Galoppo desabafa sobre lesão e busca recuperar tempo perdido

As últimas impressões são positivas, assim como a saudade de jogar. Desde março fora do São Paulo, Galoppo tem fome e quer começar 2024 com a mesma imagem deixada no início de 2023: com gols e protagonismo no ano em que o Tricolor volta a disputar a Conmebol Libertadores.

Os oito meses longe dos gramados foram difíceis e de muita reflexão. Aos 24 anos, o meia-atacante quer recuperar o tempo perdido e entrar na disputa por uma vaga no time titular ainda no início da temporada, pensando nas disputas do Paulistão e da Supercopa do Brasil contra o Palmeiras.

– O time está muito bem, vou voltar para brigar pelo meu lugar. Todo mundo vai querer jogar, vou brigar por posição. Quem decide é o treinador. Vou me preparar e ver o meu lado, dar o melhor possível – disse Galoppo, em conversa exclusiva com o ge.

– Depois é a decisão do treinador que eu jogue ou esteja fora, óbvio que quero jogar, mas vou me preparar o melhor possível para isso – acrescentou o argentino.

Além da recuperação física, Galoppo tratou de cuidar do lado mental neste longo período de ação. As perguntas sobre a grave lesão no melhor momento pelo clube se tornaram constantes no início, porém viraram assunto superado conforme a evolução no tratamento.

Galoppo foi o artilheiro do São Paulo no Paulistão com oito gols em apenas 11 partidas. O desempenho, ainda sob o comando de Rogério Ceni, acabou interrompido com uma lesão no joelho, que se transformou em operação, na eliminação para o Água Santa.

– Foi difícil acreditar que estava lesionado. Foi um começo muito bom, fazer oito gols em 11 jogos, ser o artilheiro do Paulistão. A expectativa era alta, mas aconteceu o que aconteceu – lamenta o argentino.

– Tive que dar o meu melhor para voltar, me recuperar. Agora estou bem, treinei normalmente e começar 2024, vou me preparar nas férias para começar com tudo. Vou tentar começar o ano como comecei o ano passado – assegura Galoppo.

Sobre 2024, expectativa de trabalho com Dorival e outros assuntos, confira abaixo a entrevista exclusiva com Galoppo, realizada dias antes do fim da temporada 2023.

Um ano e meio de Brasil. Tem gostado?
– Estou gostando bastante. Sempre falei que acho que o melhor que tem aqui é sair para jantar, shopping, gosto também. Estou aproveitando um pouco disso. Gosto daqui, mas como temos calendário apertado, o que dá é para tomar esse tempo para jantar.

– Calleri me recebeu quando cheguei, ele me facilitou as coisas; Ferraresi e Alan (Franco) também. Acho que é difícil falar dos “gringos”, porque o grupo todo é bom. Não acho justo separar gringos e brasileiros. Isso foi fundamental para a conquista, essa união. Temos que começar assim no ano que vem para brigarmos pela Supercopa, Paulista e todos os campeonatos que vamos jogar.

O saldo dessa temporada em que houve a lesão grave…
– Tento me dedicar o máximo possível, foi assim todo o ano. Foi um ano difícil, que não atuei muito, mas consegui me dedicar ao máximo na recuperação. Acho que tem que dar o melhor sempre no que aparece.

A lesão veio em um período ingrato, né?
– Foi difícil, porque realmente estava lesionado. Foi um começo muito bom, fazer oito gols em 11 jogos, ser o artilheiro do time no Paulistão. A expectativa era alta, mas aconteceu o que aconteceu. Tive que dar o meu melhor para voltar, me recuperar. Agora estou bem, treinei normalmente e começar 2024, vou me preparar nas férias para começar com tudo. Vou tentar começar o ano como comecei o ano passado.

Como você está hoje?
– Estou 100%. Falta o ritmo de jogo, normal para quem ficou tanto tempo sem jogar, precisarei de alguns jogos. Treinei normal e estou me sentindo bem. É me preparar bem nas férias para começar 100%. Ainda não consegui jogar com Dorival, mas conversamos bastante, ainda não sobre o jogo, pois não tinha condição de atuar.

– Gosto de conversar bastante com treinador e comissão para saber a ideia que eles têm sobre mim, ver o que dá para melhorar, gosto de discutir essas coisas também. Estou ansioso por esse momento, muito tempo que estou esperando para voltar. Mas tenho tranquilidade, uma hora vai chegar, e é estar o mais preparado possível.

Por que não jogar ainda em 2023?
– Foi uma decisão conjunta entre todos aqui no clube. Faltavam poucos jogos para acabar o ano, não brigávamos por nada, então foi uma decisão de dar um mês mais para me preparar nas férias, quase dois meses ganhos para mim. Não adiantaria jogar dois jogos, recuperar o ritmo. O mais conveniente era continuar a recuperação, treinando normalmente, começando a pré-temporada.

Agora você vai ter que recuperar espaço. Como enxerga isso?
– O time está muito bem, vou voltar para brigar pelo meu lugar. Todo mundo vai querer jogar, vou brigar por posição. Quem decide é o treinador. Vou me preparar e ver o meu lado, dar o melhor possível. Depois é a decisão do treinador que eu jogue ou esteja fora, obvio que quero jogar, mas vou me preparar o melhor possível para isso.

O que o tempo fora te ensinou?
– Valorizar mais estar dentro de campo. Isso foi uma coisa importante, valorizar mais estar bem dentro de campo. Como jogava normalmente, 60 jogos, às vezes não valoriza um ou outro jogo. Valorizo agora o fato de estar dentro, isso vai me fazer desfrutar mais tudo. Se quero buscar um lado positivo, que é difícil, é esse.

Está disposto a ser centroavante ou quer brigar por vaga no meio-campo?
– Toda minha vida joguei no meio. São Paulo me comprou para jogar no meio. Essa posição também posso me adaptar em alguns jogos, caso o treinador precise. Tudo será conversado. Todo mundo sabe qual é minha posição, ali no meio, não tenho dúvidas em relação a isso.

E no meio terá a disputa com James Rodríguez…
– Vai ser bonito compartilhar o meio com um craque como James, que jogou com a 10 do Real Madrid. Isso não se vive todo dia. É desfrutar os treinos com ele, com Lucas, jogadores acima da média.

O que ele tem de diferente?
– Batida na bola todo mundo sabe que é diferente, você vê nos treinos a visão que ele tem. Fazendo uma boa pré-temporada e estando bem, pode ser o craque que sempre foi e vamos poder aproveitar.

Como foi esse cuidado mental na recuperação?
– Foi um momento difícil, às vezes não encontra os motivos, fica se perguntando o motivo de isso ter acontecido. Quando você percebe que não tem como voltar atrás, aí no meu caso comecei a focalizar dia a dia, vir a cada dia para fazer o meu melhor no campo, no treino com o grupo.

– É fazer o melhor a cada dia. Não pensa nos oito meses, vai pensando no dia a dia. Quando pensa nos oito meses é muito difícil, é focar no dia para fazer o melhor. Não é fácil, mas temos objetivos.

Você ficou marcado por sempre acompanhar o time, mesmo fora de casa. O quanto isso ajudou a te aproximar ainda mais do clube?
– Sempre falo que uma coisa importante é o jogador não convocado acompanhar o time. Como jogador, gosto que os 10, 15 que ficam fora estejam apoiando o grupo, dá força para todos. Isso que tentei fazer nesse tempo. É importante estar presente para acompanhar, acho fundamental para qualquer grupo.

Libertadores é o grande foco?
– Acho que tem que começar na pré-temporada, tem que ir passo a passo. Primeiro tem o Paulista, depois a Supercopa, que é um troféu que pode dar confiança para encarar a Libertadores de outra maneira. Temos que focar nisso, para depois focar na Libertadores. Primeiro é fazer o melhor no evento que tiver.

E a Supercopa é contra o Palmeiras…
– Encarar essa final da melhor maneira possível, com objetivo de ter um título que seria importante para a gente.

 

Fonte: Globo Esporte

Um comentário em “Galoppo desabafa sobre lesão e busca recuperar tempo perdido

  1. Ótima entrevista!
    O Galoppo, com quem ainda tenho “um pé atrás”, me pareceu nesta entrevista, muito maduro e profissional.
    Espero que ele volte na mesma toada do paulistinha e que acabe com minhas dúvidas de vez!!!

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