O técnico Dorival Júnior gostou da postura do São Paulo na vitória por 2 a 0 diante do Internacional no Morumbi, pela quarta rodada do Brasileirão, na tarde deste domingo.
– Foi um jogo muito difícil, contra uma equipe que vai brigar do meio para cima, por posições importantes. O Inter merece muito respeito, foi uma partida muito disputada. Foi uma boa apresentação. Tivemos algumas dificuldades, principalmente na primeira etapa, a flutuação do Maurício dificultava nossa marcação. Quando eles giravam, estavam sempre buscando um jogador para tabela ou enfiada. Nosso comportamento foi muito bom, mais uma partida que não tomamos gol –analisou o técnico.
Sob o seu comando, a equipe segue invicta, agora com três vitórias e dois empates em cinco partidas.
– Fico feliz com tudo isso. Ainda demanda tempo para que tenhamos alguma coisa mais palpável na comparação com o que vem sendo apresentado. Os jogadores estão querendo acertar e procurando entender, isso é o mais importante. Tem sido exemplar o comportamento nessa luta, alguns resultados iniciais têm acontecido e fico muito satisfeito com tudo isso.
Neste período, a equipe do São Paulo sofreu apenas um gol. A defesa forte tem sido uma característica do time de Dorival Júnior, que vê a equipe em processo de crescimento.
– Gosto que minhas equipes joguem com infiltração, parede, movimentação do terceiro homem. É a maneira como gosto de trabalhar. Temos que ganhar essa condição por dentro, trabalhamos à exaustão para que os jogadores ataquem o máximo possível a última linha adversária, criando definições mais claras em relação ao gol. É questão de tempo, trabalho, repetição, não é do dia para a noite que isso acontece. Mas a cada momento sentimos que estamos ganhando um pouco mais de corpo. Os resultados ajudam a manter uma tranquilidade para conseguir insistir no que se busca.
A partir de agora, porém, o técnico já adianta que possivelmente rodará alguns titulares:
– É um campeonato que as pessoas falam de poupar, no sentido de colocar em campo a melhor equipe possível. Teremos uma sequência absurda, vamos viajar para Fortaleza, jogamos contra o Corinthians, depois vamos para Recife, retornaremos e jogaremos com o Vasco no Morumbi. Logo em seguida, tem uma viagem terrível para a Venezuela provavelmente decidindo vaga.
– Não será fácil e tenho que contar com todo mundo. Eles têm que estar preparados porque teremos mexidas, mudanças, para que seguremos alguns jogadores para teoricamente ter um time mais saudável para a partida seguinte. Vou avisando que isso vai acontecer para que não causa surpresa. Nossa sequência é absurda e não há quem suporte essa carga de jogos – adiantou.
Neste domingo, mais de 46 mil torcedores estiveram presentes no Morumbi, que jogou junto na busca pelo resultado. O Tricolor foi a sete pontos na tabela em quatro partidas.
– Vamos tentar fazer a melhor campanha possível, vamos brigar para chegarmos em todas as competições. Vamos ter que jogar com alternâncias, não será fácil, contamos com torcedor e com o crescimento da equipe. Temos que nos comprometer ainda mais, é um início bom, não podemos parar. Que seja importante e amadureça esse grupo e essa equipe. Ganhando confiança, você ganha ainda mais qualidade para o desenvolvimento de cada partida. Todos têm acompanhado, é um perde-ganha grande. Temos que estar atentos até a última rodada, porque muita coisa ainda vai acontecer.
Veja mais trechos da coletiva:
Sobre Pablo Maia
– Dinâmica dele, forte marcação, mobilidade, movimentação. Pablo está encontrando uma recuperação, tem sido uma jogador importante na função. A gente vai aguardando pelo crescimento dos demais.
– Ele tem essa capacidade se desenvolver alguns comportamentos diferentes. Ele vai ter um aproveitamento melhor e talvez se surpreenda em se aproximar da área, para vir a ser um jogador que tenha essa infiltração. Não é só capacitá-lo nessa condição, ele tem qualidade para poder desenvolver e ser útil em duas ou mais funções.
Mudança nos tempos
– Talvez não tenhamos sofrido tanto defensivamente na segunda etapa do que como foi no primeiro tempo. A conversa com o Nestor era para neutralizarmos os passes por dentro e fazer o Inter jogar pelos lados para que pudéssemos iniciar o combate, já que estávamos preparados para isso. Tentamos no segundo tempo corrigir esse posicionamento e bloqueando o primeiro passe. Mano percebeu, fez a troca, buscou alternativa para que pudesse fazer um escape nessa semana. Fomos mais agressivos na segunda etapa, onde neutralizamos e fomos agressivos.
Meio-campo forte
– É um sistema, e nossa marcação começa com os dois homens de frente necessariamente. Quando isso não acontece, os dois homens de zaga ficarão expostos. Isso aconteceu no meio de semana também (Tolima), e tivemos só bolas alçadas na área. Inter tem dois jogadores que são muito bons nesse quesito, que todo momento procuram receber uma bola em profundidade, o Alan Patrick e o Maurício, no caso. Ainda assim não demos tantas oportunidades, foram raras as trocas de passes.
– É um trabalho coletivo, não adianta ter uma excelente dupla de zaga se não estiver protegido pelo seu meio-campo. Temos que ter essa organização que a equipe apresentou, mesmo nos momentos mais problemáticos, ainda assim estávamos organizados e não sofremos quanto imaginávamos. Isso é ponto importante, acho que isso venha melhorando a cada momento, estamos sentindo uma cumplicidade ainda maior dos jogadores, interessados.