Como Galoppo convenceu Rogério Ceni e virou artilheiro do São Paulo

O campo falou por Galoppo no São Paulo. De um início de temporada no qual era vetado pelo excesso de estrangeiros, o argentino ganhou espaço como titular atuando em funções diferentes e tratou se assumir a liderança da artilharia do Campeonato Paulista, com sete gols. Hoje, é difícil imaginar a equipe ideal de Rogério Ceni sem o camisa 14.

Em um 2023 de afirmação, o meio-campista passou a trabalhar como atacante centralizado, surgindo como alternativa ao titular e amigo Calleri. Como um camisa 9, correspondeu ao anotar três gols: dois na estreia como centroavante, diante da Portuguesa, e outro contra o Red Bull Bragantino.

O encaixe definitivo, entretanto, veio como um meia-atacante, mais posicionado à esquerda, mas com movimentação direcionada para o centro. Ali na faixa que pertencia a David, ausente por lesão, Galoppo embalou gols em três jogos consecutivos e se consolidou no time.

O camisa 14 soma sete gols e divide a artilharia do Paulistão com Róger Guedes, do Corinthians. Mais do que a colaboração direta, o jogador se mostra versátil o suficiente para ajudar Rogério Ceni em diversas posições, além da qual foi contratado em 2022.

A posição de Galoppo no São Paulo virou tema da última entrevista do argentino. O goleador são-paulino se mostra desapegado a qualquer função específica. O que importa é jogar e colaborar para o Tricolor.

– Todo mundo sabe que jogo no meio-campo, mas é bom dar opções para o treinador e jogar mais no ataque. Acho que joguei em todas no ataque. Enquanto for positivo para o grupo, será bem-vinda qualquer posição – declarou, na última terça, após vitória (com gol dele) sobre o São Bento.

O avanço de Galoppo também tem a influência de Rogério Ceni. No Banfield, o argentino atuava como um segundo homem de meio-campo, um volante de chegada à área. Hoje, um meia mais ofensivo, possui menos amarras defensivas e pode dialogar mais vezes com Calleri, Luciano e companhia.

– A transformação do Galoppo é um bom exemplo de como um treinador pode enxergar algo no jogador e desenvolver uma qualidade para potencializar o que ele já tinha de bom – comentou Leonardo Miranda, do Blog Painel Tático.

– Ele lembrava muito o Paulinho, hoje no Corinthians: ocupava a área toda hora, se apresentava para finalizar ou cabecear vindo de trás. O que Ceni fez foi manter as características, como chute forte e colocado e cabeceio, mas de um outro ponto de partida, mais avançado, como meia-atacante – analisou.

Ceni potencializou características específicas do argentino e adaptou ao time em momentos de necessidade. Esse é um mérito enxergado na avaliação do trabalho do treinador.

– Houve uma mudança de posição de Galoppo (de volante para meia e centroavante), mas uma mudança menor das características e da função que ele tem no jogo – acrescentou Leonardo Miranda.

Galoppo vem de quatro partidas consecutivas com gols. São três partidas seguidas como titular, nas quais o São Paulo saiu vitorioso e embalou para brigar pela melhor campanha da fase de classificação do estadual.

O Tricolor soma 20 pontos e lidera o Grupo B do Paulistão. Na próxima rodada, sábado, às 18h30 (de Brasília), o time de Galoppo encara o São Bernardo, que tem 23 e ocupa a segunda melhor posição na classificação geral. A liderança é do Palmeiras, com 24.

2 comentários em “Como Galoppo convenceu Rogério Ceni e virou artilheiro do São Paulo

    • É muito cedo ainda, mas esse com dois toques na bola eu já cravei que era muito superior as tranqueiras que temos aqui.

      Jogador inteligente e com ótimo toque de bola.

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