Titular e autor de oito gols em 35 partidas pelo Alavés (ESP) na atual temporada europeia, Jonathan Calleri ainda não sabe onde jogará a partir do segundo semestre. Dificilmente será no São Paulo, mas não por falta de vontade do argentino de 25 anos que virou xodó da torcida na curta passagem que teve pelo Morumbi em 2016.
Calleri tem mais dois anos e meio de contrato com o Deportivo Maldonado, do Uruguai. Na verdade, ele pertence a um grupo de empresários que pagou cerca de R$ 40 milhões para tirá-lo do Boca Juniors (ARG) e pretende recuperar o investimento. Após empréstimos ao São Paulo, ao West Ham (ING), ao Las Palmas (ESP) e ao Alavés (ESP), os agentes querem vendê-lo, e dificilmente o Tricolor conseguiria fazer esse investimento agora. Se ninguém quiser comprá-lo, a preferência é um novo empréstimo a uma equipe europeia, para servir de vitrine.
– O grupo empresário que investiu tanto dinheiro em mim quer recuperá-lo e a única maneira é que eu jogue na Europa e me vendam. Não é a melhor situação a que eu estou, mas foi graças a eles que joguei no São Paulo. Se não fossem eles, creio que nunca teria ido. O São Paulo não se interessou por mim quando eu estava jogando no Boca. Como eu não tinha o passaporte comunitário, me ofereceram aí e disseram que sim. Foi graças a eles que joguei no São Paulo e aí se formou essa grande relação. Como sempre digo, sempre vai ser primeiro o São Paulo. Mas se o clube não está interessado em investir para me comprar é muito, muito difícil. Por isso quero falar, porque dizem “Calleri não quer vir”, “Calleri recusa o São Paulo”. Creio que isso me prejudica, porque torcedores me escrevem e dizem que não quero ir. Isso é mentira. Eu amo o São Paulo, sou grato ao clube e creio que deixei a porta aberta para voltar. Não gosto que digam mentiras, como andam dizendo que eu sempre recuso o São Paulo – disse o argentino, em entrevista ao LANCE!.
Calleri nunca escondeu o seu carinho pelo São Paulo e pela torcida. Por isso, quer afastar a imagem de que tem recusado ofertas do clube em todas as janelas desde que saiu ou de que use o suposto interesse do Tricolor para se valorizar.
– Estão dizendo muitas coisas que não aconteceram. A verdade é que tenho um carinho enorme pelo São Paulo, sempre disse. Minha gratidão com o São Paulo é dizer “não” a todos os clubes brasileiros que venham perguntar por mim, seja Palmeiras, Flamengo, Inter… Eu valorizo muito o que o São Paulo fez por mim, e minha gratidão por eles é sempre dizer que primeiro está o São Paulo. Mas desde que eu saí não houve nenhuma aproximação. Creio que uma vez perguntaram, seis meses depois de ir, mas depois nunca mais. Falam coisas ruins no Twitter, alguns repórteres dizem algo sobre mim, mas realmente nunca houve a intenção do São Paulo de investir em mim, realmente é isso. O São Paulo só conseguiria por empréstimo, realmente nunca houve um pedido de compra ou algo que interessasse ao grupo de empresários – explicou.
Cansado de mudar de clube a cada temporada, Calleri torce para que alguém consiga comprá-lo na janela de transferências do meio do ano.
– Estou aberto a escutar ofertas. Não sei onde vou estar no próximo semestre. Creio que, no geral, fiz uma boa temporada no Alavés. O primeiro turno foi o melhor da história do clube. No segundo não fomos tão bem e não pudemos nos classificar à Europa League. Joguei todas as partidas, creio que fui importante para a equipe e estou muito contente aqui. Espero que alguma equipe se interesse em mim e me compre, é o que eu quero, para me estabilizar em alguma cidade por três ou quatro anos seguidos – declarou ele, que também teve seu nome ligado a clubes argentinos nos últimos dias, como o Independiente.
– Minha ideia agora não é voltar para a Argentina. É ficar aqui na Europa, que algum clube me compre. Minha ideia é esperar o mercado de transferências, tratar de desfrutar as férias e esperar se algum clube está interessado em me comprar. Essa é a situação por hoje.
O goleador mantém contato frequente com Alexandre Pássaro, gerente de futebol do São Paulo, mas diz que a relação é mais de amizade do que de “jogador para dirigente”.
– Estou sempre em contato com o clube. Vejo as notícias todos os dias, quando posso vejo alguma partida. Converso, tenho relação com muita gente aí dentro, mais com o Alex Pássaro, que se portou muito bem comigo. Falamos de como está o clube e de como estou aqui na Europa. Só quero dizer que o dia que eu voltar ao São Paulo os torcedores vão saber por mim. Que não acreditem em tudo o que dizem, porque há muitas mentiras. Muitos jornalistas dizem coisas que não são verdade, mentem para as pessoas, e isso eu não gosto. No dia em que estiver perto do São Paulo, saberão por mim, e espero algum dia devolver dentro de campo todo o carinho que eles me dão.
Fonte: Lance