década começava a invadir o País e tinham em seu sangue representantes no futebol brasileiro. Ou representavam ou se tornaram representantes.

Aqueles brasileiros, paulistas e paulistanos dignos ergueram a bandeira vermelha, branca e preta e criaram o escudo que, com muito trabalho, dedicação e competência, além da abnegação, o transformaram num dos mais respeitáveis do mundo, com uma camisa que entorta varal.

Ao longo dos anos esses abnegados e apaixonados são-paulinos se doaram – e doaram – muito para o São Paulo. Venderam tijolinhos para construir o maior estádio particular do mundo e para termos uma casa para chamarmos de nossa. Um gigante de concreto armado que chegou a abrigar 140 mil pessoas em uma determinada final de Copa Libertadores, mas que hoje acolhe, no máximo, 65 mil. O cimento, que me contradigam os engenheiros, realmente encolhe com o passar do tempo.

Está à venda essa instituição, composta de um imóvel de três pavimentos, com capacidade para receber 80 mil pessoas (em caso de realização de show), um complexo social com quatro piscinas, sete quadras de tênis, seis quadras poliesportivas, uma academia, quadra de beach tenis, um campo oficial de futebol, com grama sintética, e mais diversos setores. Tudo isso fica localizado no Morumbi, na avenida Jules Rimet, ou melhor, na Praça Roberto Gomes Pedrosa., número 1.

Tem filial na Barra Funda, com vários campos, estrutura médica, fisioterápica e churrasqueiras aos montes. É bem verdade que essa estrutura não pertence ao pacote à venda, pois é um regime de comodato, mas poderá ser utilizada pelo comprador.

Tem outra filial em Cotia, onde foi construído um complexo hoteleiro e de campos para treinamentos, para criação de jovens atletas que fariam o futuro do clube, esportiva e financeira.

Mas voltemos aos nossos gestores. Até 2008, com desonrosas exceções, podemos dizer que tudo caminhava muito bem. Aí golpes começaram a ser dados e o clube das três cores, idealizado e realizado por nomes que estão em nossa história, começou a mudar. E se afundar.

Ao invés de Natel, tivemos Juvêncio; ao invés de Aidar (Henry) tivemos Aidar (Carlos Miguel); ao invés de Gouveia tivemos Barros e Silva; ao invés de De Rey ou Galvão tivemos Casares. E tudo começa a se explicar. Saímos das nuvens não imaginárias, mas sólidas e palpáveis, para as grafites, que nos levaram ao lodo. Um lodo que a cada dia se mostra mais denso.

O que hoje vemos é uma gang que começou a tomar conta da massa quase falida em 2015, formada por Aidar, Casares, Schwartzmann, Serafim e Abreu, que viu um jogador ser vendido num dia, de um time catarinense para outro goiano, por R$ 200 mil e tê-lo comprado no dia seguinte por R$ 2 milhões; que para ter fornecimento de material esportivo (Under Armour) criou um contrato com tal Jack Banafsheha, de R$ 18 milhões de comissionamento, assinado por todos estes senhores, barrado no Conselho Deliberativo depois que o Tricolornaweb denunciou. O que gerou a ira insana destes seres contra este escriba por ter-lhes tirado do bolso essa grana. Até porque, o Jack, um são-paulino de quatro costados, renuciou à comissão.

A partir daí caminhando ladeira abaixo em dívidas, o atual presida, membro efetivo daquela quadrilha (hoje há mais agregados), conseguiu pegar este clube que está à venda com dívidas de R$ 585 milhões e em prazo de quatro anos levá-la a mais de R$ 1 bi, o que a torna impagável.

Então me chega aos ouvidos que essa é a missão: tornar o São Paulo impagável. Assim a SAF se torna o único caminho para salvá-lo. E quem seria o CEO desta SAF? O Casares. Sim, ele mesmo, o cara de botox novo.

O Departamento de Futebol, que habita a filial da Barra Funda, conseguiu estourar todas as metas orçamentárias, com gastos que até hoje ninguém conseguiu (ou quis) explicar. R$ 13 mi por 50% de Orejuela; R$ 38 (ou R$ 48) mi por Galoppo; R$ 28 mi por André Silva; e Bustos? E André Anderson? E Mendez? E Jamal Lewis? E Santi? E …?

Agora, para se enquadrar no orçamento, vai ter que vender mais e não comprar ninguém. Se já estamos no osso, agora afundaremos no limbo. Até porque vão embora Arboleda e fica Ruan Tressoldi; Bobadilla e fica Marcos Antonio; talvez Calleri e fica André Silva. Time digno de série B.

Então Casares completa a primeira fase de sua estratégia para vender o clube e vende metade de Cotia. Talvez ele não saiba que a base do Palmeiras, com apenas três jogadores, rendeu ao clube R$ 780 milhões em venda (Luiz Guilherme, Endryck e Estevão) em apenas um ano; que esta base faz Flamengo, Santos e outros tantos respirarem e reduzirem suas dívidas.

Não, mas Casares cara de botox vai vender aquilo que nos sustentou por anos, com Kaká, Lucas, Antony, Breno, Brenner, Casemiro, Beraldo (apenas para citar alguns), que nos deram títulos e nos deram retorno financeiro.

Portanto, interessados, Cotia já está no embrulho para ser enviado via Mercado Livre. Destino Atenas, aos cuidados de Evangelos Marinakis. Aliás, algo que o Dario Campos, do Agonia Tricolor, antecipou há exatamente um ano (só não havia o nome do empresário).

Agora segue a missão de aprofundar a dívida, não cumprir o contrato com a Galápagos (não será cumprido, garanto aqui a vocês) para inviabilizar de vez e vender o que restar da massa quase falida. E para ele mesmo administrar.

Vende-se, enquanto é tempo.

Final de campeonato melancólico. Mas “estaremos na Conmebol para o sorteio dos grupos da Libertadores”

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, o São Paulo perdeu do Botafogo neste domingo, em sua despedida do Campeonato Brasileiro. Foi a terceira derrota consecutiva (Grêmio, Juventude e Botafogo) e todas por 2 a 1, com Ruan no time titular. Aliás, foram cinco jogos seguidos sem vitória, porque antes havíamos empatado com Atlético-MG e RB Bragantino, dois times que se livraram do rebaixamento na última rodada.

Convenhamos, foi um final de ano melancólico, ainda que, graças a Zubeldia, tenhamos ficado na sexta posição no Brasileiro. Sim, porque com o elenco extremamente limitado que temos, não fosse o técnico, poderíamos ter flertado com o Z4.

Aos que não concordam com isso, vamos lá: Que notas vocês dariam para

Rafael e jandrei?

Igor Vinicius, Rafinha e Moreira?

Arboleda, Ruan, Ferraresi, Alan Franco e Sabino?

Welligton (que já era), Patryck e Jamal Lewis?

Luiz Gustavo, Liziero e Santiago Longo?

Alisson, Marcos Antonio e Bobadilla?

Luciano, Rodrigo Nestor, Michel Araújo e Galoppo?

Lucas, Erick e Wellington Rato?

Ferreira e William Gomes?

Calleri e André Silva?

Dá para algum técnico fazer alguma coisa de muito bom com isso que coloquei aí em cima? Daí retiro Alisson, Pablo Maia (que não postei na lista, até porque não sei como vai voltar), Lucas e Calleri. Nem Arboleda, que era parte da espinha dorsal do time, posso retirar, porque está em fase de declínio de carreira. Exceção feita a esses, que seriam titulares em qualquer time do Brasil, os demais certamente só serviriam para completar elenco.

Por isso ficamos nas quartas-de-final no gigantesco Campeonato “Mundial” Paulista, na Copa do Brasil (aquela que caiu em nosso colo ano passado), a Libertadores (ah, mas perdemos do campeão) e sexto no Brasileiro. Não. G4 do Brasileiro pelos títulos de Botafogo e Flamengo, arduamente comemorado por nossa diretoria, que postou para todos verem – mas com bloqueio para comentários – que “estaremos na Conmebol em março para o sorteio da fase de grupos da Libertadores”. Ou seja, fazemos festa com chapéu alheio. Ou gozamos com a pi.. do outro, no jargão mais popular. Ah, mas ganhamos a Super Copa do Campeões. Tão fundamental que estava até esquecendo e tive que editar o texto depois de publicado.

Pelo quarto ano consecutivo não chegamos aos 60 pontos no Campeonato Brasileiro. Curiosamente, quarto campeonato disputado por esta gestão maléfica que manda no São Paulo. Uma gestão que não ganha nada, mas gasta muito. Não à toa levou o clube a uma dívida de mais de R$ 1 bi sob o manto de montar times para ser campeão. E agora o diretor de futebol diz que Jamal Lewis e Santi não deram certo. Mas cadê o Depto de Scout? Quem foi o responsável por essas contratações? Em uma empresa séria, seria demitido.

Mas esse mesmo diretor de futebol diz que se houve esses dois erros, houve dois acertos: Ruan e Marcos Antonio. Ambos serão contratados por R$ 62 milhões (11 milhões de euros). Tá bom ou quer mais? Ruan rebaixou o Grêmio, o Suassuolo e, se analisarmos detalhadamente, no segundo turno do Brasileiro ele jogou a maioria das partidas. O São Paulo terminou o segundo turno com a segunda pior campanha. Portanto…Mas o diretor de futebol acha que acertou em sua contratação e vai gastar essa grana. Afinal, está sobrando dinheiro.

Eu fiz a comparação lá atrás, e não canso de repetir. O Fluminense montou o time campeão da Libertadores ano passado gastando R$ 13 milhões, o mesmo valor que gastamos para comprar 50% do passe de Orejuela. Querem mais? Rafael Veiga, Gustavo Gomes, Murilo e Piquerez custaram ao Palmeiras R$ 50 milhões, o mesmo valor que pagamos em André Silva e Ferreira. Lá formaram e venderam, nos últimos dois anos, Endrick, Estevão e Luis Guilherme, que renderam ao vizinho de muro R$ 727 milhões, enquanto nós vencemos Beraldo, onde sobraram para nós R$ 60 milhões. Ah, mas nós temos Douglas Schwatzmann no comando de Cotia. Aí sim.

Sabe qual a diferença entre Palmeiras, Fluminense, Flamengo (entre outros) e o São Paulo de hoje? Lá se contrata por desempenho do atleta. Aqui por desempenho do empresário.

Esperar o que para 2025? Não quero pensar. Pretendo passar Natal e Ano Novo de bom humor. Eles, que dirigem o São Paulo, vão passar, tenho certeza. Afinal…

Time continua em ritmo de pré-férias. Só espero que não retorne do descanso domingo

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, mais uma partida grotesca do São Paulo e derrota humilhante – se é que ainda temos por quê nos sentirmos humilhados – para o Juventude dentro do Morumbi. Li um comentário nas redes sociais nossas durante a transmissão do jogo que achei genial: “O São Paulo é o desfibrilador do Campeonato Brasileiro”.

Perdemos as duas partidas do lanterna do campeonato; ressuscitamos o Grêmio, o Juventude, o Fluminense. Enfim, está em risco, peça para jogar com o São Paulo, em casa ou no Morumbi, que resolvemos o seu problema.

Muitos tem criticado Zubeldia, fazendo coro com aqueles que ficam enfiados no CT da Barra Funda e querem a cabeça do técnico, tipo Muricy Ramalho e Carlos Belmonte. Mas vejamos: que culpa tem o técnico se na lateral esquerda ele tem Patryck? Se não for ele, tem Jamal Lewis. Se não for nenhum dos dois tem Rafinha ou Sabino, ambos improvisados.

Que culpa tem o treinador se na lateral direita ele tem Igor Vinicius, que ontem completou 200 jogos com a camisa do São Paulo? Se não for ele é Rafinha, que se desce não consegue voltar. Ou Moreira, que joga 30 minutos e fica um mês no Refis.

Que culpa tem o treinador se nosso meia é Luciano Se não for ele é Galoppo. Ou Rodriguinho. Que culpa tem Zubeldia se o centro-avante, na ausência de Calleri – que não é de ferro – é André Silva?

Que culpa tem o treinador se pelo lado direito do campo ele tem Erick. Se não for ele, é Wellington Rato, pesando 480 quilos. Que culpa tem o técnico se o goleiro é Rafael? Se não for ele é Jandrei.

Nesse jogo contra o Juventude Zubeldía tentou cinco jogadores para resolver o corredor do lado esquerdo: começou com Patryck, fez alterações e colocou Luiz Gustavo; depois, por alguns minutos foi William Gomes; virou Rodrigo Nestor e acabou com Sabino. E a avenida permaneceu inalterada.

O time tirou o pé e relaxou porque não vai sair do lugar que está no Brasileiro e alcançou a fase de grupos da Libertadores. Além do mais, todo o elenco está com direitos de imagem atrasados e a promessa de Carlos Belmonte, que confirmou esses atrasos de até dois meses, é que serão pagos até 31 de dezembro. Se eu for lembrar da quantidade de vezes que ele prometeu regularizar os salários nessa gestão, vou gastar algumas páginas e não quero encher a cabeça dos meus leitores com tantas baboseiras.

Assim vamos terminando o ano melancolicamente. Quartas-de-final do Paulista (do Paulista), da Copa do Brasil, da Libertadores e sexta colocação no Brasileiro, herdando o G4 pelos títulos do Botafogo e do Flamengo.

Aliás, li em alguns comentários que não podemos reclamar do time, que ele é muito bom, afinal foi derrotado pelo vice-campeão da Copa do Brasil e da Libertadores e pelo campeão da Libertadores e virtual campeão Brasileiro. Bem, então o time não é tão bom. Se o fosse, teria ganho de Atlético-MG e Botafogo e sido campeão. Esse tipo de análise é para quem síndrome de vira-latas, que aceita ser coadjuvante. Em caso de São Paulo, nunca vou aceitar essa condição, pois ele sempre terá que ser protagonista. Apesar de nossa realidade mostrar que somos, atualmente, apenas figurantes.

Ah, por favor, não voltem das férias domingo. Continuem o merecido descanso.

Discrepante de uma realidade palpável

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, o São Paulo abriu espaço em seu Salão Nobre na última semana para o lançamento do livro da Torcida Dragões da Real. O evento ocorreu no auditório do Conselho Deliberativo, local onde ninguém tem acesso em dias comuns, salvo conselheiros. Nada contra a torcida – vou inclusive comprar o livro – mas tudo contra o desrespeito ao próprio estatuto do clube, mais uma vez patrocinado pelo presidente do São Paulo.

Porém para alguma coisa serviu esse evento: ver o quanto Júlio Casares é mestre em preservar e decantar a ditadura. Em determinado momento dos mais de 30 minutos de discurso que fez, disse uma frase que nos levou a pensar:

– O São Paulo do presente é um São Paulo que às vezes erra, mas não é omisso. É um São Paulo que discute. É um São Paulo que não tem medo da conversa franca, e é o São Paulo que entende até posições contrárias, mesmo quando elas sejam discrepantes de uma realidade palpável.

Vamos consultar o dicionário:

Discrepante: significa divergente, destoante, discordante, conflitante.

Palpável: no sentido literal significa aquilo que se pode tocar, que se pode apalpar. No sentido figurado, contexto da frase, significa o que não se consegue contestar; que está muito evidente; claro ou indiscutível.

Portanto, Júlio Casares, que habita a presidência do clube temporariamente (por seis anos), mas o tomou como sendo de sua eterna propriedade, classifica as posições contrárias às suas como alegações conflitantes com uma realidade indiscutível.

Ora, presidente, vamos a alguns fatos.

Discrepante de uma realidade palpável, presidente, é apresentar como prioridade da gestão a responsabilidade financeira, enquanto acumulou R$ 131 milhões de déficit nos três anos de sua primeira administração, e continuou gerando déficit elevado nos três primeiros trimestres deste segundo mandato.

Discrepante de uma realidade palpável, presidente, é apresentar um planejamento de despesas na elaboração do orçamento anual, e observar que todas as unidades de negócio gastam mais do que o previsto, intensificando a geração de déficit e o aumento do endividamento.

Discrepante de uma realidade palpável, presidente, é elaborar orçamento anual com elevada dependência da negociação de direitos de atletas para que o Clube atinja um superávit. Todos sabemos que há um alto grau de incerteza, e muitas variáveis fora de nosso controle, quando se fala nessas negociações de jogadores.

Discrepante de uma realidade palpável, presidente, é justificar o déficit parcial do ano 2024 por uma decisão de não vender jogadores visando obter um título inédito. Presidente, isso pode explicar o déficit de 2023, não o deste ano.

Discrepante de uma realidade palpável, presidente, é incluir entre os pilares de sua primeira eleição o respeito ao Estatuto Social, e anunciar com pompa e circunstância na imprensa o lançamento da SPFC University, sem que o projeto e o contrato tenham sido debatidos previamente no Conselho Deliberativo, como determina nosso Estatuto.

Discrepante de uma realidade palpável, presidente voltando um pouquinho no tempo, é ser mentor e signatário de um contrato com a Far East para pagamento de R$ 18 milhões de comissão ao tal Jack Banafsheha pela intermediação da vinda da Under Armour na gestão Carlos Miguel Aidar, da qual o senhor foi vice-presidente.

Discrepante de uma realidade palpável, presidente, é ter sido autor de um artigo na reforma estatutária de 2017 que terminava a possibilidade da reeleição e depois, em sua gestão, ter dado três golpes (dois derrotados e um vitorioso) reinserindo a reeleição para seu cargo.

Paro por aqui, ainda que pudesse listar muitos outros casos de declarações ou atos de Júlio Casares que são discrepantes de uma realidade palpável. Mas não há dúvida que na frase citada acima, da qual pincei estas cinco palavras, está a clara explicação, em português usual: qualquer posição que não seja de acordo com meu pensamento e meus atos estão descartadas de qualquer aceitação. São lunáticos quem pensa diferente do que eu penso.

Júlio Casares não consegue e nunca vai entender que o debate entre pontos de vista divergentes, desde que apresentadas com educação, levam ao crescimento de uma Instituição. Respeite aqueles que pensam, e agem, de forma diferente. Pois, por tudo que vimos na sua administração, é você e sua diretoria que são discrepantes de uma realidade palpável.

Time entrou em férias antecipadas. Então é hora de testar jogadores

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, o São Paulo demonstrou nitidamente nesta partida contra o Grêmio que ligou o modo férias e antecipou o descanso. O primeiro tempo foi digno de um time cujos jogadores estavam todos de barriga cheia, passagem comprada para a Disney, enquanto o outro morria de fome e precisava de um prato para comer.

O baile que o São Paulo tomou no primeiro tempo, principalmente por erro de Zubeldia na escalação inicial, proporcionou ao Grêmio a possibilidade de nos dar uma sonora goleada, que só não aconteceu pela grande partida de Rafael, ainda que tenha falhado no segundo gol.

A colocação de Rafinha pelo lado esquerdo foi um convite à tragédia. Ele já não tinha ido bem contra o Atlético-MG. Agora foi pior ainda. Soteldo foi tão superior, mas tão superior, ganhando todas as jogadas, que em determinado momento Rafinha sinalizou para ele, o puxou e falou baixinho no ouvido pedindo para parar.

Do outro lado Lucas, nosso jogador diferenciado, perdeu todas as jogadas que disputou com Reinaldo, aquele que dispensamos por não querer dar os dois anos de contrato que ele pedia, para ficar com Caio, aquele que pulou o muro, o eterno reserva Wellington, e os que não servem nem para reserva Jamal Lewis e Patryck. E saibam que não morro de amores por Reinaldo, que sempre deixou uma avenida em suas costas. Mas que ele é melhor que todos esses que citei, me parece não haver dúvidas.

O time só melhorou no segundo tempo graças à entrada de Patryck e a partida que Luiz Gustavo fez, que foi muito boa, além, é claro, do golaço que marcou. Mas não me iludo com Patryck. Ele melhorou o time porque a régua para medição é muito baixa. Continuo afirmando que não é lateral para o São Paulo. Não temos lateral esquerdo, essa é a verdade.

Assim sendo, espero que Zubeldia dê realmente férias a todos esses jogadores, puxe quem se salva na base (aparentemente apenas três jogadores) e forme o time para os últimos jogos do Brasileiro. Por que não colocar Moreira, Belem, Rodriguinho, Henrique Carmo, William Gomes, Santiago Longo, por exemplo, para sentirmos a possibilidade? É não confiança no elenco?

Bem, o diretor de futebol do São Paulo, Carlos Belmonte, postou no Instagram, assim que terminou a final da Libertadores, que em março estará na sede da Conmebol acompanhando o sorteio dos grupos, num papel de extrema arrogância. Ele não enxerga que só ficamos na fase de grupos pelos títulos de Botafogo e Flamengo, na Libertadores e Copa do Brasil, respectivamente. Porque nossa real colocação é o sexto lugar, algo muito além do que esse elenco seria capaz, não fossem dois detalhes: Zubeldia e Lucas.

Há jogos em que ambos falham, é verdade. Mas na média das 36 partidas que disputamos no Brasileiro, convenhamos que eles fizeram a diferença. Aliás, o próprio técnico, que certamente está de saco cheio desta diretoria, confirmou isso em sua entrevista, ao falar que acha justa a posição do São Paulo pelo que o time apresentou no campeonato.

Temo que a panela de pressão exploda na Barra Funda e Zubeldia não aguente. Ou seja: terminado o ano, pegue seu chapéu e vai embora. Aí o que poderia ser ruim em 2025 tende a ser tenebroso.

Apesar da intensa instabilidade, estamos na Libertadores

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, a instabilidiade do time do São Paulo continua muito intensa. Mesmo assim, e graças, principalmente, a Zubeldia e Lucas, na pior das hipóteses vamos para a Pré-Libertadores, pois não podemos mais ser alcançado matematicamente e perder vaga no G6 (considerando que uma vaga é do Flamengo, pela Copa do Brasil). Se perdemos os três jogos que nos restam (Grêmio, Juventude e Botafogo) e o Cruzeiro, sétimo colocado, ganhar os quatro que lhe faltam, ficaremos empatados em pontos e vitórias e a decisão sera no saldo de gols (hoje nós temos 13 e eles tem 2). Como o sétimo colocado é o sexto na classificação para a Libertadores, o oitavo, que é o Bahia, não pode nos alcançar, porque são 13 pontos a diferença. E vejam que ainda podemos herdar a classificação no “G-4” se o Botafogo for campeão da Libertadores.

Mas a grande instabilidade do time assusta e preocupa muito. Fomos capazes de ir do inferno ao céu nesta noite de sábado, em pleno Morumbi, contra um Atlético-MG que só pensa naquilo – a decisão da Libertadores -. Poupou alguns jogadores, mas levou a campo Hulk, um verdadeiro inferno na vida de Rafael. Com ele e Paulinho, os mineiros nos ameaçaram com uma grande goleada dentro de casa. Gol aos 20 segundos, em cobrança de falta de Hulk, com rebote aproveitado por Paulinho e outro aos 18 minutos, com falta cobrada por Hulk e cabeçada de Paulinho.

Em ambos os gols houve falha gritante de Ruan. No primeiro, era ele quem dava condição para Paulinho marcar. No segundo, foi ele quem subiu com Paulinho, e não conseguiu alcançar. Ele ainda cometeria mais algumas lambanças ao logo do jogo.

Mas foram 20 minutos de inferno para o São Paulo. O time perdido em campo, totalmente desconcentrado e desorientado. Durante a transmissão eu e Dario Campos temíamos pelo pior, ou seja, uma grande goleada. Afinal, com Rafinha improvisado na esquerda e Alisson no meio voltando de grave contusão, nosso sistema defensivo estava uma verdadeira peneira.

Por sorte veio o gol do São Paulo, com 24 minutos. Escanteio cobrado por Igor Vinicius, gol contra de Fausto Vera. Esse gol recolocou o São Paulo no jogo. O time começou a pressionar, ocupar o campo do Atlético, já que os mineiros recuaram em demasia tentando garantir o resultado. E o time começou a criar oportunidades.

André Silva acertou a trave, depois fez um bom voleio obrigando Everson a fazer grande defesa, mas numa confusão no campo do São Paulo, Igor Vinicius pega a bola e arranca para o campo de ataque. Serve Lucas que dá um passe perfeito para André Silva, que também fez o movimento perfeito e empata o jogo, ao apagar das luzes do primeiro tempo.

E o São Paulo continuou pressionando, perdeu gol, teve mais algumas oportunidades. Daria para dividir o primeiro tempo em dois: 20 minutos em que o Atlético-MG merecia aplicar uma sonora goleada; 25 minutos onde o São Paulo merecia ter virado e aplicado uma goleada, tal o volume de jogo.

Os primeiros dez minutos do segundo tempo foram de intensidade de ambos os lados, mas depois, aparentemente, os dois times ficaram satisfeitos com o empate e amarraram o jogo até o fim. Ainda teve uma bola na trave, em chute de Luiz Gustavo. Mas foi só.

Essa instabilidade gigante é que me preocupa. O time varia entre o céu e o inferno de um jogo para o outro. Agora fez isso dentro da própria partida.

Par esse ano não almejamos mais nada, até porque chegar ao G-4 não depende mais de nós (ao menos virtualmente, apenas matematicamente). Mas temos que começar a planejar 2025 para que seja um ano menos sofrível, com um pouco mais de protagonismo. Estou de saco cheio de ser coadjuvante.

Defesa bisonha e time instável. Como chegar ao G-4 assim, por conta própria?

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, o time do São Paulo não cansa de mostrar uma imensa instabilidade, capaz de fazer alguns bons jogos e atiçar nossa esperança, mas também de fazer coisas desastrosas e jogar nosso otimismo no lixo.

Nesta quarta-feira tivemos exemplo disso. A defesa do São Paulo, formada por Igor Vinicius, Ruan, Alan Franco e Sabino, que fora alvo de elogios no jogo contra Athletico-PR, foi, desta vez, um imenso desastre.

Vamos pegar o gol do Bragantino: Sabino erra feio na saída de bola, Alan Franco e ele fecham Jhon Jhon que, mesmo assim, ganha dos dois (Luiz Gustavo, perto, só observando), a bola é rolada para trás encontrando Sasha sozinho, com Ruan marcando o centroavante a dois metros de distância.

Isso sem contar as bizarrices que já tinham acontecido com Luciano, Sabino, Ruan, Luiz Gustavo e depois, uma pior ainda, com Alan Franco tentando atravessar uma bola, dentro da grande área, para Ruan. Sasha interceptou, mas Rafael foi mais ágil e pegou a bola dele. Aliás, isso talvez explique o RB Bragantino no Z-4.

Mesmo assim, os erros eram tantos que em determinado momento do jogo pensei que sairia uma goleada. Duas ótimas defesas de Rafael impediram que isso se tornasse realidade.

Porém nosso diferencial apareceu. Lucas fez jogada genial pela direita e, sem ângulo, de três dedos, tocou no meio das pernas do goleiro e empatou o jogo. Aliás, Lucas foi o único jogador lúcido do time que tentou alguma coisa até o último minuto de jogo. Ferreira também fez alguma coisa, mas faltam a ele o reflexo e o preparo físico.

Fico pensando: cada vez que o time para dez dias em Data Fifa, volta pior do que estava. E isso não tem acontecido apenas na gestão Zubeldia. Foi assim com Rogerio Ceni, com Dorival Jr, com Carpini. O que me permite dizer que algo muito errado acontece pelos lados da Barra Funda.

Bem, nessa última janela, a atividade foi patética. O time jogou sábado, folgou domingo, segunda e terça-feira, retornou na quarta para fazer exames médicos por dois dias, treinou na sexta e sábado, folgou domingo, voltando a treinar segunda e terça. Ou seja: em dez dias, o time quatro. Então fica difícil desenvolver qualquer esquema tático.

Com essa instabilidade toda que temos, não vamos chegar ao G-4 por méritos próprios. Ganhasse nesta quarta, de um tim que está no Z-4 e será rebaixado, estaríamos à frente do Internacional, que é o quinto do Brasileiro (quarto na classificação para a Libertadores, porque o Flamengo já está pela Copa do Brasil). O Inter joga hoje contra o Vasco, em São Januário, e não é ilógico pensar que ele pode perder.

Mas nós já fizemos o favor de não ultrapassar o time gaúcho. Com isso, nossa única chance de chegar no G-4 (par Libertadores) é o Botafogo ser campeão do torneio semana que vem, para abrir uma nova vaga. De resto, graças a Zubeldia, continuo afirmando, fomos muito mais além do que teríamos ido, fosse outro o técnico.

Vitória do São Paulo ratifica classificação para Libertadores 2025

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, a vitória do São Paulo sobre o Athletico-PR neste sábado, no Morumbi, teve dois efeitos que me agradaram muito: o primeiro de praticamente ratificar nossa presença na Libertadores em 2024, ainda que seja na pré-Libertadores, e a derrota deste time que eu odeio com todas as minhas forças e energias e peço a todos os santos que o leve para a série B.

Nessa classificação para a Libertadores, que ainda poderá ser de forma direta à fase de grupos, a depender dos campões das Copas do Brasil e Libertadores, já que se reconhecer que o trabalho de Zubeldia foi preponderante. O elenco que nós temos não é sinônimo de qualidade que teria esse desempenho, estivesse quem fosse no banco.

Sobre o jogo deste sábado, o primeiro tempo foi monótono, horrível, com o Athlético só buscando se defender e o São Paulo não conseguindo forma de penetrar na área adversária. E ainda foi Rafael quem trabalhou pesado, com uma grande defesa.

Nossas dificuldades passavam pelos laterais. De um lado Igor Vinicius, eternamente fraco; do outro Sabino, um zagueiro pesado e que foi improvisado lá pela total incompetência de Jamal Lewis, mas que acabou se virando no setor defensivo. Não poderia esperar nada dele no setor ofensivo, tipo chegar a linha de fundo, fazer 1-2 com Ferreira e outras coisas que um verdadeiro lateral faz como ofício.

O segundo tempo não trouxe grandes alterações, porém contamos com um erro do meio de campo atleticano, uma ótima arrancada de Luciano que abriu para Lucas, e enquanto Calleri levava os zagueiros para outro lado, Luciano ficou sozinho para receber o passe aéreo de Lucas e cabecear para o gol.

Mas essa jogada aérea que nos deu o primeiro gol, nos fez sofrer o empate. Mais uma vez em cobrança de escanteio nossa zaga não chegou e tomamos o gol.

Aí quis o inusitado destino que as substituições feitas por Zubeldia aos 42 minutos do segundo tempo, no primeiro toque na bola, produzissem o gol da vitória. Um pouco provável passe excepcional de Liziero vendo Jamal entrado por trás da zaga, uma pouco provável assistência de Jamal para André Silva e um pouco provável gol de André Silva, que em um minuto em campo fez mais do que Calleri o jogo todo.

Ah, por falar em Calleri, é bem verdade que ele tem participado indiretamente dos gols deslocando zagueiros, abrindo espaço para quem vem de trás, dando assistência, mas o que está acontecendo com ele? Vem perdendo gols que nunca perderia em condições normais, fazendo lances que beiram a bizarrice. Está cabisbaixo, não sinto alegria no seu jeito de jogar. Deve ter algum pecado do lado de lá do Equador, e que nós, humanos, torcedores de um time que tem uma diretoria prá lá de opaca, desconhecemos.

Mas vamos comemorar a vitória e descansar mais dez dias. Isso é o que mais temos feito nestes últimos meses.

Se existissem mais Cruzeiros e Bahias, seríamos campeões de tudo

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, o São Paulo goleou o Bahia e garantiu, se não matematicamente, virtualmente sua presença na Libertadores do próximo ano, só faltando saber se direto na fase de grupos ou na Pré-Libertadores. Isso não vai depender de nós, mas do que Flamengo e Botafogo farão com o Atlético-MG.

Contra o Bahia o São Paulo garantiu seis pontos no Campeonato Brasileiro, pois havia ganho o jogo aqui por 3 a 1 no primeiro turno. Se perdemos seis pontos para o quase rebaixado Cuiabá, ganhamos seis pontos de Bahia e Cruzeiro. Por isso disse acima que houvesse mais Cruzeiros e Bahias, seríamos campeões de tudo.

O resultado é absolutamente enganoso. Tanto que Rafael foi escolhido o melhor em campo. Fez, no mínimo, quatro grandes defesas, sendo que uma delas genial, em cabeçada de Juba. E o segundo melhor em campo foi Luiz Gustavo, nosso volante de contenção. Portanto, ao que tudo indica, o céu não foi tão claro e estrelado como o resultado que mostrar.

Vamos ao primeiro gol. Como aconteceu? Depois da defesa do Bahia ter perdido algumas bolas na frente da área, o goleiro resolveu o problema e entregou uma bola para o Luiz Gustavo. Até esse erro grotesco acontecer, o Bahia já havia perdido algumas oportunidades (estatisticamente é o time que mais perde gols no Brasileiro).

Com um a 0, tudo muda. O time do Bahia, que já não estava jogando fechado, abriu-se ainda mais, dando espaço para o São Paulo jogar. E aí o jogo se encaixou. No segundo tempo, mesmo com um placar magro, o São Paulo conseguia administrar o resultado.

Mas uma substituição providencial de Zubeldia mudou o jogo. A entrada, principalmente, de Rato, fez com que o time aumentasse o domínio da partida e ele acabou sendo, de certa forma, decisiva, pois fez um gol e deu uma assistência.

A se destacar, além das ótimas atuações de Rafael, Luiz Gustavo e Rato, a péssima jornada de Jamal Lewis. Aliás, isso é jogador? Ele tem uma coisa de bom: nos faz dar risada do jeito dele jogar.

Então repito: o resultado foi enganoso. O São Paulo esteve longe de mostrar um grande futebol. E temos que agradecer eternamente por existir Rogério Ceni em nossa vida. Foi o M1TO como goleiro. E continua tendo o coração são-paulino como técnico, pois não consegue ganhar do São Paulo. Que assim continue!

São Paulo fica dez dias sem jogar, entra em campo, e continua sem jogar

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, foi pífia, mais uma vez, a apresentação do São Paulo. Em Criciúma, só não saímos com a derrota por uma obra do acaso, um pouco provável golaço de Liziero. De resto, foi um jogo modorrento, com ambas as defesas falhando bastante e os ataques não aproveitando.

Aliás, falando em falhas, o que o Rafael e o Arboleda, assistidos por Igor Vinicius, fizeram de lambança no gol do Criciúma é algo que nem em jogo de várzea conseguimos ver. Dispensável dizer que e inadmissível para jogadores com passagem por suas Seleções, terem falhas dessa maneira.

Aos que criticam Zubeldía, entendendo que ele não é técnico para o São Paulo, que está travando o time, com a mediocridade que é esse elenco, ele nos colocou nas quartas-de-final da Libertadores e da Copa do Brasil (ou alguém achava que ele tinha obrigação de ganhar a Libertadores com esse elenco?), e estamos no G6 do Brasileiro. Aliás, eu falava lá atrás que esse time do São Paulo está mais para G6 do que para G4.

Mas, voltando aos críticos de Zubeldia (entre eles Carlos Belmonte, Muricy Ramalho, Nelson Ferreira, Chapecó, Rui Costa, Júlio Casares), foi ele quem colocou Liziero na lateral esquerda e por isso surgiu o improvável golaço. Portanto, o técnico substituiu certo, na hora certa e no lugar certo.

Aos críticos, ainda, de Zubeldia, uma dica: pode colocar o Abel Ferreira, ou o nome que falarem aqui. Com esse elenco e, principalmente, com essa diretoria totalmente amadora e desastrada, ninguém fará muito mais do que Zubeldia vem fazendo.

Agora mais dez dias de folga. Acho que o time vai folgar uns quatro dias no total e trabalhar seis. Veja o outro lado do muro e percebam como é a escala por ali. Talvez isso seja um dos diferenciais que tem nos colocado muito abaixo do verde nos últimos anos.