A difícil arte de lidar com a democracia

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, aqueles que me conhecem pessoal ou profissionalmente sabem da minha defesa intransigente pela democracia e minha ojeriza pela ditadura.  Recentemente, em 31 de março, lembramos os 50 anos do golpe militar que fez o Brasil regredir alguns séculos durante duas décadas.

O São Paulo viveu, nos últimos oito anos, algo semelhante, guardadas as devidas proporções. Juvenal Juvêncio presidiu o clube com mãos de ditador, arrasando com a oposição e praticamente criando um partido único no clube. Tentou até quando pode evitar que assinaturas fossem dadas à chapa de oposição para que Carlos Miguel Aidar fosse candidato único no pleito realizado dia 05 de abril. Mudou o estatuto, num verdadeiro golpe, para se perpetuar no poder. Mas ele passou e agora são novos ares que respiramos.

Novos ares? Não. Carlos Miguel Aidar, seu sucessor, já anunciou que pretende mudar o estatuto para conseguir aprovar as obras de cobertura do Morumbi e construção de estacionamento no clube. É a mão do ditador. Realmente é mais fácil meter a caneta no papel e fazer valer a autoridade presidencial do que negociar um novo projeto com a oposição.

Sei, por fontes seguras, que muitos conselheiros da situação também não concordam com o local definido para a construção dos estacionamentos. Se há quase unanimidade para a cobertura do estádio, o grau é inversamente proporcional para os estacionamentos.

Mas me preocupa muito essa posição de Carlos Miguel Aidar. A democracia é a arte de negociar, de ceder aqui para ganhar ali. É a arte de atender o que é melhor para a maioria, não aquilo que gera apenas a satisfação pessoal. Parece que o espírito de Juvenal Juvêncio vai, mesmo, permanecer nas paredes da sala da presidência do São Paulo.

Quanto à oposição, entendi o ato de não entrar para não dar quorum e não aprovar as obras como uma boa manobra. Só não posso aceitar a renúncia de Kalil Rocha Abdalla. Isso só manchou um trabalho que foi feito e que fez ressurgir a oposição no cenário político são-paulino.

5 comentários em “A difícil arte de lidar com a democracia

  1. democracia aqui, por favor vamos acordar,
    precisamos mesmo de um ditador como esse.

    Sr. Lee Kuan Yew assumiu com mão de ferro o comando do país, que é Cingapura e, em seis meses, dos cerca de 500 mil presidiários sobraram somente 50. Todos os outros, criminosos confessos, foram fuzilados. Todo homem público (político, policial, etc.) corrupto foi fuzilado, pois

    existiam muitas provas contra eles.

    Todos os empresários ladrões foram fuzilados ou fugiram rapidamente do país.

    Aquela multidão de drogados, que ficava dormindo nas ruas, fugiu desesperadamente

    para a Malásia, para não ter que trabalhar, ou seriam fuzilados.

    Havia uma mensagem na televisão onde o novo governo avisava que o país estava com câncer e que a única solução era extirpá-lo, tipo “se algum parente seu foi extirpado, compreenda, ele era um câncer para a nação”.

    Depois de ter feito toda a limpeza no país, reorganizado o sistema político, judiciário e

    penal, esse militar convocou eleições diretas e candidatou-se para presidente.

    Venceu as eleições com 100% dos votos.

    Hoje, Cingapura é um dos países mais seguros de se morar, e um dos mais desenvolvidos, e mais seguros do que os Estados Unidos, a Inglaterra, ou Israel.

    Já no avião, a ficha de desembarque tem um “DEAD” (morte) bem grande em vermelho e a explicação da penalidade sobre o porte de drogas. Qualquer droga.

    Com zero vírgula nada de cocaína encontrada, o sujeito ou é sumariamente fuzilado, ou é condenado à prisão perpétua com trabalhos forçados.

    Lembram-se daquele surfista brasileiro que tentou entrar em Cingapura com uma prancha de surf recheada de

    cocaína? Óbvio que ele determinou sua própria morte. A mãe do jovem traficante apareceu na TV pedindo para o Lula interceder pelo filho. Não adiantou nada. Nem mãe, nem Lula, nem protestos, evitaram o cumprimento da lei.

    Nos hotéis, os “Guias da Cidade” têm uma página explicando que a polícia de Cingapura

    garante a integridade física de qualquer mulher 24 horas por dia (isso porque na antiga Cingapura, sem lei e ordem, as mulheres que saíam sozinhas eram estupradas e, ou, mortas). O chiclete é proibido em Cingapura, pelo simples fato de que, se jogado no chão, suja as calçadas da cidade. Distribuir panfletos, sem chance! Só em lojas, e não devem ser entregues às pessoas, que, se os quiserem, pegam-nos em uma gôndola ou suporte. Jogar no chão então… dá multa alta.

    No ano retrasado, a secretária de um amigo, que estava fazendo um trabalho por lá, foi seguida pela polícia desde sua casa até o trabalho. Quando chegou ao trabalho ligou a seta do carro para entrar no prédio. A polícia deu-lhe sinal para que parasse. Um dos policiais veio até a janela do seu carro e disse: “Como a Sra. sabe, estamos fazendo uma campanha de civilidade no trânsito. Multando os infratores e dando bônus a quem dirige corretamente. E a Senhora, em todo o trajeto da sua casa até aqui, não cometeu nenhuma infração. Parabéns!..

    Aqui está um cheque de 100 dólares cingapurianos (equivalente a cerca de R$ 128,00) e pediria para a Sra. assinar o recibo, por favor.

    Pelo visto, o Brasil tem SOLUÇÃO…

    O problema é que a população diminuiria muuuito!

  2. A falta de tato da situação , no São Paulo, com a democracia, também pode ser sentida na declaração tanto de JJ como de Aidar, de que Rogério não deverá ser dirigente mas sim treinador.Em outras palavras: “olha Rogério,contente-se em ser treinador, pois se vc quiser ser dirigente vamos perder de lavada pra vc e não queremos vc presidente porque não queremos sair do poder”…Rogério pode ser favorável à chapa situacionista vencedora das eleições, mas não seria , como presidente, vaquinha de presépio de Juvêncio ou de Aidar.E é isto que ambos temem, daí “aconselharem” Rogério a não ser dirigente e sim,treinador (por sinal uma péssima idéia).

  3. Até ontem eu apoiava, moralmente, o Kalil. Mas ele mostrou quem ele é: aquele garoto que se não pode jogar, leva a bola embora. Não é esse perfil que eu queria ver presidindo meu São Paulo. Ou você acha que existiria uma democracia como você imaginava com alguém que não soube negociar nem com o próprio ego?

    O que daria uma aliviada é que o MAC estaria lá. Aliviaria o setor do futebol, apenas. Porque eu também não sei se quero ver, dirigindo meu time, uma pessoa que admitiu publicamente que mandava alguém assinar a lista de presença lá na prefeitura, em seu nome?

    Daí agora tudo é motivo pra reclamar da votação do projeto. Se no primeiro momento eles não foram votar, tá reclamando do que se acharam uma outra data pra votação? Não tem o que reclamar. É uma democracia. Vai e vota contra! Ou está com medo de ficar manchado por ter sido a pessoa quem “votou contra” a modernização do Morumbí enquanto os galinhas estão com um estádio novinho?

    Pra mim a oposição deu um tiro no pé. Agora mudo meu lado, já que não tem uma terceira opção, e apoio moralmente o Aidar. Torço para que levem tudo isso a sério.

    Um abraço.

    • Bruno concordo plenamente com voce tambem achava que a oposição mudaria os rumos do Tricolor para melhor mas vejo que a maioria são frouxos, mesquinhos com sua politicalha clubistica e não pensam em algo infinitamente maior que tudo o proprio São Paulo F.C. e não tem tambem tenacidade e a grandeza de um Cicero Pompeo de Toledo e de um Laudo Natel ou de um Antonio Leme Nunes Galvão que idealizaram e construiram a Nossa Sacrossanta Casa, o Morumbi, tinha o MAC em alta conta, mas depois destes episodios me desapontou e muito

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