Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, aquele dito popular de “onde há fumaça, há fogo”, não pode nunca ser desprezado. Recentes notícias vazadas na imprensa dos problemas financeiros enfrentados pelo São Paulo me fizeram ir à campo, conversar aqui e acolá e, ainda que não conseguisse um ícone da diretoria tricolor que me bancasse a informação com total segurança, reconheço que as pessoas com que conversei me embasaram o conhecimento para escrever esse editorial. Por isso a confirmação de uma herança maldita.
Não faz muito tempo foi alardeado, numa entrevista de Alan Kardec, que os direitos de imagem estavam atrasados. Qual jogador vazou a informação não foi revelado, mas o fato foi, sim, confirmado. E não era para um ou dois jogadores, com a princípio se falou.
Agora vem à tona texto publicado por Lauro Jardim, na Veja – e olham que abomino essa revista -, de que Muricy Ramalho estaria há três meses sem receber salários. Até onde consegui apurar ele teria sido chamado para uma conversa e o atraso serviria para os direitos de imagem dos jogadores serem quitados. E Muricy deve, então, estar recebendo o atrasado de uma só vez ainda nesta semana.
Relatei na coluna “Alguém me disse”, semana passada, que, no Social, todos os eventos que não “se pagarem” até o final do ano estão suspensos ou cancelados. E que a Olimpíada Vermelho Branco e Preto, tradicional evento do clube, foi a primeira a ser extinta em 2014.
Pois bem: a dívida que Juvenal Juvêncio deixou para Carlos Miguel Aidar ultrapassa, e muito, a casa dos 100 milhões de reais. Diria que está a caminho dos R$ 200 milhões, pois sobe, em média, R$ 9 milhões a cada mês. E não há como reduzir, pois estamos sem patrocínio master, vivendo das rendas dos jogos.
Um dos grandes erros da administração Juvenal foi o contrato com a Semp Toshiba ter sido feito até julho – quando dificilmente se começa um contrato – ao invés de ter final marcado para dezembro.
Mas por que Juvenal fez isso? Sem ter certeza de que faria seu sucessor, deixou a bomba explodir na mão de quem viesse.
Para piorar a situação, o departamento de Marketing que assumiu com Carlos Miguel Aidar tem se mostrado um verdadeiro fracasso até esse momento. Mesmo com o time embalado, já brigando pelo título, não consegue encaixar, sequer, um patrocínio pontual. Com a palavra o vice-presidente de Marketing, Julio Cesar Casares, e o diretor Ruy Maurício Barbosa.
Diria, para finalizar, que a situação do São Paulo, seja no futebol, seja no social, é de penúria. Folha de pagamento altíssima, gastos excessivos. A receita está minguando e o crédito se fechando. A única saída para o momento seria a venda imediata de três jogadores, com valores elevados, para cobrir parte do rombo do caixa. Desnecessário dizer que o dinheiro da venda do Lucas foi engolido pela dívida. E, mais uma vez, tenho que afirmar que não posso culpar o presidente Carlos Miguel Aidar, pois essa foi uma herança maldita deixada por Juvenal Juvêncio.