Amigo são-paulino, leitor do Tricolor na Web, o São Paulo está mergulhado num profundo abismo, sem força em campo, omisso fora dele, brigado com todos e vendo os próprios adversários faltarem com respeito com sua bandeira.
A partir do momento que o próprio presidente Juvenal Juvêncio desrespeitou os sócios e a torcida, rasgando o estatuto do clube e se perpetuando no poder por oito anos, nada podemos cobrar dos outros. Se lembrarmos bem, os dois primeiros mandatos de Juvenal Juvêncio foram vitoriosos, com o tricampeonato brasileiro e idas sequentes para a Libertadores. Depois que ele rasgou o estatuto, uma nuvem escura passou por cima do Morumbi e permanece ali até hoje.
Juvenal, se achando o todo-poderoso, aquele que tudo quer e tudo pode, brigou com Marco Pollo del Nero, com Ricardo Teixeira, com Jerome Walke, com Nicolas Leos, com a Globo, com quase todos os clubes. Ele acabou se isolando e, como consequência, isolou o São Paulo.
Vimos crescer o ódio de nossos adversários. Eles, com força nos bastidores, passaram a comandar as ações a dano do São Paulo. Assim, seja nos paulistinhas, no Brasileiro ou na Libertadores, SEMPRE, na dúvida, a marcação é para o adversário. O Morumbi não assusta mais a arbitragem. Nem os adversários. Perdemos a Copa no Morumbi e, por mais absurdo que possa parecer, ficamos sabendo quatro dias antes da Conmebol anunciar, pelo site do Atlético-MG, quem seria o árbitro da partida da última quarta-feira.
O desrespeito está em todos os lugares. Na última quarta-feira a torcida do Atlético-MG, mais do que gritar “olé” e as provocações costumeiras e normais nos grandes jogos, chegou ao cúmulo de cantar o Hino do São Paulo com letra modificada para humilhar torcida. Eu nunca vi na minha vida alguma torcida brincar com o hino do clube adversário. Há respeito.
E onde estava Juvenal Juvêncio? Desceu antes do jogo acabar e foi embora. Pegou um avião e, para driblar uma possível manifestação de torcedores no Aeroporto de Congonhas, desembarcou em Cumbica. Ou seja: ditador, monarca e fujão.
Agora o vice-presidente do Corinthians, Luis Paulo Rosemberg, chamou o São Paulo de cachorrinho de madame e emendou: “Tem clube que tem aquele velhinho que não sai de lá, mesmo se o clube virar cachorrinho de madame, como agora que toma banho no domingo e é levado para passear na quarta-feira”. O presidente do Atlético-MG disse que iria comemorar a vitória sobre o São Paulo tomando whisky. Por que será?
Aí vem aquela estória: ano que vem tem eleição e uma chance de mudança. Coisa nenhuma. A oposição foi esmagada nestes oito anos de Juvenal Juvêncio no poder. Muitos conselheiros que habitavam a oposição mudaram de lado graças a benesses, como viagens acompanhando o time por exemplo, que receberam. Quem ficou na oposição mergulhou no ostracismo. E a oposição, até por tudo isso, está enfraquecida e rachada. Em resumo: Juvenal continuará dando as cartas mesmo após abril do próximo ano, já que ele vai eleger o sucessor e que será quem ele determinar.
As promessas ficaram pelo caminho. Cadê a cobertura do Morumbi? Era para começar ano passado, ficou para janeiro, empurraram para março, passaram para abril, foi para maio e agora já se fala em outubro. O que está acontecendo? Ninguém fala concretamente nada.
A torcida pergunta a todo instante: cadê o dinheiro do Lucas? Não foi com ele que Ganso foi contratado. Foi com ele, sim, as contratações de Wallyson, Aloísio e, por empréstimo, de Silvinho. Trocamos qualidade por quantidade.
E digo mais uma vez, apesar de ao longo destes dez anos de Tricolor na Web ter deixado muito claro: não faço parte da oposição, muito menos da situação. Não tenho objetivo político algum dentro do clube. Apenas procuro, dentro das minhas limitações, representar a voz do torcedor e do sócio são-paulino. E hoje, a não ser aqueles que estão acomodados no poder, é que apoiam Juvenal Juvêncio. Os outros 99,9% de são-paulinos espalhados pelo mundo querem uma renovação já. Antes que seja tarde demais.