Como jogadores do São Paulo acusados por Textor lidaram com relatório

São Paulo e Botafogo, atual líder do Brasileirão, fazem duelo nesta quarta-feira, no Morumbis, às 19h30 (de Brasília), pela 19ª rodada, e se encontram pela primeira vez desde as polêmicas levantadas pelo empresário John Textor, dono da SAF do Botafogo, que envolveu atletas do clube em suspeita de manipulação de resultados.

Em abril, baseado num relatório da empresa Good Game, o norte-americano afirmou que pelo menos cinco jogadores do São Paulo haviam participado de manipulação na goleada sofrida por 5 a 0 para o Palmeiras, pelo Brasileirão de 2023.

Dias depois, os nomes foram vazados de forma involuntária em relatório do STJD. O goleiro Rafael, titular da meta do Tricolor, foi apontado com “atitude deficiente” no pênalti cobrado e convertido por Piquerez, que levou o placar a 3 a 0. O goleiro caiu para o canto certo, mas não conseguiu pegar.

A empresa Good Game viu “comportamentos anormais” em alguns jogadores em lances de gol e cravou a existência de manipulação com base nas decisões dos jogadores o longo da partida.

Como Rafael e os demais lidaram com isso?
Além de Rafael, o relatório trouxe o nome de outros jogadores como Diego Costa (hoje no Krasnodar), Gabriel Neves (hoje no Estudiantes), Beraldo (hoje no PSG), Caio Paulista (hoje no Palmeiras) e do lateral-direito e capitão Rafinha.

Na ocasião, o São Paulo disponibilizou o seu departamento jurídico para apoiar qualquer jogador que quisesse buscar as vias legais contra o empresário por difamação, mas todos preferiram deixar as decisões na mão do próprio clube. Nenhum dos atletas se manifestou publicamente.

O São Paulo repudiou as acusações de Textor e protocolou interpelação criminal contra o empresário. Em maio, o presidente Julio Casares depôs na CPI do Senado e pediu um maior cuidado nas investigações de Textor:

– Eu sou sempre a favor da ciência, mas acho que temos que ter preocupação dentro da inteligência artificial, que são dados superficiais, sobre a reputação de um jogador. Esse relatório pode ajudar um gestor, pode ser útil, mas tenho a preocupação de subjugar, prejulgar, através de um número subjetivo de avaliação de tantos passes errados, a postura de um atleta. Nós temos que tomar cuidado. Gostaria que esse relatório fosse aprofundado – disse o presidente do São Paulo.

Presidente do São Paulo participa da CPI do Senado, que apura manipulação no futebol brasileiro — Foto: Pedro França/Agência Senado
Presidente do São Paulo participa da CPI do Senado, que apura manipulação no futebol brasileiro — Foto: Pedro França/Agência Senado

Casares ainda questionou se a inteligência artificial foi utilizada para apurar possível manipulação na derrota do Botafogo por 4 a 3, contra o Palmeiras – o clube do Rio de Janeiro terminou o primeiro tempo vencendo por 3 a 0.

– Eu não sei se esse mesmo estudo dessa plataforma foi feito quando ele (Botafogo) tomou uma virada histórica do Palmeiras. É muito irresponsável sem ter o prejuízo de apurar, fazer um juízo de valor. Aquele jogador que teve 80% de passes errados, isso não significa que ele está envolvido. Tem que apurar, mas a responsabilidade deve ser medida pelo que ele fala. Eu não faria um juízo de valor colocando um delito grave em cima de um profissional – rebateu.

Na partida citada, o Tricolor já tinha vaga assegurada na Libertadores 2024 graças ao título da Copa do Brasil, enquanto o Verdão lutava pelo título brasileiro – na ocasião, o líder era o Botafogo.

Mauro Marcelo de Lima e Silva, auditor do caso no STJD, pediu suspensão de seis anos ao norte-americano e multa de R$ 2 milhões. Ainda não há data para o julgamento.

Um comentário em “Como jogadores do São Paulo acusados por Textor lidaram com relatório

  1. A verdade é que se os jogadores não quiseram ir adiante contra uma acusação de corpo-mole… olha deve ter coisa aí e não me cheira bem.

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