Pouco mais de 80 dias depois da morte do jogador Juan Izquierdo, do Nacional-URU, os jogadores do São Paulo ainda vivem o luto causado por uma temporada que eles jamais esquecerão.
O assunto foi recordado pelo volante Alisson, que recentemente se recuperou de lesão e ficou novamente à disposição de Luís Zubeldía.
– O momento mais difícil do ano não foi a lesão do Alisson, do Pablo ou do Ferreira. Para nós, foi o momento do jogo do Nacional em que perdemos um companheiro nosso de esporte. Esse foi o momento mais difícil. Mas o futebol é assim, um esporte de apaixonados em que as pessoas às vezes esquecem do ser humano. Nossos companheiros naquele momento tiveram um baque muito grande.
A reportagem do ge ouviu relatos parecidos de outros jogadores e funcionários sobre o impacto deste episódio. Izquierdo passou mal no Morumbis no dia 22 e teve a morte anunciada dia 27. Um dia depois, o São Paulo jogou contra o Atlético-MG e perdeu por 1 a 0 na Copa do Brasil.
– Logo em seguida teve o jogo do Atlético-MG, que poderia ter sido adiado, mas já foi, já passou. É parabenizar a nossa equipe, pois os nossos companheiros foram fantásticos de terem ido ao velório do menino, foi um momento muito complicado para todos nós – completou Alisson, que estava lesionado na ocasião e não estava em campo no dia em que o atleta passou mal.
Depois da derrota por 1 a 0 para o Atlético-MG, na partida de ida das quartas de final da Copa do Brasil, Rafinha, Wellington Rato, Calleri, Galoppo e Michel Araújo estiveram em Montevidéu para acompanhar o velório de Izquierdo, assim como o vice-presidente do São Paulo Harry Massis.
Em entrevista ao ge, o diretor de futebol Carlos Belmonte exaltou a postura do elenco no episódio:
– Afetou bastante nosso elenco, mas eu acho que nossos jogadores foram muito importantes, criou-se um vínculo com o Nacional, com o torcedor do Nacional, porque eles foram realmente muito corretos, muito preocupados. Aqui no CT falavam com a gente o tempo inteiro, buscaram auxiliar a família, auxiliar o Nacional – relembrou o dirigente.
– Só confirmou um pouco do que eu penso no nosso elenco, entende? O maior orgulho que eu tenho aqui é o tipo de jogador que eu tenho, que a gente conseguiu ter no elenco. Gente muito boa, muito compromissada e de muito caráter. A gente montou um time de muito caráter.
Relembre o caso
Juan Izquierdo morreu aos 27 anos depois de passar mal na partida de volta das oitavas de final da Conmebol Libertadores, contra o São Paulo, no Morumbis. O jogador foi atendido ainda no gramado e encaminhado ao hospital, mas sofreu uma parada cardíaca. Ele ficou internado no Hospital Albert Einstein, mas não resistiu.
De acordo com o último boletim médico divulgado pelo hospital, Izquierdo morreu em “decorrência de morte encefálica após parada cardiorrespiratória”.