O placar do Morumbi aponta São Paulo 0 x 1 Botafogo, na segunda partida da final do Torneio Rio-São Paulo de 2001. O resultado dava o título ao Tricolor, mas de forma frustrante, diante de mais de 70 mil pessoas. Eis que Oswaldo Alvarez olha para o banco e vê um garoto magrelo, com espinhas no rosto. Aponta para ele e o coloca em campo.
O resto é história.
Técnico responsável por lançar Kaká há 16 anos, Vadão lembrou momentos que passou ao lado do craque, que anunciou no domingo o fim da carreira como jogador. Entre as histórias, aquela noite de 7 de março, quando o meia marcou os dois gols e garantiu o título inédito para o São Paulo, não pode faltar.
O relacionamento entre os dois começou alguns dias antes. Com elenco reduzido em mãos, Vadão requisitou alguns jovens do time sub-20 que disputava a Copa São Paulo. Como Kaká estava no banco, em recuperação de uma cirurgia na coluna, foi um dos escolhidos e logo chamou atenção.
– Quando eu o lancei, ninguém acreditava. Ele não era nem titular dos juniores, foi treinar comigo por acaso. Tinham me falado que o clube tinha um atleta muito bom, mas que estava se recuperando de uma lesão nas costas. Foi aí que me despertou o Kaká. O que mais lembro de interessante foi quando falei que ia dar uma oportunidade a ele de jogar. Ele ficou branco. Ali eu lembro muito bem da expressão dele.
Vadão o treinou por pouco mais de cinco meses e entregou o cargo após ser eliminado para o Grêmio de Tite, nas quartas de final da Copa do Brasil. Depois disso, manteve pouca relação com Kaká, apesar do respeito mútuo. O ídolo, inclusive, citou o nome do treinador em entrevista ao Esporte Espetacular, quando lembrou momentos da carreira.
De longe, o mestre sempre torceu pelo pupilo, a quem considera um dos maiores atletas que já dirigiu. Vadão também ficou famoso ao revelar Rivaldo, no Carrossel Caipira do Mogi Mirim, em 1992. Os dois craques, curiosamente, alcançaram o posto de melhor do mundo: Rivaldo em 1999, Kaká em 2007, dez anos antes de pendurar as chuteiras.
– Não foi o maior, mas está entre os maiores. Você jogar na Europa e ser o melhor, a concorrência é muito grande. O Neymar até agora não conseguiu, e no Brasil ele era o melhor todo ano. O Kaká conseguiu, o Rivaldo conseguiu. Então tem que tirar o chapéu para esses caras que conseguiram. Uma pena que tenha parado. Ele tem um pouco mais de gás para jogar – diz Vadão.
Com passagens por São Paulo, Milan, Real Madrid e Orlando City, além da seleção brasileira, Kaká encerrou a carreira com 237 gols em 654 jogos. Venceu Liga dos Campeões (2006-07) e Copa do Mundo (2002), entre outros grandes troféus. Agora, vai estudar para iniciar uma carreira como dirigente.
Os técnicos e profissionais da base, trabalham, sofrem tem que “fazer mágica”, aí vem a imprensa e diz que Vadão olhou pro banco e tinha lá um moleque…
Jornalismo de quinta…
Tem alguma coisa de podre acontecendo na base de formação do São Paulo. Um dos profissionais mais sérios do futebol brasileiro, Rene Simões, não ficou seis meses lá, lembram-se disso? Pois é, centro de formação de atletas lança um de destaque cada década. Kaká e outros vieram de lá. Com essa estrutura deveríamos lançar um profissional por ano. Nossa categoria de base sempre foi destaque naa seleções nacionais de base. Depois, o que acontece? Eu não sei, nosso amigo PP poderia se dedicar a investigar isso. Apenas uma sugestão.
Abraço
Lembrando: um dos jogadores mais valorizados da atualidade, Casemiro, é cria de nossa base…
Relembrando: quem, da base, de destaque, temos em nosso time? À exceção do Rodrigo Caio, é claro…
Vamos ao mercado contratando medíocres jogadores. O que vem acontecendo?
Tenho a impressão que há muita sujeira. Da mesma forma que contratam atletas para o time adulto por conta do bom “relacionamento” com empresário, devem escolher os garotos da base pelo relacionamento.
Veja o absurdo que foi ter o Rogério tanto tempo no gol e agora precisamos contratar um substituto. Não dava para ter encontrado alguém nos últimos dez anos?