Ex-amigos: São Paulo e Palmeiras veem relação desmoronar

Não faz muito tempo, os presidentes de São Paulo e Palmeiras, Julio Casares e Leila Pereira, anunciaram acordo em que emprestariam seus estádios um ao outro para jogos de suas equipes quando suas arenas estivessem alugadas para outros eventos.

Chegaram a tratar esse movimento como um primeiro passo para que os clássicos em São Paulo voltassem a ter torcedores visitantes nas arquibancadas. Essa relação parece ter ficado no passado, ainda que não tão distante.

O clássico do último domingo, que terminou empatado em 1 a 1, parece ter sido aquele em que os disfarces foram abandonados, mas a relação se deteriorou de vez no fim do ano passado.

Foi quando o lateral-esquerdo Caio Paulista, de surpresa, decidiu trocar o São Paulo pelo Palmeiras.

O jogador estava em fim de empréstimo com o clube do Morumbi, e dirigentes tricolores já tinham dado declarações públicas de que ele seria contratado. Foram surpreendidos – e, principalmente, constrangidos – pela ação do clube rival, que ofereceu melhores condições a Caio.

A saída do jogador ainda criou problemas em sequência no elenco tricolor. Primeiro, a diretoria até hoje não conseguiu repor a saída do lateral. Welington, ex-reserva e hoje titular, passou a exigir mais ao negociar sua renovação – que está travada, há nove meses do fim do contrato.

Há um mês, os dois times se enfrentaram na Supercopa Rei, em Belo Horizonte, com vitória tricolor. Após o título, o São Paulo ironizou o gramado do Allianz Parque, que está interditado.

Recentemente, ao ge, o atacante Calleri provocou o Palmeiras ao dizer que sabia que seria campeão do torneio se enfrentasse o time vizinho – os CTs dos dois clubes são separados por um muro na Zona Oeste de São Paulo. Calleri esteve suspenso no clássico do Paulista.

Neste domingo, o São Paulo deixou de esconder o incômodo com o Palmeiras.

Revoltado com o que considerou erros de arbitragem, o presidente do clube, Julio Casares, fez um pronunciamento em que atacou o juiz, Matheus Delgado Candançan, mas também o técnico do Palmeiras, Abel Ferreira.

– Chega de o Abel apitar jogo – disse ele, exaltado.

Em seguida, o São Paulo impediu que o treinador português usasse a sala de coletivas do Morumbis para falar com a imprensa – justificou o ato como “reciprocidade” pela estrutura ruim que lhe é oferecida quando é visitante no Allianz Parque.

Em nota, o Palmeiras disse que dá ao São Paulo um espaço em seu estádio para que os treinadores deem entrevistas e chamou a decisão tricolor de “ato de hostilidade”, relatado à Federação Paulista.

São Paulo e Palmeiras ainda podem se enfrentar no Paulista. Os palmeirenses já estão classificados para as quartas de final, enquanto os tricolores lideram o Grupo D. As duas equipes ainda disputam juntas o Brasileiro, Copa do Brasil e Conmebol Libertadores.

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