Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, deveria estar escrevendo sobre o jogo de ontem, em Cuiabá, onde o São Paulo, com time reserva e um jogador a menos, mesmo que na base da sorte (o gol foi maluco), conseguiu um empate com o Cuiabá. Mas como os próprios presidentes Júlio Casares e Olten Ayres de Abreu não estavam nem aí para o jogo, preferiram ficar participando de inaugurações no clube em busca de votos dos associados para o golpe no estatuto, vou deixar o jogo de lado e me prender neste tema.
Preciso remontar a 2016, quando da elaboração do estatuto que está em vigor no clube. Ali, Júlio Casares, hoje presidente, outrora conselheiro, bradou aos quatro cantos ser contra a reeleição. Foi dele – e minha também – a propositura que mantinha em três anos o mandato presidencial, mas extinguia a possibilidade de reeieção.
Anos depois, já em 2020, na campanha para a presidência do clube, ele me falou – e a mais gente também – que permanecia com a mesma ideia. Em determinado momento, inclusive, seu mote de campanha chegou a ser 30 e 3. Ou seja: ele iria trabalhar para fazer em três anos o que deveria ser feito em 30. Ou que em 30 anos não foi feito.
Bastou a eleição e a confabulação para o golpe começou. Sorrateiramente, sem que conselheiros pudessem discutir, Olten Ayres de Abreu marcou uma sessão ano passado, quando o time estava mergulhado na zona de rebaixamento do Brasileiro, e eliminado de todos os outros torneios.
Acuados pela pressão de todos os lados, Olten voltou atrás e adiou a votação, tirando de novembro, passando para dezembro, coincidentemente – ou propositalmente – para dia 16 daquele mês de 2021, data em que se comemorava, no antigo estatuto, o aniversário de fundação do São Paulo.
O golpe foi aprovado e seguiu para a Assembléia dos Sócios. Olten Ayres de Abreu, após a aprovação no Conselho, não deixou de ser ridículo e ironizar os “99” são-paulinos que estiveram protestando, num total desrespeito ao torcedor. Aliás, falar em respeito. Acho que ele nunca teve com ninguém.
Júlio Casares, Olten e Dedé conclamaram a militância e foram à luta. Foram almoços, cafés, jantares, enfim, tudo o que pode ser feito, além da farta distribuição de carteirinhas, para convencer os sócios a aprovarem o golpe. Mais de 600 carteirinhas foram entregues. Isso significa dizer que quem era contra sairia perdendo jogo por 600 a zero.
A imprensa percebeu o que estava por trás disso e passou a mostrar tudo aos torcedores, que fizeram uma grande pressão, um grande barulho e os sócios, que também são torcedores e não são tolos, disseram um retumbante NÃO, dando a Júlio Casares, Olten Ayres de Abreu e Dedé a maior derrota política de todos os tempos.
Júlio Casares foi às redes sociais e declarou que respeitaria a vontade soberana das urnas e que a tentativa de golpe (ele disse reforma do estatuto) estava enterrada e nada mais se faria nesse sentido.
Poucos meses se passaram – sim, a Assembleia foi em janeiro deste ano e em agosto tudo já estava pronto de novo – o novo golpe foi proposto. 98 conselheiros cordeiros, submissos a alguns lanchinhos de queijo, coxinhas, guaranás, sucos, cafezinhos, passagens de avião e hotéis, assinaram novo documento, incentivados pelo trio de ferro, protocolaram numa sexta-feira, a comissão respectiva no clube trabalhou e analisou no sábado, Oltem Ayres de Abreu trabalhou no domingo e convocou a reunião para a outra segunda-feira. Como trabalham…
Por que tão rápido e por que essa data? Porque o time corre risco de rebaixamento no Brasileiro e deixar para votar em janeiro, por exemplo, quando está prevista uma revisão estatutária, seria correr risco demais. Alem disso, o São Paulo teria acabado de se classificar para a final da Sul-Americana. Só não contavam nossos dirigentes com a sacolada que tomamos do Atlético-GO no jogo de ida da semifinal.
E, como eu disse no princípio, como o trio de ferro não está nem aí para o time, só se preocupa com o golpe, não foi para Cuiabá e ficou fazendo festinha com os sócios.
Golpe, de novo, não. Defendo, sim, se quiserem, eleição direta para presidente, já em 2023, por sócios patrimoniais e torcedores. Ou reeleição para 2026. Qualquer outra coisa, ou seja, modificação nas regras do jogo com o campeonato em andamento, é GOLPE. E GOLPE, DE NOVO, NÃO!!!!
O nível de desrespeito aos associados que são torcedores do São Paulo é tão grande e envasivo, que eu até me dou o direito de concluir de que se trata de uma conspiração, de um golpe mesmo, arquitetado por torcedores de outras agremiações de futebol e que ora estão assumindo o poder no Tricolor. Será?
BANDO DE CANALHAS!!!!!
Vão perder de novo,os sócios não vão permitir tamanha aberração.