Uma cena chamou a atenção de quem assistia ao empate do São Paulo com o Botafogo, no dia 16 de abril, no Nilton Santos. André Silva e Alan Franco discutiram em campo logo depois do apito final. Menos de um mês depois, outra cena ganhou destaque: o centroavante fez gol, e o zagueiro cruzou o campo para abraçá-lo.
A segunda cena, conta quem convive com André Silva e Alan Franco, é o que explica a relação dos dois – e de todo o elenco do São Paulo. O ge conversou com pessoas que estão no dia a dia tricolor, convivem com os jogadores e estão acostumadas a cobranças por melhores resultados.
No dia em que Alan Franco e André Silva discutiram, o Tricolor havia estado duas vezes à frente no placar contra o Botafogo, fora de casa, mas cedeu duas vezes o empate. A frustração tomou conta dos jogadores, que acabaram discutindo em campo, algo que costuma acontecer fora dos holofotes.
Mas não é o que conduz a relação entre os jogadores. O ge ouviu que o argentino Alan Franco é quase um brasileiro entre tantos companheiros gringos, que costumam fechar rodas entre eles. O defensor, não. Ele é um dos melhores amigos justamente de André Silva. Costuma ser “da bagunça” com Luciano e outros, também.
Normalmente, jogadores estrangeiros ficam mais próximos, principalmente pelo idioma, no caso do espanhol. Eles costumam dividir a mesma mesa em refeições, estar próximos em viagens. Alan Franco, porém, prefere ser mais “brasileiro” em suas relações.
Por isso, o abraço no gol de André Silva é o que explica a relação entre os jogadores do São Paulo. Depois da partida, que deixou o Tricolor com 10 pontos na liderança do Grupo D da Conmebol Libertadores, Alan Franco se declarou aos companheiros.
– A gente nunca teve uma relação ruim. Sempre foi muito boa, o grupo é de pessoas muito boas e humildes. Foi situação de jogo que a gente não conseguia fazer o gol, mas tomou… Mesmo assim a gente trabalha e tem boa energia. Aqui é uma família muito unida, não tem rivalidade entre nós. Foi um momento ruim que a gente teve, mas eu amo esses caras e vou defendê-los, jogando ou não jogando – disse Alan Franco.
O ge ouviu, também, que a discussão em campo contra o Botafogo não teve nenhuma repercussão interna. Foi resolvida ali mesmo, antes de chegar ao vestiário. E não teve ecos.
Com o bom ambiente no CT da Barra Funda entre os jogadores, o São Paulo encaminhou a classificação para o mata-mata da Libertadores ao vencer o Alianza Lima na última terça-feira. Inclusive, pela primeira vez em sua história conseguiu três vitórias fora de casa na fase de grupos.
– Eu não sabia, mas estou muito orgulhoso deste grupo que trabalha muito, mesmo não tendo muito tempo de trabalho, tenta fazer o melhor. A gente tenta treinar bem e se preparar para essas competições. Muito feliz, esse grupo merece coisa boa, assim como a torcida que nos apoia incondicionalmente – completou Alan Franco.
O São Paulo, agora, tem dois jogos seguidos no Morumbis pela Libertadores: encara o Libertad e o Talleres. E no domingo volta a campo pelo Brasileirão, contra o Palmeiras, na Arena Barueri.