Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, mais uma vez a diretoria do Tricolor está colocada em xeque. Nesta terça-feira, três fatos, especialmente, balançaram as estruturas do Morumbi: as entrevistas do ex CEO Alexandre Bourgeois e do presidente do Conselho Deliberativo, Carlos Augusto Barros e Silva e a carta de Abílio Diniz. Nesses três casos sobraram denúncias seríssimas e uma tentativa clara de tornar limpas as administrações de Juvenal Juvêncio e Carlos Miguel Aidar, ou de mostrar os erros que foram cometidos.
Começo pela entrevista de Alexandre Bourgeois. Ele diz que foi demitido pelo assessor de imprensa Olivério Junior, após ter sido ameaçado por ele, que é faixa preta de judo e que teria prometido bater nele caso o cruzasse na rua. Olivério Junior trabalho comigo na Bandeirantes e nunca vi nele atitude violenta. Mas aqui retrato fielmente o que disse o ex CEO e acrescento: a assessoria de imprensa em questão é a dirigida por Marco Antonio Sabino. Salvo erro de valores – aliás, eles dificilmente podem ser comprovados – receberia R$ 30 mil por mês. Só quero lembrar que o clube já dispõe de duas assessorias de imprensa: uma que cuida do Social e outra do Futebol. Esta, a terceira, é para cuidar da imagem do presidente e institucional da marca. Pelo visto está cuidando “muito bem”. E para piorar, segundo o Leco, o Olivério também presta assessoria de imprensa para Andres Sanches e para o Corinthians.
O mais grave, no entanto, está no meio da entrevista à Folha de São Paulo. E aqui trago, em aspas, o trecho que surge como uma denúncia seríssima: “. O dinheiro do Boschilla entrou e foi gasto em 2 horas, pagando 11 empresários. Isso está correto? Ninguém negociou nada com ninguém. Simplesmente pagou, aleatoriamente R$ 25 milhões da venda dele. Não havia vontade política para ter de fato profissionalização.”
Ou seja: 11 empresários dividiram o bolo da transferência do Boschilia e o clube ficou a ver navios, sem receber praticamente nada. Quem são esses empresários? Sempre a maldita comissão. Ou as malditas comissões. A ponto de não sobrar nada para o clube. É isso?
O presidente Carlos Miguel Aidar emitiu uma nota oficial – aliás, ultimamente o que mais este presidente tem feito é emitir nota oficial – e atacou duramente o CEO, desacreditando tudo o que ele disse na entrevista e dando outras versões para sua demissão. Mas em nenhum momento refutou a acusação seríssima, repito, que foi feita sobre a divisão do dinheiro da venda do Boschilia.
Outro fato agravante vem da entrevista do presidente do Conselho Deliberativo, Carlos Augusto Barros e Silva, ao blog do Menon. Ali o Leco diz, em determinado ponto que Cinira Maturana, a namorada de Carlos Miguel Aidar, continua no pedaço
-Ela não saiu. Continua lá todo dia. O que mudou é que não está mais escrito. Mas continua. Eu me orgulho de haver derrubado esse caso dos 20% e o outro, de 15% da Far East, relativo ao contrato da Under Armour.
Portanto, Cinira Maturana continua agindo no São Paulo. Em que lugar? No Morumbi? Em Cotia? Na Barra Funda? É muito triste tudo isso.
E passo para o terceiro ponto. Um ponto que, para mim, pode resolver tudo isso ou mostrar a cara real do presidente: a oferta de Abilio Diniz, na carta endereçada a ele e tornada pública. Abílio se dispõe a ajudar financeiramente o clube pagando uma auditoria:
-Gostei muito quando você prometeu contratar uma das quatro grandes firmas de auditoria do mercado para fazer um diagnóstico preciso da situação financeira do clube. Pois bem, diante da gravidade e da urgência da situação, e atendendo a seus pedidos recorrentes para que eu aporte recursos, ofereço financiar a contratação imediata da PriceWaterhouseCoopers, uma das quatro grandes auditorias defendidas por você.
Com essa atitude Abílio Diniz, de quem não sou admirador, colocou Carlos Miguel Aidar contra a parede. É xeque-mate: ou ele aceita e verá todos os contratos feitos desde a era Juvenal Juvêncio até os dias de hoje auditados, e mostrará que é transparente como sempre pregou (SQN), ou não aceita e será para sempre acusado de tentar encobrir seus atos. E quem tem medo de investigação, é porque deve no cartório. Essa, portanto, será minha leitura.
Não dá mais para continuar esse estado de coisas. O nome do São Paulo está cada vez mais sendo jogado na lata do lixo por uma administração incompetente, carregada de denúncias e que ficará conhecida no futuro como a “Direção das Comissões”. Carlos Miguel Aidar tem a obrigação de aceitar a proposta de Abílio Diniz e abrir os porões do Morumbi para quem realmente manda no clube, que são os sócios e, acima de tudo, os torcedores.
Os Conselheiros, por sua vez, tem obrigação de apurar, cobrar, importunar para que a verdade apareça. Aqueles que são da oposição tradicional, os recém chegados juvenalinos e até aqueles que se mantém no barco do presidente, mas que querem o bem do São Paulo. Chega de passar vergonha. Chega de ver denúncias por todos os cantos. Chega de reuniões às escondidas com contratos prá lá de duvidosos. Ou vocês vão permitir que o caso Boschilia fique sem explicação? Ou vocês vão deixar que os contratos continuem sem uma real e clara auditoria? Ou vocês vão permitir que Carlos Miguel Aidar continue reinando absoluto, se achando acima do bem e do mal, sem tomar uma atitude digna de um conselheiro do São Paulo.
A palavra está com o Conselho Deliberativo do Tricolor. O Tricolornaweb vai cobrar e estampar os nomes dos conselheiros que, por um motivo ou por outro, continue inerte face a tudo o que está acontecendo!