Fundo aprovado pelo Conselho tem o lado bom, mas também o misterioso

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, o Conselho Deliberativo aprovou o Fundo de Investimento em Direito Creditório (FIDC) que terá o gerenciamento da Galapagos e da Outfield. O fundo vai captar R$ 240 milhões, mas para tanto o São Paulo terá que dar uma garantia de R$ 400 milhões

Vamos pelo lado positivo. A ideia básica da criação do FIDC é captar esses recursos para pagar os juros bancários, que representam quase (ou até mais) R$ 7 milhões por mês para o São Paulo e inviabilizam qualquer administração.

A remuneração dos investidores, ou garantia, seriam as cotas da TV do Campeonato Brasileiro até 2029 e eventuais outros recebíveis, o que não havia ficado claro. Na sessão que aprovou o Fundo ficou patente que, não só das cotas de televisão do Brasileiro, mas também naming rights, patrocínios, mensalidades de sócios torcedores e sócios patrimoniais, entre outros. A partir da implementação, todos os recebíveis elegíveis poderão ser antecipados pelo fundo e transformados em caixa de maneira rápida.

Só para entender, se São Paulo recebesse esse ano aquele valor que obteve na venda do Antony do Ajax, o dinheiro poderia ser requerido pelo Fundo como garantia. Se o São Paulo vender o Pablo Maia, depois de recuperado, o Fundo pode pedir a anexação desse valor.

Então, a partir daí, começamos a viajar pelo lado negativo. A Outfield, empresa que está ao lado da Galapagos, tem como um dos objetivos a intermediação para criação de SAF. Ela já tem algumas por aí, sempre com capital de 10%, que é o máximo que a empresa pode ter numa SAF para poder participar de outra.

Além disso, está envolvido nesse Fundo, no papel de intermediador ou captador está Moyses Assayag, advogado amazonense com longa ficha de processos, de acordo com o Escavador. Um deles foi feito pelo Cade por formação de cartel no mercado de serviços prediais. Ele pagou R$45.000 no acordo para cessação do processo.

Tem uma consultoria e um sócio, proprietário de uma empresa de transportes e nos sites de consulta de CPF, os dados são ocultados por pedido expresso do “interessado”, como apurou o jornalista Dario Campos.

Me parece que uma nova Far East pode estar surgindo aí. Para que não se lembra, Far East é a empresa que surgiu para intermediar um acordo do São Paulo com aquela empresa de material esportivo e que gerou uma comissão de R$ 18 milhões para Jack Banasfeha, num contrato assinado por Carlos Miguel Aidar, Júlio Casares, Douglas Schwartzmann, Leonardo Serafim e Osvaldo Abreu.

Espero estar errado nessa minha leitura, mas tudo isso será discutido num programa extraordinário do Somos Todos São-Paulinos desta sexta-feira, dia 04 de outubro.

Mais uma vez sou obrigado a dizer: que Deus nos ajude!

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