Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, a noite de hoje promete ser das mais quentes, com discussões acaloradas e direito até agressões verbais na reunião do Conselho Deliberativo. Situação e oposição vão defender suas posições sobre o Sim e o Não, que serão ratificados em Assembléia Geral convocada pelo presidente Leco para o próximo dia 06 de agosto. Só que, mais uma vez, o caso Jack e a Far East continuará fora da pauta. Mas vamos por partes.
Primeiro cabe uma explicação isenta de que se trata essa Assembleia Geral. Como todos sabem desde 2004 há uma ação que corre na Justiça, movida por alguns conselheiros da oposição, visando anular a mudança estatutária feita ainda na gestão de Marcelo Portugal Gouveia, que, entre outras coisas, tiraram do sócio o poder de decidir sobre as mudanças no estatuto. O São Paulo perdeu em todas as instâncias da Justiça e aguarda um último resultado, já sabendo que não conseguirá reverter o quadro, pois a decisão já bateu no Supremo Tribunal Federal.
Isso implica em voltar ao estatuto vigente em 2003 e anulam-se todos os atos praticados até agora. O Conselho Deliberativo, que hoje conta com 160 vitalícios e 80 eleitos, passa a ter invertida essa composição. A Justiça indicará um interventor que, em 90 dias, terá que convocar novas eleições para conselheiros e, consequentemente, para presidente. Todos os atos praticados desde então passam a ser nulos.
Isso é, em suma, o que interessa e o que demanda essa decisão da Justiça. O grande problema é que os políticos do São Paulo preferem o terrorismo à explicação clara e transparente. Enquanto a oposição prega o NÃO, dizendo que a forma que Leco convocou a Assembleia se constitui um golpe, a diretoria prega o SIM afirmando que a negativa significa a inviabilização do clube, pois todos os contratos deixariam de existir, no tipo “não teremos time para entrar em campo no dia seguinte”, que um corinthiano poderia ser indicado como interventor, e até que a própria assembleia não teria validade.
O fato é que os sócios estão perdidos e não encontrei alguém até agora, despido do espírito político do “vou explicar o que é melhor para mim” para conversar com eles. É o que estou tentando fazer agora.
Pelo que depurei, há, sim, uma pegadinha na pergunta. Se o sócio disser SIM vai autorizar uma reforma estatutária – o que é excelente – mas vai aprovar todas as mudanças feitas até aquela data – o que é péssimo. Por que não se colocam duas perguntas: 1) se quer reforma estatutária; 2) se aprova o que foi feito até agora. Mas se isso vale para colocar em dúvida o SIM, também o vale para o NÃO, porque esse resultado negaria tudo, inclusive uma reforma estatutária.
Vou partir para a frente. Se vencer o SIM, está previsto, nesse mesmo edital, que o presidente do Conselho Deliberativo, Marcelo Pupo, criará uma comissão de conselheiros que receberá, dos sócios, propostas para a modernização do estatuto. A comissão aglutinará as propostas, redigirá o novo estatuto que será votado pelo próprio Conselho e, depois, por outra Assembleia Geral. Já antecipo que se o SIM for o vencedor, abrirei uma página do Tricolornaweb para receber propostas dos leitores que não são sócios, portanto, torcedores, condensarei as propostas e serei o canal dos torcedores, como sócio que sou, para encaminhá-las em meu nome à comissão.
Não decidi ainda o que é melhor, em minha visão, para o clube. Não sei se votarei SIM ou NÃO. Preciso pensar bem e pesar minha decisão, para que seja a mais embasada possível.
Voltando ao Conselho, na reunião desta noite não entrará em pauta a discussão do caso Far East e a comissão não paga na transação com a Under Armour. O conselheiro Edson Lapolla me encaminhou cópia de e-mail que ele enviou a todos os conselheiros cobrando uma posição. O crime esteve ali, prestes a ser cometido. Seria Cinira Maturana quem receberia a comissão. Quando o contrato fraudulento foi descoberto, Douglas Schwartzmann trocou as empresas e apareceu com a Far East e o tal de Jack como intermediário. A tentativa de receber uma comissão fraudulenta já redunda em crime. Mas o presidente do Conselho Deliberativo, Marcelo Pupo, insiste em afirmar que não há indícios deste crime. Ou seria òpice Blum, aquele que chamou Ataíde de assassino, por pretensão política futura, que estaria barrando tudo isso para ter ao seu lado as forças ligadas a Dedé, Douglas, Aidar e outros mais? Ora, faça-me um favor!
Continuamos de olho. E cobrando atitude. As simples expulsões de Carlos Miguel Aidar e Ataíde Gil Guerreiro não resgatam a credibilidade do nosso Conselho. O serviço tem que ser completo.