O sonho do menino que deixou a pequena Dracena, no interior, de São Paulo, com apenas 12 anos se transformou em realidade.Rodrigo Caio superou a solidão da cidade grande e uma grave lesão no joelho direito para se destacar como uma das promessas do Tricolor. Em alta, o zagueiro/volante/lateral-direito se apega ao ídolo Rogério Ceni para construir sua história no clube do coração.
Promovido ao time profissional com apenas 17 anos, em 2011, Rodrigo Caio viu no goleiro a chance de adquirir a experiência necessária para a carreira decolar. Avesso à badalação do futebol, o garoto não só herdou a camisa 7 de Lucas como repete os passos dele ao estar sempre próximo do “quarentão” para ouvir conselhos e histórias.
– Sempre procuro falar com ele na hora do almoço ou na concentração. É um cara experiente, que tem muita coisa boa para passar. Como são-paulino, eu via o Rogério pela televisão e pensava que um dia queria conhecê-lo. Ele conta como era o tempo dele de base e sempre dá muita atenção para os meninos que sobem – revelou.
Com Lucas aconteceu da mesma maneira. O atacante se tornou um dos queridinhos de Rogério Ceni desde que foi promovido e frequentemente recebia dicas do capitão. Tanto que ganhou dele a honra de usar a braçadeira e levantar a taça de campeão da Copa Sul-Americana no ano passado antes de se transferir para o Paris Saint-Germain.
Rodrigo Caio, aliás, precisou de maturidade para realizar o sonho do pai dele, Celso, e chegar aos profissionais. Com 12 anos, trocou a cidade natal para morar no alojamento do Morumbi e depois no luxuoso CT de Cotia, destinado apenas às categorias de base. Hoje, aos 19, mora sozinho em um apartamento próximo ao CT da Barra Funda, local dos treinamentos e concentrações da equipe principal.
– Acho que ter vindo pra cá muito novo me ajudou a amadurecer. A dificuldade foi muito grande, mas sempre quis jogar, ainda mais no São Paulo. Eu pago meu aluguel e até vou ao supermercado comprar algumas coisas (risos) – disse o marcador, que chegou a cursar um mês de educação física, mas acabou trancando a matrícula por falta de tempo.
O sucesso após o primeiro gol como profissional serve como um alívio depois de viver um drama em 2009. Ao dividir com um adversário durante partida do time sub-15, Rodrigo Caio fraturou a patela e precisou de nada menos que dez meses de tratamento para conseguir voltar aos gramados. Esforço que, agora, foi recompensado com uma vaga na equipe titular.
– Foi uma fase muito difícil, de bastante tempo só fazendo fisioterapia. Algumas pessoas chegaram a duvidar que eu conseguisse jogar futebol novamente. Felizmente, tudo passou. Estou realizando um sonho.
Fonte: Globo Esporte