Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, o São Paulo está vivendo seu choque de realidade. Não sei se apenas nós, torcedores, temos essa sensação ou se a diretoria, megalomaníaca, egocêntrica e maléfica, também. Mas as três primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro, por mais longo que ele seja, já mostra o que era evidente: que Flamengo e Palmeiras vão brigar lá em cima e nós, pobres coitados, vamos lutar lá embaixo.
Se acha que estou sendo pessimista demais, analisem a seguinte situação: empatamos com Sport e Cruzeiro, times que vão brigar o tempo todo perto ou dentro do Z4, dentro do Morumbi. Na sequência teremos o Botafogo, no Rio de Janeiro. A única coisa que podemos considerar positiva até agora foi o empate com o Atlético-MG no Mineirão. Bem, mas o Vitória, vice lanterna do campeonato também empatou lá. Então o mérito não foi tão grande assim.
Nossa apresentação contra o Cruzeiro foi digna de dó. E de raiva. O gol do São Paulo até pode ser elogiado. Nitidamente uma jogada treinada, onde Lucas Ferreira (o melhor do time) recebe pela direita, Cedric faz o famoso “overlapping”, recebe e dá uma assistência perfeita para Ferreira, que de novo entrou em diagonal e surpreendeu a defesa adversária ao marcar de cabeça. Méritos aos três que fizeram a jogada e, se realmente foi ensaiada, à comissão técnica por isso.
Mas, convenhamos é pouco, ou quase nada, para um jogo inteiro. Tanto é que sofremos o empate e não tivemos como reagir. A quem pede banco para Calleri, analisem melhor vendo André Silva em campo. Talvez o banco seja para testar Ryam. Mas ele só entrou nos minutos finais do jogo porque haviam olheiros do Barcelona com o agente dele, no Morumbi.
Bobadilla virou reserva e Marcos Antonio tem sido insistentemente escalado, ficando a partida toda. Sabem por que? Porque nosso ilustre diretor de Futebol, Carlos Belmonte, afirmou lá atrás que vai contratá-lo. Para não receber tanta saraivada de críticas, o “pequeno polegar” joga todas as partidas, cumpre e “minutagem” contratual que obriga o São Paulo a adquiri-lo em definitivo e vida que segue. O mesmo vale para Ruan (por isso ele e não Sabino).
Perceberam? Tudo no esquema, como, aliás, funciona o São Paulo de hoje. E o resultado desses “esquemas” está no campo. O time padece de verdadeiros jogadores que possam resolver nossa situação e caminha para um sofrimento intenso. Nós sofremos com o coração. Eles tem o bolso que supera outro tipo de sentimento e sofrimento.
Para uma análise dos queridos leitores: Marcos Antonio Ruan, juntos, vão custar R$ 60 milhões (arredondando). Sabem quanto custou o time que o Botafogo montou para ser campeão brasileiro e da Libertadores ano passado? R$ 40 milhões. Sabem quanto custou André Silva? R$ 28 milhões. Ou seja, quase 70% do valor gasto pelo Botafogo. Mais uma: sabem quanto o Fluminense gastou para montar aquele time campeão da Libertadores? R$ 13 milhões. Lembram-se quanto pagamos por metade do passe de Orejuela? R$ 13 milhões.
Esses pequenos exemplos justificam nossa crise financeira, nosso buraco sem fundos, nosso time se arrastando e essa diretoria…bem, essa diretoria fazendo suas selfies. Por isso seguimos por mais, juntos pelo São Paulo.