Rogério Ceni desperdiçou seu terceiro pênalti seguido justamente na primeira vez em que tentou inovar desde que sofreu a lesão no pé direito, em março. Ainda longe do que seria o chute perfeito, indicado por um estudo inglês propagado em 2009, o capitão quis simplesmente inverter o lado em que vinha costumeiramente se arriscando, mas falhou mais uma vez.
De acordo com os cálculos de cientistas da Universidade John Moores, de Liverpool, a batida indefensável acerta o ângulo, a uma distância de 0,5m do travessão e 0,5m da trave lateral mais próxima, a uma velocidade aproximada de 100 km/h.
Porém, nas últimas cinco cobranças, o goleiro apostou em uma estratégia diferente da sugerida pelos matemáticos. Desde que sofreu a lesão no peito do pé direito, em lance polêmico com Alexandre Pato, durante clássico contra o Corinthians, em março, o ídolo são-paulino recebeu cinco chances de bater.
Nas quatro primeiras oportunidades desde a contusão, o camisa 1 tricolor mandou todas no canto esquerdo do goleiro adversário. Logo depois do jogo contra o Strongest, quando converteu sua batida, o goleiro explicou que não poderia finalizar no canto oposto, pois teria de usar o peito do pé e sofreria com as dores. A mesma opção foi adotada no gol que fez contra o Atlético-MG.
Porém, depois do jogo contra o Galo, os pênaltis se transformaram em um problema para o goleiro-artilheiro. Diante do Bayern de Munique, poucos dias depois de ter alegado que não sentia mais dores no pé direito (era seu argumento para rebater críticas do ex-diretor de futebol, Adalberto Baptista), Ceni bateu mais uma vez com o lado interno do pé, no canto esquerdo do goleiro adversário, que espalmou.
Na oportunidade seguinte, contra a Portuguesa, o capitão tricolor bateu até mais forte, também no lado esquerdo de Lauro, que saltou para fazer a defesa. A tática só mudou no jogo da noite de quinta-feira, quando usou o peito do pé para buscar o canto direito de Galatto, mas o arqueiro do Criciúma saltou para impedir o gol e garantir o triunfo por 2 a 1.
O chute quase foi feito por Aloísio, que chegou a ajeitar a bola na marca, mas desistiu depois que viu a aproximação do capitão. “Na hora, entreguei a bola para o melhor batedor de pênaltis da equipe, que treina e bate há anos como ninguém. Óbvio que estava contando com o gol e acho que ele bateu muito bem, porque a bola foi no canto, mas o Galatto fez grande defesa”, defendeu o atacante.
Com a falha no resultado adverso contra o Criciúma, Rogério Ceni acumula a partir de agora 19 pênaltis desperdiçados na carreira, incluindo os válidos por disputas mata-mata, contra 53 convertidos.
Fonte: Gazeta Esportiva