São Paulo vende: de atletas à dignidade

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, o São Paulo está à venda. Não a instituição (ainda), já que Marinakis, aparentemente, só vai comprar parte de Cotia por enquanto. Mas seus jogadores e sua dignidade.

Semana passada nossa diretoria, que tem um presidente que é o melhor da história, e um diretor que é bom pra cacete, foi ao mercado e, numa atitude que fere os princípios mais básicos da relação comercial, anunciou que precisa vender jogadores este ano para cumprir o orçamento e equilibrar as finanças. Em outras palavras: vendemos por qualquer preço, fazemos qualquer negócio, pode ser até troca, desde que haja alguma devolução em dinheiro.

Como a melhor diretoria de todos os tempos, boa prá cacete, não declinou nomes, podemos imaginar que o mote de vendas será assim:

Vendem-se atletas, com faixa etária variando entre 16 e 40 anos, alguns com hipotético futuro interessante, outros com passado mais ou menos qualificado. O comprador se responsabilizará pelos departamentos Médico e de Educação Física, pois os vendedores não aceitarão reclamações futuras nem devolução do produto, anda que seja no prazo previsto e venha a ferir o Código de Defesa do Consumidor.

Não se estima um valor mínimo por qualquer atleta. Lá atrás o diretor de Futebol, Carlos Belmonte, que é bom pra cacete, numa entrevista a um destes canais “absolutamente imparciais”, disse que, ao contrário de Militão, Beraldo não sairia por menos de 20 milhões de euros. Ou seja, quem chegasse com 20 milhões e 100 mil euros levaria o garoto. E levou.

Agora, ao que parece, o melhor presidente de todos os tempos, que tem um diretor que é bom pra cacete, não estipulou valores, nem definiu quais jogadores estariam à venda. Apenas disse que a faixa etária varia entre 16 e 40 anos, a escolher.

Também está à venda parte de Cotia. O grego Marinakis anda meio sumido, talvez por ter conhecido como funciona o esquema no CFA Laudo Natel. Acho que ele se afastou por perceber que lá o esquema é muito profissional. Até demais para um empresário grego, não tão cumpridor de suas obrigações legais e éticas.

O São Paulo também está vendendo sua dignidade. Ah, desculpem, isso já foi vendido e entregue, mas há mais alguma coisinha ainda a alienar. Continuamos colhendo derrotas humilhantes, sendo caçoados por adversários que outrora morriam de medo da camisa de três cores e hoje morrem de rir da nossa situação.

Humilhados por um presidente, que mesmo sendo o melhor da história, nos colocou numa dívida impagável de R$ 1 bilhão; humilhados por um presidente, que mesmo sendo o melhor da história, nos impõe uma série de mentiras e maquiagens em números, faz da sua rede social a oficial do clube para ganhar seguidores e obter monetização às custas do São Paulo.

Humilhados por um diretor que, apesar de ser bom pra cacete, não dá uma única explicação para tentar nos convencer de que não foram erros contratações dos tipos Orejuela, Jamal Lewis, Santi, André Anderson, André Silva (R$ 28 milhões) e que fará outros absurdos também sem qualquer explicação, como gastar R$ 53 milhões em Ruan e Marcos Antonio.

Humilhados por termos um pediatra e um ex condenado por fraude em guias do INSS no comando do DEM (que eles chamam de Departamento de Excelência Médica e eu de Departamento de Excrecência Médica), e que por incompetência ou sei lá mais o que, liberam jogadores antes do tempo, cometem erros crassos em cirurgia, atrasam recuperação e exterminam carreiras de jogadores por esses enganos (Luan, Caio Matheus, Moreira…).

Sim. O São Paulo está à venda. Seus jogadores, sua base e sua dignidade. Tudo isso apesar de termos o melhor presidente da nossa história e um diretor de Futebol que é bom pra cacete.

6 comentários em “São Paulo vende: de atletas à dignidade

  1. A título de informação: o novo sistema de reconhecimento facial deu pau sábado no jogo contra o Mirassol. Ainda bem que o público foi baixo e o jogo era de sábado.

    Imagina se isso acontecer amanhã com o jogo as 19h e a maioria chegando encima da hora???

    Pode acontecer uma tragédia na entrada do estádio.

  2. Burro endividado, vende até a mãe por migalhas que podem oferecer.
    Burro quem informou, por parte da administração, que estamos falidos. Certo que todos já sabem.
    Burros, conselheiros, comedores de capim velho, que avalizam essa administração caótica.
    Burros são os os tais “torcedores” que não emitem uma palavra de discórdia aos administradores que são endeusados pela massa conduzida.
    Só faltam fechar a porteira, para os burros, não caírem no “mata-burro”, que é um dispositivo usado em propriedades rurais para impedir que o gado saia de uma área cercada.
    Assim se mata uma Instituição. Com capim velho e burros amestrados!

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