Há riscos no pseudo aviso a Adidas que beira a bizarrice

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, a cada dia que passa essa diretoria nos coloca mais para baixo no sentido organização e respeito. Não bastasse a esdrúxula tentativa de aparecer do presidente Júlio Casares, postando em suas redes sociais uma foto montada em Fotoshop com o cantor Roberto Carlos, sendo ridicularizado por toda a coletividade são-paulina e por isso, retirando a publicação do ar, vem, então o fato do uniforme de Rogério Ceni: metade Adidas, metade Under Armour.

As informações que surgiram, e publiquei no Tricolornaweb na coluna Alguém me disse, davam conta que fora um recado à Adidas, que não está cumprindo diversos itens do contrato e, por exemplo, não entregou ainda os uniformes de 2022.

Seria cômico se não fosse trágico. Eu, que tenho uma empresa que comparada ao São Paulo é um grão de areia no oceano, não realizo negócios sem o devido contrato assinado. Se ele não é cumprido, rescindo e cobro meus eventuais prejuízos na Justiça. Isso é o que se imagina de uma empresa administrada com seriedade. Os contratos existem para serem cumpridos e ponto final.

Para que, então, fazer Rogério Ceni, o maior ídolo de nossa história, “pagar esse mico”? Se foi uma jogada de Marketing para depreciar a Adidas, na realidade denegriu nossa imagem. Deu a todos que não sabem o que se passa os bastidores da relação do clube com a fornecedora de material esportivo a ideia de que somos piores do que clubes de várzea.

Talvez seja essa mesmo a ideia que devemos passar. Com uma diretoria cacifada por pessoas deste naipe, não podemos esperar coisas tão melhores.

Mas por trás desse “aviso à Adidas” pode estar algo muito mais assombroso: por que razão a calça utilizada foi da Under Armour, e não da Penalty, ou da Reebock?

Vamos lembrar: a Under Armour marcou um dos piores momentos – senão o pior – de nossa história. Ela estava envolvida o escândalo da Far East, quando o empresário Jack Banashfeha teria intermediado o contrato a custo de R$ 18 milhões de reais de comissão, num contrato estapafúrdio e pra lá de suspeito assinado por Carlos Miguel Aidar, então presidente do clube; Júlio Casares, então vice-presidente de Marketing; Douglas Shwartzmann, então diretor de Comunicação e Marketing; Leonardo Serafim, então diretor Jurídico; e Osvaldo Abreu, então diretor financeiro.

Pois bem: exceção feita a Carlos Miguel Aidar, que, acredito, não faça parte da diretoria, os demais todos estão aí: Júlio Casares é presidente, Douglas Schwartzmann era secretário geral e se licenciou para se defender do indiciamento no Ministério Público, mas continua presente em todos os atos da diretoria, Leonardo Serafim é conselheiro vitalício e até foi com a delegação do São Paulo ao Rio de Janeiro para o jogo contra o Flamengo. Enfim, a turma do contrato da Far East continua dando as cartas no São Paulo. Por isso creio que a “brincadeira” do uniforme tem um recado muito maior e mais grave do que parece

Aliás, por falar em viagem, em todos os jogos, sejam pelo Campeonato Brasileiro, pela Copa do Brasil ou pela Sul-Americana, vai uma galera junto com a delegação. A diretoria de futebol vai em peso: Carlos Belmonte, Nelson Ferreira, Chapecó e Rui Costa. Gostaria de saber qual a razão de todas essas pessoas estarem presentes, se bastaria Carlos Belmonte, que é o diretor de Futebol? Também vão conselheiros. E o clube, que tem uma dívida monumental superior a R$ 700 milhões, paga as passagens aéreas e as hospedagens.

Acredito que com tudo isso conseguimos entender a razão de sermos hoje motivo de chacota e sabermos que precisamos estar muito atentos, porque esses cidadãos que hoje dirigem o São Paulo não dormem no ponto e nos colocam em risco o tempo todo.

2 comentários em “Há riscos no pseudo aviso a Adidas que beira a bizarrice

  1. Carlos Miguel Aidar segue tendo um papel fundamental no Conselho Consultivo, órgão que chancela as candidaturas a Conselheiro Vitalício.

    Apesar de não fazer parte da diretoria, nem do Conselho Deliberativo, CMA apoia no Consultivo as iniciativas da atual administração.

    Esta gestão representa o retorno ao poder da diretoria de Aidar, presidente que renunciou sob várias acusações de corrupção.

    O Ministério Público do Estado de São Paulo recentemente denunciou alguns dos envolvidos no caso Far East. Que a Justiça seja feita, e que eventuais culpados paguem pelos seus atos.

  2. Opinião: Olé Tricolor
    O SPFC há muito tempo deixou de ser SPFC.
    Nosso maior inimigo é o próprio clube( administramente falando).
    Hoje nos resta quase 20 milhões de Torcedores….
    Caos está enraizado lá dentro!
    Os ratos do Morumbi não largam o queijo!

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