Quase aconteceu em janeiro, mas agora foi: James Rodríguez não é mais jogador do São Paulo. O meia colombiano assinou a rescisão de contrato nos últimos dias e encerrou a passagem de um ano pelo clube.
Foi um período de poucos jogos (22), poucos gols (dois) e muita expectativa frustrada. Contratado com o peso de seu currículo, que inclui passagens pelo Real Madrid, da Espanha, e Bayern de Munique, da Alemanha, e grande destaque na Copa de 2014, James não conseguiu entregar o que se esperava.
Tentou sair em janeiro, depois de pouco mais de seis meses, mas não houve acordo com o clube naquele momento. A chegada de Luis Zubeldía, em abril, foi o ponto final: o técnico deixou claro que não contava com o jogador. Nesta semana, São Paulo e James chegaram aos termos que decretaram o fim do vínculo.
O colombiano não é primeiro craque a naufragar no São Paulo. Outros grandes jogadores chegaram ao Morumbis e saíram sem deixar saudades.
Relembre:
Daniel Alves
A contratação de Daniel Alves foi bombástica. Ele tinha acabado de deixar o Paris Saint-Germain em 2019 e ainda era considerado um dos melhores da posição no mundo.
Especulava-se que ele pudesse permanecer na elite da Europa. Mas, torcedor do São Paulo, aceitou defender o clube num contrato que, por projeto, ele receberia pagamentos altíssimos a partir da exploração de sua imagem.
A apresentação do jogador lotou o Morumbi e foi um espetáculo de luzes.
Em campo, o desempenho não foi tão ruim e até um título ele conquistou, o Paulista de 2021. Mas tudo desandou.
O projeto de marketing naufragou, e o São Paulo acumulou enorme dívida com o jogador. Daniel Alves impôs que iria defender a seleção olímpica nos Jogos de Tóquio, onde conquistou o ouro. Logo depois da final, porém, ainda no Japão, não poupou críticas ao clube pelos atrasos.
Daniel nunca mais jogou pelo Tricolor. Pouco depois, chegou a um acordo pela rescisão e parcelamento da dívida – cerca de R$ 500 mil mensais por cinco anos.
Condenado pelo estupro de uma mulher em Barcelona, Daniel chegou a ficar preso, mas hoje em dia aguarda o julgamento do recurso em liberdade, na Espanha.
Daniel Alves no São Paulo: da lua de mel ao fim traumático
Renato Gaúcho
Renato Gaúcho era um atacante consagrado em 1997, aos 34 anos. Ídolo em clubes como Grêmio, Flamengo e Fluminense. Na época, ele defendia o Tricolor carioca, mas o clube devia pouco mais de R$ 1 milhão a ele, que não se apresentou para a pré-temporada.
Depois de 21 anos, o encontro entre Renato Gaúcho e o São Paulo.
O São Paulo, numa parceria com a Federação Paulista de Futebol, se aproximou do jogador. A FPF pagaria os salários de Renato durante o Paulistão, o clube, se ele continuasse, a partir dali.
Renato viajou a São Paulo, foi apresentado no CT do clube – mas, ainda sem fazer exames e assinar o contrato, preferiu apenas segurar a camisa, não a vestiu.
Naquele dia, voltou ao Rio e recebeu um contato do Fluminense, de que receberia uma proposta de acordo pela dívida. O clube se acertou com Renato, e ele não voltou a São Paulo.
Sierra
Era o principal jogador do Unión Española, clube chileno que deu trabalho para o São Paulo nas quartas de final da Libertadores de 1994. Fez um gol e deu assistências em jogo no Morumbi que acabou 4 a 3 para os donos da casa.
Em busca de um camisa 10, os cartolas brasileiros viajaram ao Chile pouco depois e fecharam a contratação do meia. A chegada dele ao Morumbi virou folclore: ele desembarcou no estádio de um helicóptero.
Não funcionou. Foram só 43 jogos e três gols – um deles, porém, o da vitória por 2 a 1 em um clássico contra o Corinthians.
Rivaldo
Depois de fazer sucesso no exterior, Rivaldo volta ao país como craque do São Paulo
No fim de 2010, Rivaldo anunciou que voltaria ao Brasil para defender o Mogi Mirim, clube em que também era presidente. Não chegou nem a estrear.
Após duas rodadas no Paulista de 2011 – coincidentemente, na primeira, enfrentou o Mogi, sem o meia –, o São Paulo anunciou que tinha um acordo com o veterano de 38 anos.
A passagem foi ruim, e o técnico Adilson Batista chegou a ser criticado pelo presidente da época, Juvenal Juvêncio, pelas muitas chances dadas a Rivaldo. O meia foi dispensado no fim daquele ano, com sete gols em 45 partidas.
Gol mais perdido da 11ª rodada: Rivaldo, do São Paulo
Lúcio
Dez anos depois de vencer a Copa do Mundo com o Brasil no Japão, o zagueiro Lúcio, um dos melhores defensores daquela geração, deixou a Juventus, da Itália, e se transferiu para o São Paulo aos 34 anos. Deveria emprestar experiência à defesa do time que disputaria a Libertadores.
O contrato era de dois anos. Mas com seis meses, Lúcio foi afastado do time.
Em julho de 2013, Lúcio cometeu o que a diretoria classificou como “ato de indisciplina” antes de uma viagem ao exterior. Mas antes, ele já tinha demonstrado irritação ao ser substituído em jogo da Libertadores. Ele ficou cerca de quatro meses treinando separado do elenco até rescindir.
Depois, só pulou o muro: acertou com o Palmeiras para a temporada seguinte, sem grande destaque.