Diego Aguirre chegou ao São Paulo com a missão imposta por Raí, diretor executivo de futebol do clube, de encontrar uma identidade para o time. Depois da parada do Campeonato Brasileiro na Copa do Mundo, ficou claro, definitivamente, que isso o técnico já conseguiu, passando com aprovação por uma dura sequência que teve o Corinthians, no Morumbi, e Flamengo, Grêmio e Cruzeiro, fora de casa – compromissos sempre apontados como fundamentais para a equipe sentir se poderia mesmo brigar pelo título.
Desses jogos, o Tricolor só perdeu para o Grêmio, sofrendo a virada depois de um primeiro tempo aquém do que pode, na quinta-feira. Mas bateu todos os outros adversários, inclusive o Flamengo, líder da competição, em um Maracanã cheio de rivais. E o triunfo que deixa mais claro o sucesso do trabalho do técnico uruguaio ocorreu no 2 a 0 diante do Cruzeiro, no Mineirão, nesse domingo, quando nem desfalques atrapalharam.
Atuando como visitante diante de um postulante ao título, o São Paulo jogou quase completamente desfalcado no setor defensivo. Já não tinha o zagueiro Rodrigo Caio e o volante Jucilei, machucados, perdeu Hudson, outro volante, suspenso, e ainda o lateral-direito Militão e o zagueiro Arboleda, que também receberam o terceiro cartão amarelo. Se Bruno Alves já está acostumado a ser titular, Araruna, meio-campista de origem, jogou na lateral, e Luan, de 19 anos, reeditou com Liziero a dupla de volantes da final da Copinha, há seis meses.
Quem viu o jogo, contudo, percebeu que nada disso teve qualquer influência negativa. Os treinos habituaram o São Paulo a atuar com os dois volantes próximos, na cabeça de área, com um deles chegando mais ao ataque, setor onde Nenê define o que fazer, e os pontas voltam para auxiliar os laterais na marcação, principalmente quem está na esquerda. Isso está tão bem fixado na mente dos jogadores que mesmo a entrada de Edimar na lateral contra o Corinthians, com Reinaldo mais adiantado, na vaga de Everton, teve sucesso.
Certamente, será necessário um ajuste tático, com a venda de Militão para o Porto, de Portugal, dando vaga para Bruno Peres, bem mais ofensivo. Mas parece ser detalhe, como já ocorreu nesse domingo uma alternativa para compensar a fragilidade de marcação de Rojas: como Araruna sofria, bastou inverter sua posição com Everton, que jogou parte do primeiro tempo pela direita, segurando a pressão do Cruzeiro e mantendo o veloz equatoriano como alternativa ofensiva.
Independentemente das melhorias necessárias, e que continuarão aparecendo, o São Paulo de Aguirre tem uma identidade: briga o tempo todo. A disposição de cada um para marcar em seu setor explica a presença em segundo lugar no Brasileiro, a dois pontos do líder Flamengo. Ter a bola está longe de ser prioridade, muito menos há qualquer vergonha em se fechar para contra-atacar. Isso é estratégia e, comprovadamente, de sucesso.
– O São Paulo, em quase todos os jogos, tem como característica se defender bem e aproveitar as chances. Somos um time de resposta. É a nossa estratégia e tem dado certo. Não necessariamente temos de ter a bola, mas precisamos fazer o melhor para vencer. Estamos nos defendendo bem, nos fechando ao máximo e, com a bola, aproveitando a bola e a característica dos jogadores – definiu precisamente Diego Aguirre.
Fonte: Lance
Pensando mais a frente, gostaria de saber se o time irá manter o estilo de jogo mesmo com uma eventual saída de Aguirre, que provavelmente será com entrada de Jardine, talvez ano que vem.
ÓTIMO trabalho do Raí escudado pelo Ricardo Rocha e Lugano .
Moses, tem mensagem para você. Favor ver sua caixa de e-mail.
Em sua chegada ao Depto de Futebol Profissional Raí disse que o SPFC teria que recuperar sua identidade dentro de campo. Trouxe Aguirre e hoje podemos ver que o time tem um estilo de jogo, e que nada lembra o acovardado e estabanado time de Dorival Jr. E a carruagem segue…………