Danilo Brida

Administração Raí

No início de Dezembro de 2017 o SPFC anunciou o Raí como seu diretor de futebol. Para muitos apenas um testa de ferro do Leco que recebia muitas críticas. Muitos não se lembram, mas essa já era à época sua segunda passagem em cargo diretivo pelo SPFC. Em 2003 ainda na gestão gloriosa de Marcelo Portugal Gouvêa, Raí foi coordenador, função a qual exerceu por apenas 3 meses, deixou o cargo dizendo à época que o modelo era amador e ele se sentia de mãos atadas para fazer o que queria. Modelo esse que foi um dos mais vitoriosos de nossa história, conquistando 3 títulos em 2005 (paulista, libertadores e mundial), emendando com o tricampeonato nacional 06,07 e 08. Saudades desse amadorismo!!!!

No seu retorno em 2017 (muito embora ele já fizesse parte do conselho) a torcida teve um ânimo extra, desapontada com a má condução dos últimos diretores de futebol e de Vinícius Pinotti, homem que ficou conhecido como o “vendedor de perfumes”, achava que agora um dos seus maiores ídolos iria fazer com que o SPFC voltasse a ser grande novamente dentro do campo e não só apenas em sua linda história. Mas…

Raí começou o ano com Dorival JR como seu treinador, a grande maioria sabia que esse não era o nome certo para ser o nosso treinador em 2018. A montagem do elenco não era em sintonia entre diretor (Raí) e comissão técnica. Dorival ora dava entrevistas dando indiretas quanto a chegada de Nenê e Diego Souza, jogadores que não se encaixavam em uma linha ofensiva de 3 que Dorival sempre gostou de usar. E como a corda sempre rompe no elo mais fraco, no início de Março, após perder o clássico para o Palmeiras, Dorival foi demitido. A essa altura o ano de 2018 já estava comprometido, trocar o treinador no início do terceiro mês na maioria das vezes não lhe faz ter uma temporada vitoriosa,  se perde no meio do caminho a filosofia até então praticada.

Veio Diego Aguirre, indicado por Lugano. Aguirre com o que tinha montou um time, tínhamos um bom sistema defensivo, nos fez sonhar com o título brasileiro, mas a partir da contusão de seu único atacante criador de jogadas e finalizador (Everton) o time perdeu fôlego, a liderança da competição, os bons momentos dentro dos jogos e foi caindo pela tabela. Em quarto lugar na tabela, faltando 5 rodadas para o término do campeonato, Raí demite Diego Aguirre. Uma demissão onde Raí disse que não conseguiu avisar o Lugano e parece que Ricardo Rocha o então responsável pelo elo campo-diretoria também não pode dar pitaco na decisão, ele nem mesmo participou da reunião que selou a saída do Aguirre.  Raí queria criar um fato novo segundo suas palavras. E criou. De uma vaga direta à Libertadores, deixou o time em quinto lugar com vaga na pré-libertadores, precisando passar por 2 mata-mata para ascender a mesma.

Raí teve um acerto, ou melhor não foi bem dele, a chegada de Everton mudou o SPFC em 2018, mas essa negociação foi intermediada por Ricardo Rocha e o dinheiro foi emprestado pelo empresário do Everton para o SPFC pagar a multa ao Flamengo.

A saída do Ricardo Rocha foi claramente porque ele ficou de escanteio nas decisões, saiu com a imagem perante boa parte dos torcedores como o “contador de causos”, Lugano também está de escanteio nas decisões, chegando inclusive a dizer que se ele estivesse no vestiário ano passado, o Nenê não teria feito as coisas que fez. Pela torcida corre que Nenê, Diego Souza e Rodrigo Caio foram os que derrubaram o Aguirre, onde estava Raí que permitiu isso?

Para Raí não faltou grana, teve bom orçamento em 2018 e ainda melhor em 2019. Trouxe nomes bons como Hernanes e Pablo, razoável como Thiago Volpi. Mas no pacote, alguns jogadores totalmente desconhecidos. Começa o ano com um técnico que é uma aposta e apostas geralmente são perdidas. Jardine não aguenta uma derrota dura em clássico, ou duas normais, não aguenta uma eliminação na pré-libertadores, ou até mesmo a classificação em eventual disputa de pênaltis com o time jogando mal. Precisávamos começar o ano com um técnico de nome, do tipo que fala e os outros ouvem, com bagagem para suportar e ser suporte de um time que não ganha nada de importante há 10 anos. Alguém imagina o Jardine dando um “esporro” no Nenê ou Diego Sousa? Jardine vai pedir desculpas ao colocá-los no banco ou substituí-los. Se novamente der errado só terá um culpado e esse se chama pelo nome de Raí!

Qualquer outro nome que não fosse um consagrado dentro de campo como é o Raí, já teria caído à época da demissão do Aguirre. São muitas decisões errôneas pelo Raí ou Leco, mas como diretor de futebol, as críticas caem somente no Raí, a torcida não se lembra mais do Leco. E o Raí é remunerado e como tal tem que ser cobrado, as pessoas estão acreditando em reputação, ou pelo que ele fez dentro do campo, não pelo que ele demonstrou ou demonstra como diretor de futebol.

Está na hora de Raí ser cobrado como diretor de futebol, pelo ótimo orçamento que tem tido não pode cometer os erros que cometeu no ano anterior e já nesse ano.

Ou ele leva o SPFC a ser campeão de algo importante esse ano ou ele sai, simples! Nada mancha sua história como um dos maiores se não o maior jogador de nossa história, mas como diretor de futebol tenho certeza de que todos esperavam mais dele.

Raí, a bola está com você novamente! Sua última chance nessa nova era agora administrativa!

5 comentários em “Danilo Brida

  1. 13 meses no cargo que convenhamos era de terra arrasada quando assumiu.
    Comparado à 2017 no ano passado houve sim uma melhora considerável.
    Com relação às contratações acho que teve um acerto de 70% o que não é ruim, mas tbm houve falta de mais alguns jogadores como um reserva pro Everton e outro pro Nenê no mínimo.
    Com relação aos técnicos acho que errou ao manter o Dorival sem ter ao menos um plano do que queria para o futebol, tanto que o demitiu e contratou o Aguirre que é o oposto do estilo Dorival e chegou a dar certo até, porém com a falta de elenco e a queda técnica de todo o time foi escolhido como culpado e demitido injustamente faltando 5 rodadas para o fim do campeonato.
    Depois foi a efetivação do Jardine faltando 3 jogos para acabar o ano confirmando que o Raí não tem uma idéia concreta sobre técnico e seus estilos, acentuando a inexperiência do Jardine como profissional num time que vive imensa pressão por estar 6 anos sem conquistar nada.

  2. Agradeço ao Paulo Pontes novamente a oportunidade de escrever uma coluna no site. E eu estava devendo a ele essa nova participação, pois outrora não pude atendê-lo por problemas na vida pessoal. É sempre um imenso prazer participar!!!!

    Procurei não me alongar muito, mas penso que o Raí está cometendo erros que qualquer outro nome não teria resistido no cargo.

    Não atoa nos últimos anos ninguém conseguiu permanecer no cargo. Ele é o que está tendo mais tempo e respaldo no clube, mas esse ano tem que ter resultado e resultado para o SPFC a meu ver é título!!

    E agradeço a todos amigos que comentaram e todos podem inclusive discordar, o debate é saudável!

  3. Só não entendo o seguinte: se a ideia era gastar esse ano com reforços de peso, por que cacete não trouxeram o Abel Braga que estava livre no mercado e tinha vontade de trabalhar em um grande de São Paulo?

    Nas mãos do Raí as coisas ficam sempre pela metade. Traz dois bons nomes, mas não completa o time. Tem a chance de colocar um cara que é certeza no comando, mas não coloca. Ficam essas lacunas que lá na frente fazem falta, como foi a campanha do Brasileiro do ano passado.

    Esse ano está faltando outra vez, e se por algum motivo der certo e ganharmos algo, acredito que será por algum mérito acima do esperado do Jardine.

    Sinceramente venho faz uns 2 anos falando a mesma coisa por aqui: enquanto Leco estiver lá, pode esquecer.

  4. Olá Danilo,
    Concordo com sua posição quanto ao técnico.
    A probabilidade da aposta no Jardine dar certo é muito pequena dada a expectativa da nossa torcida. Se não vencermos os quatro jogos da pré Libertadores e jogando bem, e se perdermos os dois clássicos fora de casa, a pressão para substituição do Jardine será muito grande no final de fevereiro. Teremos perdido três meses de preparação e prejudicado o desempenho do ano.
    Agora vamos apoiá-lo.

  5. Esse é o meu pensamento, Jardine não terá respeito no vestiário fazendo com que os “medalhões” não acatem as decisões dele, nainha humilde opinião o nome certo no momento e querendo mostrar que está vivo como técnico, seria só um nome. Vanderlei Luxemburgo.
    Essa seria a minha aposta com um único resultado que seria títulos.
    Abraços.

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