O fim do processo das vendas de direitos de transmissão das duas ligas de clubes de futebol do país pode acelerar o processo de reunificação desses grupos e avançar para que o Campeonato Brasileiro seja, enfim, organizado pelas equipes.
Representante da Libra, que reúne nove clubes, o presidente do São Paulo, Julio Casares, vê com otimismo a possibilidade de uma união com a LFU (Liga Forte União), que neste ano tem 11 times na Série A.
Na semana passada, a LFU anunciou a negociação de seu último pacote de direitos de transmissão para a Globo, um acordo entre 2025 e 2029. A Libra já tinha negociado todos os direitos com o mesmo grupo, um ano antes.
– Os direitos de transmissão, que eram uma coisa mais nevrálgica, mais complicada, foram definidos. E acho que foram boas negociações de um lado e de outro. Agora vamos trabalhar para unificar esse caminho para que a gente possa organizar o Brasileiro, trabalhar pelo bem do futebol do Brasil – afirmou Casares ao ge.
– O que está acontecendo é a perspectiva de união dessas ligas, o que não significa que a LFU vai acabar, a Libra vai acabar, mas nós podemos formar uma “superliga” que reúna a LFU de um lado, a Libra de outro.
Segundo Casares, os dois grupos já atuam em conjunto em negociações com o mercado exterior – ele citou um acordo para direitos internacionais com casas de apostas, sem entrar em detalhes.
– Os dirigentes da LFU são todos amigos, vejo lá pessoas idealistas, assim como vejo na Libra. Por que vamos ficar em mesas separadas? Podemos ter princípios, não precisam acabar com a LFU e a Libra, elas podem se unir em torno de uma “superliga” que represente um guarda-chuva.
A Libra foi criada em 2022 com a perspectiva de se tornar a organizadora do Campeonato Brasileiro. Meses depois, porém, a Liga Forte Futebol foi criada após uma dissidência causada por divergências na venda de direitos de transmissão. Um terceiro grupo, o União, nasceu em 2023 – e se juntou à LFF, no que resultou na Liga Forte União.
Casares entende que agora é possível retomar as negociações que coloquem o Brasileiro sob gestão das equipes.
– Não tenho dúvida, o próprio presidente Ednaldo (Rodrigues, da CBF) já deu esse sinal verde, vejo aqui o presidente da Federação Paulista, e outros presidentes, com essa vocação. O Brasil não pode mais perder tempo. Eu digo que se essa liga não sair, nós estaremos no rol dos incompetentes. Se a CBF homologa, se há entendimento dos dois lados que querem a liga e que (entendem que) ela é necessária, por que não fazer? Eu estou muito otimista.
Fonte: Globo Esporte