Clubes se unem contra São Paulo por suposto aliciamento na base

As categorias de base de alguns dos principais clubes do futebol brasileiro viraram palco de uma ferrenha disputa. Agremiações de todo o país se uniram contra o São Paulo. O motivo? Um suposto aliciamento do Tricolor a promessas de outros times.

A reclamação de 13 clubes, apoiados pela Abex (Associação Brasileira dos Executivos de Futebol), é que José Geraldo de Almeida, gerente das categorias de base do São Paulo, tem desrespeitado o pacto firmado entre eles e assediado diretamente os atletas que tem interesse em contratar. A estratégia do Tricolor é seduzi-los com salários maiores e vantagens que eles não teriam nos times que defendem.

Coritiba, Cruzeiro, Atlético-MG, Atlético-PR, Flamengo, Fluminense, Botafogo, Vasco, Vitória, Ponte Preta, Internacional, Grêmio e Grêmio Prudente estiveram presentes em uma reunião sobre a base na terça-feira da semana passada. O São Paulo foi convidado e optou por não enviar representantes, fato que irritou ainda mais os clubes reclamantes. Além do Tricolor, Santos, Corinthians e Palmeiras não foram a General Severiano, sede do Botafogo, onde foi realizada a reunião.

Um caso emblemático envolveu o São Paulo e outros dois clubes: Grêmio Prudente e Coritiba. O meia Paulo Henrique, do clube do interior paulista, já havia acertado a ida para o time paranaense. Mas o Tricolor atravessou a negociação e levou o jogador para o CT de Cotia. O assédio dos Tricolor aos jovens Foguete e Mosquito serviu para estremecer as relações com o Vasco.

Os clubes se queixam que São Paulo tem repetido a mesma estratégia no mercado da base constantemente. Ney Souto, gerente geral da base do Botafogo, cogita até uma atitude mais drástica se o São Paulo não mudar a suposta postura de aliciar jogadores: pedir a exclusão do Tricolor das principais competições de base do país.

“Até agora eles não falaram nada. Inclusive, foram convidados para a reunião em General Severiano e preferiram não comparecer. Queríamos ouvir o lado deles. Estamos preocupados porque essa briga começou no ano passado. Roubo de atletas é algo que preocupa todos os times”, explicou Souto.

“Quase zeramos isso em 2012 e resolvemos com a integração dos gestores da base. No momento só o São Paulo não está cumprindo. A nossa preocupação é que outros clubes que estão em seus limites voltem a fazer a mesma coisa”.

Corinthians foge de polêmica

Apesar de ter perdido um jogador para o São Paulo por suposto aliciamento (o lateral esquerdo Bruno Dip), o Corinthians preferiu não polemizar sobre o caso. O gerente da base do Timão, Fernando Alba, disse que o clube não pretende aderir ao protesto das outras agremiações. Ele qualificou a perda do atleta como fato normal do mercado, mas deixou nas entrelinhas uma irritação com a postura do Tricolor.

“O São Paulo com a sua atitude dá o seguinte recado: não vê problema nenhum em que os jogadores do seu clube sejam assediados, pois entende que o mercado é aberto e livre”, disse o dirigente. “Eu entendo que qualquer jogador do São Paulo está livre para ser assediado. Não falo em vingança, choradeira, boicote. Isso é papo furado”.

São Paulo e CBF se silenciam

Procurado pela reportagem do UOL Esporte, o gerente Geraldo José de Almeida disse que só se pronunciaria se tivesse o aval da assessoria de imprensa do São Paulo. O diretor de futebol, Adalberto Baptista, que recentemente acumulou o comando da base do Tricolor, não atendeu às ligações.

Já a assessoria de imprensa da CBF disse que a entidade não iria se posicionar sobre o caso.

Fonte: Uol

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