O argentino Luis Zubeldía, do São Paulo, revelou que tem um ex-árbitro internacional como consultor pessoal para se atualizar sobre as regras de futebol.

O treinador, que é constantemente alvo de cartões amarelos no futebol brasileiro, não revelou quem é o profissional com quem tira suas dúvidas, mas afirmou que essa troca de informações o deixa mais seguro para reclamar das decisões que considera erradas nas partidas do Tricolor.

– Tenho tipo um mentor, um árbitro internacional, um dos melhores, que já apitou Mundiais, que me dá um grande apoio. Ele me ajuda à distância. Um consultor de regulamentos – disse, ao UOL.

A relação de Zubeldía com esse profissional é antiga. Ainda no comando da LDU do Equador, o treinador pediu conselhos a ele para a final da Sul-Americana de 2023, contra o Fortaleza. Por conta disso, não fez a sexta substituição durante a prorrogação. O Fortaleza, porém, gastou todas.

– Antes da final da Sul-Americana, pedi sugestões a que situação eu devia estar atento. E entrei muito concentrado contra o Fortaleza naqueles 120 minutos. Um zagueiro deles se lesionou (Titi) e eles já tinham feito as seis substituições. Eu já fui para lá sabendo que tinha de cuidar das mudanças.

Em julho do ano passado, o Atlético-MG venceu o São Paulo por 2 a 1 na Arena MRV, pelo Brasileirão. Na entrevista coletiva, o técnico reclamou muito das decisões do árbitro Marcelo de Lima Henrique – a falta que gerou o primeiro gol do Galo e o toque de mão de Paulinho no segundo.

– Eu sabia que não podia ser gol, era mão de imediatez. Uma mão imediata que sai o gol tinha de ser sancionada. Eu como sabia do regulamento, atuei como atuei, sabia que não era gol. Mas o VAR não viu isso, não sei o que viu. Às vezes minha reação está ligada à minha preparação. Eu tenho a teoria.

O treinador citou, claro, o pênalti marcado na semifinal do Paulistão, contra o Palmeiras, em lance que Vitor Roque caiu numa disputa com Arboleda. O técnico disse que, como não viu as imagens ainda durante o jogo, não teve uma reação maior no clássico.

– Eu ia fazer o mesmo na coletiva contra o Palmeiras, ia explicar que não foi pênalti, mas a informação tive tarde. Vi que Arboleda apoia o pé, que o jogador do Palmeiras se deixa tropeçar e a comunicação gestual dos jogadores implicados. Conhecendo o Arboleda, vi que não tinha sido pênalti. Mas eu não tinha a imagem. Se eu tivesse visto, entrava em campo e mostrava toda a simulação ao árbitro explicando que não era pênalti. Não se pode cometer esse tipo de erro, nem ele nem o VAR.

Em 14 jogos no Campeonato Paulista, Zubeldía recebeu cinco cartões amarelos no Estadual. Ele cumpriu suspensão contra a Ponte Preta.