Ricardo Rocha, um dos ídolos do São Paulo, em entrevista ao programa Mesa Redonda, falou neste domingo de seus anos como jogador e como coordenador de futebol do Tricolor. O ex-atleta lembrou que, em sua passagem como dirigente no clube, terminada em 2018, viu uma estrutura defasada. Além disso, mostrou compreensão com o momento do atual do técnico Rogério Ceni.
”A estrutura estava defasada e a gente comentava isso. A preocupação do Raí era enorme. Antes de ir para o São Paulo, eu fiz uma visita ao Corinthians e a alguns clubes. Aquele São Paulo que eu vi nos anos 1990 não tinha nada a ver com o São Paulo de quando a gente chegou. Era muito defasada (a estrutura) e precisa melhorar. Quando você vê Rogério Ceni reclamando, é porque realmente está difícil coordenar e trabalhar. O maior problema do São Paulo é a política”, disse Ricardo à TV Gazeta.
No momento, o atual técnico são-paulino vive muita pressão de torcedores pelo mal momento que o clube vive neste começo de temporada. Até aqui, a equipe ainda não mostrou um futebol convincente e vem sofrendo no Campeonato Paulista.
“O Rogério está brigando com muitas coisas que preocupam o treinador fora de campo. O Telê acordava às 6 horas e estava no campo, caminhando, olhando, preocupado com tudo e o Rogério pegou isso. Por isso, está sentindo falta. O São Paulo é muito forte e tem tudo para voltar a ser o que é. Agora, ficou um pouco para trás do Palmeiras, do Flamengo, de alguns clubes e isso irrita o Rogério Ceni. Deixa ele irritado, porque gosta do trabalho com perfeição, é isso que ele quer ver no São Paulo. A crítica dele é para o São Paulo voltar a ser o que era antes”, comentou.
Para Ricardo Rocha, o São Paulo ”parou no tempo” e um bom caminho para a solução de seus problemas é apostar mais nos garotos das categorias de base.
”Quando o Muricy chegou e quando ganhou o título paulista, eu pensei: ‘Agora, vai’. E não foi, o São Paulo parou no tempo. Sempre digo que o futuro dos clubes brasileiros está na base. O São Paulo tem uma base muito boa, se gastam milhões. E a base tem que ser mais aproveitada. Eu também fui jovem e tive essa responsabilidade. O jogador tem que saber o que é o São Paulo. O Muricy sempre diz: ‘Eu não tenho que motivar ninguém, a motivação é o São Paulo’. E ele tem razão. Isso, vejo que falta no São Paulo: saber o que é a história do São Paulo”, disse.